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Inflação em alta: o que significa e como escolher o melhor investimento

Se você acompanha as notícias sobre o mercado financeiro, provavelmente, deve ter visto especialistas e economistas discutindo a respeito da inflação em alta. A inflação de setembro foi a maior desde o início do plano Real, e a notícia preocupou os investidores.

Isso porque o aumento dos preços pode corroer o lucro de uma carteira. De forma mais simples, à medida que o custo de vida aumenta, seus retornos podem sofrer certos impactos. 

Em primeiro lugar, ainda não sabemos se o aumento dos preços se tornará o novo normal ou se é apenas o resultado temporário de uma nação emergindo de uma pandemia e um ano de bloqueios e restrições.

De qualquer forma, a inflação em alta deve ser compreendida pelos investidores que desejam escolher os melhores investimentos para diversificar o portfólio. Acompanhe o artigo e descubra:

O que significa uma inflação em alta?

A inflação é um aumento do custo médio de bens e serviços ao longo do tempo. É medido pelo IBGE que compila dados para determinar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

O IPCA é o índice que rastreia o custo de bens como gasolina, alimentos, roupas e automóveis ao longo do tempo para avaliar o aumento geral no preço dos bens de consumo e serviços.

No Brasil, o IPCA acumulou alta de 10,06% em 2021; também é considerado a maior alta na base de comparação desde 2015, quando o indicador chegou a 10,6%.

A oferta e a demanda desempenham um papel importante na inflação. Os preços tendem a subir quando a demanda por um bem ou serviço aumenta, ou a oferta desse mesmo bem ou serviço cai. 

Muitos fatores afetam a oferta e a demanda nacional e internacionalmente, incluindo custos de bens e trabalho, impostos sobre a renda e bens e a disponibilidade de empréstimos.

Atualmente, estamos vendo problemas na cadeia de abastecimento de muitos produtos como resultado de paralisações econômicas relacionadas à pandemia. Claramente, isso levou a desequilíbrios e níveis de preços mais altos.

Como é feito o IPCA? Veja a Composição do Índice de Preços ao Consumidor Amplo

GruposPeso (em %)
Transportes20,6
Alimentação e bebidas19,3
Habitação15,6
Saúde e cuidados pessoais13,5
Despesas pessoais10,7
Educação6,1
Comunicação5,7
Vestuário4,6
Artigos de residência3,8
Composição do IPCA. Cada grupo de produtos possui um peso específico no cálculo do índice.

Alta da inflação: quem paga a conta?

A inflação arrefeceu um pouco em dezembro, mas ainda assim subiu 0,73% em relação a novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Ainda segundo o IBGE, o indicador no ano foi pressionado pela alta de 21,03% no preço dos transportes. Outro fator importante foi a conta da energia elétrica, que subiu 21,21% no ano.

Outros itens que impactam diretamente no bolso dos brasileiros em 2021 foram alimentos e bebidas (+14,09%), botijão de gás (+36,99%), automóveis novos (+16,16%) e usados (+15,05%).Mas não é só no Brasil que a inflação está em alta, não. Após a recessão de 2020 provocada pela pandemia da Covid-19, há uma alta nos preços no mundo todo devido à retomada do crescimento global, e pelos estímulos fiscais dos governos – que vem sendo agravada no país por conta da crise hídrica.

Em resumo, a avaliação geral é de que estamos num cenário inflacionário desfavorável. Por isso, antes de começar a investir é importante entender como a inflação impacta seus investimentos.

Aprenda aqui como é calculada a inflação no Brasil. 

Como a alta da inflação impacta meus investimentos

O que está claro sobre a inflação em alta é que, uma vez que o avião decola da pista, é muito difícil fazê-lo pará-lo.

Certamente, o atual clima inflacionário causa preocupação para diversos setores, principalmente no que se refere ao impacto sobre os investimentos. 

Por isso, os investidores devem considerar o impacto potencial da alta da inflação em suas estratégias de investimento.

Onde investir com inflação em alta?

O impacto da inflação sobre os investimentos depende do tipo de investimento. Para investimentos com um retorno anual definido, como títulos regulares ou Certificados de Depósito Bancário, a inflação pode prejudicar o desempenho.

Isso porque recebendo o mesmo pagamento de juros a cada ano, a inflação pode reduzir seus ganhos. Se você receber um pagamento de R$ 100 por ano, por exemplo, esse pagamento valeria cada vez menos a cada ano, dada a inflação.

Normalmente, os investidores compram títulos de renda fixa, como Títulos do Tesouro, por exemplo, porque desejam um fluxo de renda estável na forma de pagamentos de juros. 

