Você sabe o que é risco fiscal e porque ele é importante na hora de investir?
Os impactos da pandemia do Covid-19 oferecem uma ilustração dramática da magnitude dos riscos aos quais as finanças públicas do Brasil podem estar expostas, ao mesmo tempo em que ressalta o papel da política fiscal na gestão do impacto econômico desses riscos.
O Brasil tem enfrentado uma explosão da dívida pública e o risco de um descontrole da situação fiscal, o qual tem sido apontado por analistas e investidores como um dos principais fatores de incerteza doméstica no país.
Segundo levantamento do Ibre/FGV os gastos do governo para combater os efeitos da pandemia, chegaram a R$ 587,5 bilhões, e o montante total de estímulos fiscais são da ordem de 8% do PIB, o dobro da média dos países emergentes (entre 3 e 4% do PIB),
O que ocorre é que a pandemia da Covid-19 vem agravando um quadro já bastante alarmante, e o mercado financeiro acaba se tornando temeroso quanto ao risco de um déficit fiscal ainda mais conflituoso.
Este artigo tem o intuito de te mostrar o que é o risco fiscal e porque ele é importante para quem vai investir em 2021. Acompanhe a leitura.
O que é risco fiscal?
O risco fiscal é definido como a possibilidade de desvios de curto a médio prazo nas variáveis fiscais em comparação com o que foi antecipado no orçamento do governo ou outras previsões fiscais.
Segundo o site Tesouro Transparente os “riscos fiscais são possibilidades de ocorrências de eventos capazes de afetar as contas públicas, comprometendo o alcance dos resultados fiscais estabelecidos como metas e objetivos. Para que esses eventos sejam classificados como riscos fiscais, uma condição necessária é que os mesmos não possam ser controlados ou evitados pelo governo.”
Ou seja, o risco fiscal é definido como a exposição do governo à variabilidade de curto a médio prazo nos níveis gerais de receitas, despesas, saldo fiscal e valor de ativos e passivos.
Os riscos fiscais podem ser classificados como:
- riscos econômicos gerais, como o crescimento econômico inferior ao previsto, resultando em perda de receitas do governo;
- riscos específicos, como o custo potencial de desastres naturais.
Vale ressaltar que os riscos fiscais de passivos contingentes e outros passivos, como garantias do governo, podem causar séria instabilidade fiscal se não forem controlados.
Mas por que o risco fiscal é uma ameaça para quem investe no mercado financeiro? Vamos entender.
O que o investidor precisa ter em mente sobre o risco fiscal antes de investir em 2021?
É muito importante que o investidor considere algumas informações relevantes na hora de começar a investir neste momento para não ter surpresas lá na frente. Para isso, é necessário partir do pressuposto que ao investir você deve considerar se terá seu dinheiro de volta. Essa é, portanto, a informação mais importante.
A partir disso, o investidor deve considerar se o retorno cobre ou não a inflação. Sendo assim, ao fazer um investimento em outro país, por exemplo, leve em consideração se o retorno será maior ou menor que o dólar no período. Se for menor, é possível que o investidor perca dinheiro.
E essa variação do dólar vai depender da percepção do risco fiscal. Portanto, é importante considerar se o risco vai fazer o dólar disparar ou não, se for disparar o investimento não será vantajoso.
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Observe o cenário econômico e os impactos de investidores estrangeiros
Se formos avaliar o contexto da Bolsa brasileira nos últimos dois anos, houve um recorde de fuga de capital estrangeiro. Conforme o Banco Central, entre janeiro e setembro de 2020, a B3 perdeu R$ 44,5 bilhões de capital externo. Isso é um estado alarmante na economia do país, uma vez que os investidores estrangeiros representam uma parcela significativa das operações na Bolsa de Valores no Brasil.
Taxas de Juros Selic
É importante saber como está o ciclo de queda da taxa Selic. Apesar da expectativa do mercado financeiro ser de que a Selic chegue em, no máximo, 3,43% até o fim do ano, o Copom chama atenção para o risco fiscal do país.
