No texto de hoje, você vai descobrir o que é um plano de investimento, qual é sua finalidade e como colocá-lo em prática. Toda ideia bem sucedida começa por um plano bem feito. Planejamentos são efetivos pois ajudam a direcionar as ações, entender possíveis riscos, e claro, tudo isso leva a decisões melhores e, consequentemente, melhores resultados.
Para quem quer investir e melhorar os rendimentos, esse planejamento é exatamente o plano de investimento.
Sem um planejamento efetivo, seus investimentos podem ser muito mais arriscados e menos rentáveis.
Por isso, fazer um plano de investimento é muito importante para quem quer começar a investir ou até mesmo potencializar lucros dos investimentos que já possui.
O que é plano de investimento?
Um plano de investimento é um documento que ajuda investidores a direcionarem suas aplicações de forma mais efetiva. Com ele, é possível visualizar de forma mais clara quais são os seus objetivos, investimentos que mais se adequam ao seu perfil de investidor, orçamento disponível para investir e até o tempo provável para chegar até os objetivos.
O plano de investimento, então, serve como um mapa que irá direcionar o investidor em suas ações e, de certa forma, ajudar a navegar o mercado financeiro. Pode parecer como um passo trivial, mas acredite, o plano de investimento é extremamente importante.
Em geral, estes são alguns elementos básicos que seu plano de investimento deve conter:
- Objetivo com seus investimentos (comprar um carro, comprar uma casa ou apartamento, fazer uma viagem);
- Quais são os investimentos adequados para o seu perfil e que irão te ajudar a alcançar esses objetivos;
- Quais são os maiores riscos desses investimentos e como minimizá-los;
- Qual o prazo necessário para alcançar esses objetivos (curto, médio ou longo).
Esses pontos irão te guiar durante a elaboração desse documento e irão facilitar todo o seu planejamento.

Plano de investimento x planejamento financeiro
Plano de investimento | Planejamento financeiro |
Voltado para ajudar o investidor a identificar as opções mais adequadas entre os diversos produtos disponíveis no mercado, visando alcançar objetivos de longo prazo. | É a gestão completa das finanças pessoais, incluindo o rçamento (receitas menos despesas), monitoramento de gastos, pagamento de dívidas e, também, o planejamento de investimentos com valores definidos para aportes voltados ao futuro. |
Qual a importância de um plano de investimento?
O plano de investimento, além de servir como o norteador que falamos acima, irá ajudar a evitar riscos desnecessários nas aplicações que podem levar a prejuízos consideráveis, como:
Investimentos pouco rentáveis
O mercado financeiro é bastante diverso. Na imensidão de investimentos disponíveis, a rentabilidade de cada um deles é variada também.
Então, realizar um plano de investimento garante que você irá estudar bastante antes de aplicar seu dinheiro, entendendo melhor a rentabilidade de cada um dos investimentos e vendo como eles se encaixam nos seus planos.
Imagine a frustração de prender o seu dinheiro em uma aplicação para, pouco tempo depois, descobrir um investimento semelhante com uma rentabilidade bem maior?
Para evitar esse tipo de problema, o plano de investimento auxilia o investidor a entender a fundo cada uma de suas aplicações.
Prejuízos em investimentos de alto risco
Quanto maior a promessa de lucros, maior a chance de riscos.
Em geral, é essa a máxima de maior importância no mercado financeiro, por isso, é preciso tomar cuidado com investimentos que prometem muitos ganhos em pouco tempo.
Pense no caso recente das criptomoedas. As pessoas que investiram no início, de fato, tiveram lucros expressivos, porém, muitos que entraram na jogada um pouco mais tarde almejando a facilidade nos rendimentos acabaram perdendo bastante dinheiro.
Entender investimentos e estudá-los com calma antes de entrar é essencial para evitar prejuízos em investimentos de alto risco.
Para te ajudar a entender melhor isso tudo, você pode conferir nossa lista com livros para investidores que vão do iniciante ao experiente. Esses livros são importantes para que você entenda cada vez mais o mercado financeiro e como potencializar suas aplicações.
Investir mais do que deveria
Qualquer que seja seu objetivo financeiro, gastar mais do que você ganha é um erro de principiante que pode atrapalhar – e muito – seus planos.
Na hora de realizar um plano de investimento você precisará entender melhor onde você quer chegar e, além disso, saber qual a quantia disponível para isso.