No entanto, no caso de títulos prefixados, o rendimento é fixo até o vencimento. Com isso, o poder de compra dos pagamentos de juros diminui com o aumento da inflação. Como resultado, os preços dos títulos tendem a cair quando a inflação está aumentando.

Para ações, a inflação pode ter um impacto misto. A inflação costuma ser alta quando a economia está forte. As empresas podem estar vendendo mais, o que pode ajudar no preço de suas ações. 

No entanto, as empresas também pagarão mais por salários e matérias-primas, o que prejudica seu valor. Se a inflação vai ajudar ou prejudicar uma ação pode depender do desempenho da empresa por trás dela.

Por outro lado, metais preciosos como o ouro, historicamente, saem bem quando a inflação está alta. À medida que o valor do dólar diminui, custa mais dólares comprar a mesma quantidade de ouro.

Por fim, existem alguns investimentos indexados ao risco de inflação. Eles ganham mais quando a inflação sobe e menos quando a inflação desce, de modo que seus ganhos totais são mais estáveis. 

A INCO elegeu algumas alternativas de investimentos atrelados à inflação para quem deseja proteger seus recursos do forte aumento de preços. Confira!

5 melhores investimentos para se proteger da inflação em alta

Ainda assim, há investimentos que oferecem segurança ao investidor. Confira 5 alternativas para investir o seu dinheiro em tempos de inflação em alta!

Tesouro IPCA+ 

Uma das melhores maneiras de fugir da alta da inflação é investir no Tesouro IPCA+ (NTN-B). Esses títulos pagam uma taxa pré-fixada mais a inflação do período, medida pelo IPCA, que é o principal índice de inflação do País. As taxas desses títulos variam de acordo com o seu vencimento.

ETFs de inflação

Os investidores em renda fixa que usam ETFs estão sujeitos ao risco de duração atrelado às taxas de juros, mas em um ambiente econômico onde a inflação também está aumentando, os ETFs de inflação – uma subcategoria de ETFs de renda fixa negociados em Bolsa que acompanham a rentabilidade de títulos indexados à inflação com prazos mínimos de cinco anos – são uma boa estratégia para investir. Alguns exemplos são o IB5M11 e 5MB11.

Há ainda a possibilidade de investir de forma indireta a partir de ativos e títulos de empreendimentos imobiliários.

Imóveis

Os imóveis, tradicionalmente, têm um bom desempenho durante os períodos de alta inflação, pois o valor da propriedade pode aumentar. Isso significa que o locador pode cobrar mais pelo aluguel, o que, por sua vez, aumenta a renda para acompanhar o ritmo do aumento da inflação.

Além da casa própria, os investimentos imobiliários podem ser feitos por meio de REITs (também conhecido como Real Estate Investment Trusts) ou de fundos mútuos que investem em REITs.

Financiamento coletivo imobiliário

Outra boa opção para investidores preocupados com a inflação é o financiamento coletivo imobiliário, também conhecido como crowdfunding imobiliário – que permite começar a investir com apenas R$1000 (mil reais).

Funciona assim: o investidor pode adquirir títulos com valores muito baixos de forma segura e online, com rentabilidade de até 15% — mesmo com a inflação em alta —, além de não possuir intermediários.

Quer saber mais sobre como investir no crowdfunding imobiliário? Clique aqui e diversifique seus investimentos.

Ouro e Criptomoedas

O argumento para investir em criptomoedas ou ouro em meio à inflação é que esses ativos não são tão prejudicados pela variação dos juros. No entanto, ambos são altamente voláteis e não devem representar mais do que 5% do seu portfólio.

Com a inflação em alta, é preciso se adaptar 

A inflação pode ter um impacto significativo em seu portfólio ao longo do tempo. Além de avaliar o cenário econômico antes de decidir onde começar a investir, considere duas etapas que podem ajudar a proteger seus investimentos contra a inflação:

  • Diversificar seu portfólio com opções de investimentos que ofereçam segurança ativos reais, pode ajudá-lo a proteger seu dinheiro contra a inflação. 
  • Você também pode considerar o risco de inflação ao descobrir que tipos de investimentos terá em seu portfólio, conhecendo qual o seu perfil de investidor.

A inflação pode estar além do seu controle, mas isso não significa que você não possa tomar medidas para ajudar a proteger seus investimentos.

Os investimentos em renda fixa, como títulos ou tendências do mercado imobiliário como o financiamento coletivo, por exemplo, podem ser interessantes mesmo em alta da inflação.

A inflação é uma força de mercado impossível de evitar, mas, planejando e implementando uma estratégia de investimento a longo prazo, você poderá minimizar o impacto da inflação em suas economias e planos financeiros. 

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