O aumento da dívida pública, a pandemia se agravando, favorece a desaceleração das atividades econômicas, logo impacta na arrecadação de impostos, consequentemente favorece ainda mais o déficit fiscal.
Na hora de fazer seu investimento avalie a taxa de juros e foque num horizonte de longo prazo, ou seja, verifique se daqui a “X” anos você receberá seu investimento realizado hoje valendo a mesma coisa.
Avalie o risco fiscal e o impacto nos investimentos
Quando ocorre o risco fiscal o governo pode passar a não cumprir com metas e objetivos e isso faz com que os investidores exijam mais garantias devido à insegurança.
Observe o que ocorreu com a falta de proposta relacionada ao financiamento do Renda Cidadã. Os investidores ficaram apreensivos e, muitos, deixaram de investir nos títulos públicos, o que gerou forte impacto negativo, inclusive para o Tesouro Selic – um dos mais indicados para formação da reserva de emergência.
Esse tipo de reflexo no cenário econômico resultou em prejuízo para quem já havia feito algum tipo de aplicação, uma vez que o governo tem que pagar mais pelos títulos à venda atualmente.
Como os investimentos estão atrelados às expectativas do cenário futuro, existe a preocupação do impacto do risco fiscal se refletir na Bolsa de Valores e em outros indicadores.
Ou seja, espera-se que o governo cumpra com as metas. Entretanto, se isso não ocorrer o cenário muda, e um eventual descumprimento do teto de gastos pode gerar o aumento da dívida pública e também o aumento dos juros a serem pagos.
Vemos, portanto, que o cenário econômico e político tem forte influência no universo de investimentos, por isso, uma gestão de risco sólida por parte do governo é essencial para uma gestão de risco eficaz para o restante da economia.
Como investir em um cenário de risco fiscal?
Como dissemos anteriormente, o risco fiscal impacta o cenário econômico, político e financeiro. Sendo assim, como investir em um cenário de risco fiscal?
Vale lembrar que a exposição ao risco do governo pode ser gerenciada considerando as características de risco de ativos e passivos e construindo carteiras em que as características de ativos e passivos são combinadas.
Existem duas estratégias básicas de investimento que podem ajudá-lo a gerenciar e minimizar os riscos associados com um investimento específico ou com o mercado como um todo. São elas: alocação de ativos e diversificação. Entenda mais a seguir.
Alocação de ativos
Você pode incluir diferentes classes de ativos em seu portfólio (por exemplo, ações, títulos, fundos, CDI, financiamentos coletivos). Assim, você aumenta a probabilidade de que alguns de seus investimentos aumentem, mesmo que outros sejam estáveis ou perder valor.
Dito de outra forma, você estará potencialmente reduzindo o risco de grandes perdas que podem resultar de superestimar uma única classe de ativos.
Diversificação
Um dos segredos para um investimento bem-sucedido é aprender a equilibrar seu nível de conforto com risco e seu horizonte de tempo. Uma excelente maneira de equilibrar risco e recompensa em sua carteira de investimentos é diversificar seus ativos. Essa estratégia tem em sua raiz a simples ideia de espalhar seu portfólio por várias classes de ativos.
Quando você diversifica, você divide o dinheiro que alocou para uma determinada classe de ativo, entre várias categorias de investimentos que pertencem a essa classe de ativos. Ou seja, a diversificação permite que você distribua seus investimentos. A diversificação é a maneira mais simples de aumentar o retorno do seu investimento enquanto reduz o risco.
Além disso, uma carteira diversificada ajuda a equilibrar a volatilidade. Em resumo, você não coloca todos os ovos de seu investimento na mesma cesta.
Os investimentos envolvem vários níveis e tipos de riscos, portanto, avalie os riscos associados aos investimentos, como eles podem impactar seu portfólio e as etapas que você pode seguir para minimizar esses riscos.
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