Colocando as contas na ponta do lápis existe muito menos chance de investir mais do que deveria e esse dinheiro acabar ficando “preso” em investimentos de longo prazo, ou, pior ainda, prejuízos por conta da retirada precoce.
Tipos de planos de investimento por horizonte de tempo
Planos de curto prazo
Os planos de investimento de curto prazo são aqueles que visam objetivos com prazos de até dois anos. São utilizados quando se deseja preservar o capital e manter o acesso rápido aos recursos. Nesse tipo de plano, a liquidez costuma ser um fator importante, pois há a possibilidade de o investidor precisar utilizar o dinheiro em um período breve.
Produtos financeiros comuns nesse horizonte são os títulos pós-fixados atrelados à taxa Selic, Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com liquidez diária, fundos de renda fixa conservadores e contas remuneradas. A prioridade está na previsibilidade e no baixo risco, ainda que a rentabilidade esperada seja menor em comparação com planos de prazo mais longo.
Esses planos são usados, por exemplo, para formar uma reserva de emergência, acumular recursos para uma viagem ou quitar dívidas em curto prazo. A escolha dos ativos deve levar em conta a estabilidade dos retornos e a facilidade de resgate.
Planos de médio prazo
Os planos de médio prazo cobrem horizontes entre dois e cinco anos. Eles são utilizados para metas que exigem um certo acúmulo de capital, mas que ainda estão próximas o suficiente para não suportarem riscos elevados. Aqui, o investidor pode começar a diversificar mais a carteira, assumindo um pouco mais de risco em troca de retorno potencialmente maior.
É comum que esses planos incluam uma combinação de renda fixa e renda variável. Fundos multimercado, debêntures, fundos imobiliários e ações de empresas com boa estrutura financeira podem fazer parte da estratégia, desde que haja acompanhamento frequente da carteira.
Os planos de médio prazo exigem mais atenção às oscilações do mercado, e o investidor precisa avaliar periodicamente se os ativos escolhidos ainda fazem sentido diante do tempo restante para o objetivo. Metas típicas incluem entrada em cursos de especialização, aquisição de veículos ou reformas residenciais.
Planos de longo prazo
Planos de investimento de longo prazo são direcionados para objetivos com prazos superiores a cinco anos. Nesses casos, o investidor pode buscar ativos com maior potencial de valorização ao longo do tempo, mesmo que apresentem maior volatilidade no curto prazo.
Investimentos em ações, fundos de ações, previdência privada e imóveis são comuns nesse tipo de plano. Como o tempo está a favor do investidor, o efeito dos juros compostos tende a ter maior impacto no resultado final, e há mais espaço para suportar as variações de mercado.
Esse horizonte é geralmente adotado para metas como aposentadoria, formação de patrimônio, educação dos filhos ou independência financeira. Mesmo em planos de longo prazo, é importante revisar periodicamente a carteira, ajustando os ativos conforme mudanças no perfil de risco, objetivos ou contexto econômico.
Como montar um plano de investimento?
Está convencido da importância de elaborar um plano de investimento antes de realizar suas aplicações?
Confira algumas dicas importantes que irão te ajudar a entender como fazer um plano de investimento para aumentar o rendimento do seu capital e atingir seus objetivos! (E se quiser um empurrãozinho, antes, vê esse vídeo que separamos para você:)
1. Definir objetivos de longo prazo
O primeiro passo é estabelecer seus objetivos de longo prazo. Saber o motivo pelo qual você está investindo facilita a escolha de onde e como aplicar seus recursos. Não há problema em ter mais de um objetivo, mas é importante lembrar que cada meta precisará de um planejamento específico.
2. Entenda o seu perfil de investidor
O primeiro passo é entender o seu perfil de investidor. Entendendo se você possui um perfil mais agressivo ou mais conservador você poderá definir quais os tipos de investimento que mais combinam com você.
Para tal, você precisa, também, entender um pouco mais sobre os diferentes tipos de investimento – entender a diferença entre aplicações de renda fixa e de renda variável – e como eles funcionam. Depois que você conseguir entender isso melhor, conseguirá identificar qual é o tipo ideal para você, seus objetivos e seu orçamento.
Investidores de perfil mais conservador procuram, em geral, investimentos de renda fixa, afinal, esses são mais previsíveis e a possibilidade de prejuízos é praticamente zero.
