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VGBL: o que é, como funciona e quando vale a pena?

O VGBL é um tipo de plano de previdência privada bastante popular no Brasil. Ele é utilizado por pessoas que desejam complementar sua aposentadoria ou investir a longo prazo com flexibilidade e eficiência tributária.

Entender como o VGBL funciona é essencial para avaliar se ele atende às suas necessidades financeiras. O plano possui características específicas, como forma de tributação, opções de resgate e possibilidade de portabilidade para outros produtos financeiros.

Além disso, o VGBL pode ser vantajoso em determinados cenários, dependendo do perfil de investidor e de seus objetivos.

Este artigo fala os principais aspectos desse tipo de plano, ajudando você a identificar quando ele pode ser a escolha ideal.

O que é VGBL?

O VGBL, ou Vida Gerador de Benefício Livre, é um plano de previdência privada voltado para quem deseja formar uma reserva financeira ao longo do tempo, com o objetivo de complementar a aposentadoria ou alcançar outros objetivos de longo prazo. 

Diferente de investimentos tradicionais, o VGBL combina características de seguro de vida com a acumulação de capital, sendo uma alternativa interessante para diversificação financeira.

Principais características do VGBL

Como funciona a tributação

Resgate do VGBL

A tributação do VGBL no momento do resgate é um dos aspectos mais importantes desse tipo de plano. 

O Imposto de Renda (IR) incide apenas sobre os rendimentos obtidos, e não sobre o total investido. Isso acontece porque as contribuições feitas ao VGBL são realizadas com recursos já tributados.

Esse modelo de tributação pode ser vantajoso para quem não utiliza a declaração completa do IR, como profissionais autônomos e investidores que não precisam deduzir despesas no imposto.

Existem dois regimes tributários disponíveis para o VGBL: o progressivo e o regressivo:

Progressivo 

No regime progressivo, as alíquotas variam de acordo com a tabela do Imposto de Renda, que considera a soma dos rendimentos do ano. Quanto maior a renda total do investidor, maior será a alíquota aplicada. 

Regressivo

Já no regime regressivo, as alíquotas diminuem conforme o tempo de permanência do recurso no plano, começando em 35% para investimentos resgatados antes de dois anos e podendo cair para 10% em prazos superiores a dez anos.

Transferência entre planos

A portabilidade é uma característica que permite ao investidor transferir o saldo acumulado de um plano de VGBL para outro, seja dentro da mesma instituição ou para outra. 

Essa transferência não está sujeita à incidência de Imposto de Renda, desde que os valores permaneçam no sistema de previdência privada.

A portabilidade pode ser feita tanto para outro plano de VGBL quanto para um plano PGBL, dependendo dos objetivos do investidor.

Além disso, a mudança pode incluir ajustes no perfil de investimento, permitindo a transição de fundos mais conservadores para fundos mais agressivos ou vice-versa. 

O regime tributário que você escolher no momento da adesão ao plano inicial será mantido após a portabilidade e poderá influenciar suas decisões de transferência.

A transferência entre planos é particularmente útil quando o investidor identifica taxas mais competitivas ou deseja acessar fundos de investimento que ofereçam maior potencial de retorno. 

Contudo, você precisa analisar com cuidado as condições oferecidas pelo novo plano, incluindo taxas e características dos fundos, antes de efetuar a portabilidade.

Tipos de taxas

As taxas cobradas nos planos de VGBL impactam diretamente a rentabilidade final do investimento e você deve analisá-las com atenção. As principais taxas associadas ao VGBL são a taxa de administração, a taxa de carregamento e, em alguns casos, a taxa de saída.

Taxa de administração

A taxa de administração é cobrada pela gestão do fundo de previdência e costuma variar conforme o tipo de fundo escolhido. 

Fundos mais sofisticados ou que envolvem maior risco podem apresentar taxas mais altas, enquanto fundos conservadores geralmente têm custos menores.

Você deve comparar as taxas oferecidas pelas diferentes instituições financeiras para garantir que os custos estejam alinhados aos seus objetivos.

Taxa de carregamento

As instituições financeiras aplicam a taxa de carregamento sobre os aportes realizados no plano, podendo cobrá-la no momento da contribuição (carregamento de entrada) ou do resgate (carregamento de saída).