Perfis moderados procuram investimentos que combinam características de renda fixa com renda variável. Já os perfis mais agressivos, que não se importam de correr riscos maiores, combinam mais com investimentos de renda variável, uma vez que esses são mais voláteis.
Assim, quando você entender qual tipo se encaixa melhor com você está na hora de saber quanto dinheiro você deve investir.
Para finalizar, separamos um vídeo para você aprofundar seus conhecimentos e criar um plano de investimento adequado às suas necessidades.

3. Entenda sua situação financeira atual
De nada adianta investir um dinheiro que você irá precisar em breve, certo? Para realizar investimentos inteligentes é preciso saber quanto dinheiro você tem para aplicar atualmente, de forma bastante realista.
Uma boa dica para isso é realizar um orçamento pessoal – se você ainda não tem costume de fazer esse tipo de conta.
No orçamento pessoal você saberá quanto dinheiro você consegue remanejar todos os meses, quais são suas prioridades e quais os gastos impossíveis de cortar. Assim, fica muito mais fácil saber, de forma realista, quais investimentos você consegue fazer no momento.
Para que você tenha na mãos dados precisos sobre sua situação financeira atual, precisa considerar as seguintes informações:
- Salário (bruto e líquido!);
- Gastos fixos (aqueles que são compromisso todo mês, então, são impossíveis de remanejar);
- Gastos variáveis. (aqueles que não são compromissos mensais);
- Os investimentos que você já tem e a quantia investida;
- Quanto é possível investir por mês dentro do seu cenário financeiro atual.
4. Organize suas finanças
Depois de avaliar sua situação financeira atual é hora de levantar todas as fontes de renda, listar as despesas fixas e variáveis, identificar dívidas e calcular o saldo disponível para investir. Essa etapa permite entender quanto pode ser alocado de forma contínua sem comprometer compromissos básicos.
Outro ponto importante é a criação de uma reserva de emergência. Ela deve ser formada antes de aplicar em produtos com maior risco ou baixa liquidez. Com essa reserva, o investidor evita ter que resgatar investimentos em momentos desfavoráveis. Organizar as finanças também inclui a definição de um orçamento mensal com metas realistas de economia e aportes.
5. Estabeleça um cronograma e prazos
Definir prazos para os objetivos de investimento é fundamental para escolher os produtos adequados e calcular os aportes necessários. Metas de curto, médio e longo prazo exigem abordagens diferentes em termos de risco, liquidez e retorno esperado. Por isso, cada objetivo precisa ter um horizonte temporal claro.
O cronograma ajuda a distribuir os recursos ao longo do tempo, de forma coerente com a evolução da renda e com a exigência de cada meta. Ele pode incluir prazos para revisão da carteira, para realizar novos aportes ou até para avaliar o desempenho dos ativos. O planejamento temporal evita decisões impulsivas e contribui para a disciplina do investidor.
6. Explore as opções de investimento
Após organizar a situação financeira e definir prazos, o próximo passo é conhecer as possibilidades disponíveis no mercado. Existem diversos produtos com diferentes níveis de risco, rentabilidade e liquidez. É importante entender as características de cada tipo, como renda fixa, fundos, ações, imóveis e produtos estruturados.
Essa etapa exige pesquisa, comparação entre alternativas e, se necessário, apoio profissional. O conhecimento sobre o funcionamento dos produtos permite decisões mais alinhadas com os objetivos definidos. A escolha deve considerar o perfil de risco, o prazo de cada meta e a previsibilidade desejada para os retornos.
7. Diversifique seus investimentos
Concentrar todos os recursos em uma única aplicação pode aumentar os riscos e comprometer o resultado do plano. A diversificação busca distribuir os investimentos entre diferentes tipos de ativos, setores da economia e prazos, reduzindo a exposição a eventos específicos.
Ao diversificar, o investidor pode combinar ativos de maior estabilidade com outros que têm maior potencial de retorno. A alocação de recursos deve considerar o equilíbrio entre risco e retorno, sempre em função dos objetivos traçados. Essa estratégia contribui para a resiliência da carteira frente às variações do mercado.
7. Monitore e reavalie regularmente
Um plano de investimentos não deve ser estático. Mudanças na economia, no mercado ou na própria vida do investidor exigem atualizações periódicas. Por isso, é necessário acompanhar o desempenho dos ativos, revisar metas e ajustar a carteira sempre que for pertinente.
O monitoramento permite identificar desvios em relação ao que foi planejado e corrigi-los com tempo. Avaliar periodicamente o plano também ajuda a manter o foco e ajustar o nível de risco conforme a proximidade dos prazos estabelecidos. Esse processo contínuo reforça a disciplina e contribui para o alcance dos objetivos propostos.
Vantagens de um plano de investimentos
Controle dos riscos envolvidos
Uma das principais vantagens de ter um plano de investimentos é o controle sobre os riscos envolvidos. Ao definir os tipos de ativos a serem investidos, o investidor pode avaliar melhor o risco de cada opção e ajustar sua carteira conforme seu perfil de tolerância.
Isso significa que é possível, por exemplo, diversificar os investimentos para diminuir o risco total da carteira. A diversificação permite que o investidor equilibre os possíveis prejuízos de alguns ativos com os ganhos de outros, tornando a estratégia mais robusta e adaptável.
Disciplina
Outro ponto positivo é a disciplina que um plano de investimentos proporciona. Com um plano em mãos, o investidor tem uma visão mais clara das ações que precisa tomar em cada momento, o que evita decisões impulsivas ou baseadas em especulação.
A disciplina financeira é essencial, pois ajuda a manter o foco nas metas e evita que o investidor se desvie de seu objetivo principal. Esse controle também pode ajudar na gestão da emoção, que muitas vezes leva a decisões de curto-prazismo e à venda de ativos em momentos de volatilidade.
Facilita a adaptação a mudanças
Além disso, um plano de investimentos facilita a adaptação a mudanças no mercado e no cenário econômico.
Embora a dinâmica dos mercados financeiros seja imprevisível, ter um plano bem estruturado permite que o investidor revise periodicamente suas estratégias, ajustando-as conforme necessário.
Isso significa que o plano de investimentos não é algo rígido, mas sim flexível, podendo ser ajustado para responder às condições econômicas, aos resultados obtidos ou até mesmo a mudanças nos objetivos pessoais.
Maximização do retorno
Um benefício adicional é a maximização do retorno. Com um plano de investimentos claro, o investidor pode escolher as melhores opções de alocação, considerando seu horizonte de investimento e a rentabilidade esperada para cada ativo.
A seleção estratégica de investimentos, com base em um planejamento detalhado, pode resultar em ganhos superiores em comparação com investimentos feitos de forma mais aleatória ou sem análise prévia.
Ademais, isso se deve ao fato de que o investidor, ao realizar uma escolha informada e alinhada com seus objetivos, tende a aproveitar melhor as oportunidades de rentabilidade.
Orientações para quem está começando a investir
Se você está dando os primeiros passos no mundo dos investimentos, vale a pena seguir algumas orientações que podem ajudar a começar com mais segurança e clareza. Confira abaixo algumas sugestões que podem facilitar o início da sua trajetória como investidor:
- Comece com valores menores. Invista apenas uma parte do que você tem disponível, sem comprometer sua estabilidade financeira. Isso permite ganhar experiência de forma gradual e dentro do seu perfil de risco;
- Monte uma carteira diversificada, incluindo diferentes tipos de investimentos — como ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa e opções de renda variável. O objetivo é equilibrar os riscos e aumentar as chances de retorno;
- Busque aprender continuamente. Faça cursos, leia sobre o tema e converse com pessoas mais experientes para ampliar seu entendimento sobre o funcionamento do mercado.
Ferramentas que podem ajudar
Ao elaborar seu plano de investimento, usar ferramentas digitais pode facilitar bastante o acompanhamento e a tomada de decisões. Simuladores de investimentos são boas opções para visualizar diferentes cenários e entender como certas variáveis afetam os resultados dos aportes.
Assim, as calculadoras financeiras também são úteis para compreender melhor temas como juros compostos, inflação e projeções de rendimento.
Além disso, planilhas ou softwares de controle financeiro permitem acompanhar o desempenho dos ativos e organizar melhor sua carteira.
Conclusão
Viu como o plano de investimento pode ajudar suas aplicações? Com esse documento, você evita investimentos que não combinam com seu perfil, diminui a chance de prejuízos e entende melhor seus objetivos.
Assim, seguindo essas dicas, a chance dos seus investimentos darem bons resultados é muito maior e você conseguirá dar passos mais certeiros em direção aos seus objetivos.