Muitas instituições financeiras já oferecem planos com isenção dessa taxa, o que pode representar uma economia significativa no longo prazo.

Taxa de saída 

Por fim, a instituição financeira pode cobrar a taxa de saída em casos de resgates antecipados ou transferências para outros planos, dependendo das regras do contrato.

É importante verificar se o plano escolhido inclui essa taxa, bem como os prazos estabelecidos para sua aplicação, a fim de evitar custos inesperados.

Quem pode usar o VGBL?

Como mencionamos, esse tipo de plano é mais indicado para pessoas que fazem a declaração simplificada do Imposto de Renda, pois elas não podem deduzir as contribuições.

Profissionais autônomos, empresários, microempreendedores individuais e qualquer pessoa que não tenha interesse ou necessidade de usar deduções fiscais são públicos comuns desse produto.

Mas são só esses públicos?

Claro que não! Quem deseja diversificar seus investimentos também pode utilizar o VGBL, por exemplo. Ele é uma alternativa para formar uma reserva de longo prazo com benefícios específicos, como a possibilidade de indicar beneficiários para receber o saldo acumulado em caso de falecimento do titular. 

Isso o torna útil tanto para pessoas que buscam planejar sua aposentadoria quanto para aquelas que desejam incluir a previdência privada em seu planejamento sucessório.

E tem mais! Quem quer flexibilidade nas contribuições e no momento de usufruir os recursos também pode escolher o VGBL.

É possível ajustar os aportes de acordo com a disponibilidade financeira, seja realizando contribuições periódicas ou aportes únicos em momentos específicos. 

Além disso, o plano permite optar entre o resgate integral do saldo acumulado ou o recebimento de uma renda mensal, dependendo das necessidades do titular na fase de utilização dos recursos.

Pessoas interessadas em proteger seus recursos contra imprevistos também podem utilizar o plano. Como o VGBL é um produto vinculado à previdência privada, ele não entra no inventário em caso de falecimento, o que pode agilizar a transferência de patrimônio para os beneficiários indicados. Essa característica atrai tanto indivíduos com famílias grandes quanto aqueles que desejam garantir maior segurança financeira para dependentes.

Onde o VGBL investe?

O VGBL, como produto de previdência privada, não realiza investimentos diretamente, mas aloca os recursos aplicados pelos participantes em fundos de previdência. 

Profissionais de instituições financeiras gerem esses fundos e direcionam os valores para uma combinação de ativos, de acordo com a política de investimentos estabelecida.

E que tipo de alocação acontece nesses produtos? 

Os fundos de previdência podem ter perfis variados, que incluem desde opções mais conservadoras, como fundos de renda fixa, até alternativas mais arrojadas, como fundos de ações e multimercados. 

Os fundos de renda fixa, por exemplo, concentram-se em títulos públicos e privados, como os emitidos pelo Tesouro Nacional, debêntures e certificados de recebíveis.Esse tipo de fundo é voltado para quem busca oferecer maior previsibilidade e menor exposição ao risco.

Já os fundos de ações aplicam os recursos no mercado de capitais, comprando participações em empresas listadas na bolsa de valores. Esses fundos têm maior potencial de retorno, mas também estão sujeitos a oscilações de mercado, o que os torna mais indicados para investidores com maior tolerância ao risco e com objetivos de longo prazo.

Os fundos multimercado, por sua vez, são uma combinação de diferentes tipos de ativos, como renda fixa, ações, câmbio e até investimentos no exterior. Essa diversificação busca equilibrar risco e retorno, adaptando-se a diferentes cenários econômicos. Quem deseja diversificar a carteira de investimentos dentro do próprio VGBL frequentemente escolhe essa categoria.

Outro ponto relevante é que os fundos de previdência associados ao VGBL seguem regras específicas, como limites de alocação em determinados ativos, para garantir maior segurança aos investidores. Essas regras são definidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), que regulam a atuação dos planos de previdência no Brasil.

Como aplicar no VGBL?

Você pode aplicar no VGBL por meio de bancos, seguradoras e corretoras de investimentos que oferecem planos de previdência privada.

Antes de iniciar, é importante entender como o plano funciona e avaliar se ele está alinhado aos seus objetivos financeiros de longo prazo.

Essa análise envolve desde a escolha da instituição financeira até a definição do tipo de fundo de previdência mais adequado ao seu perfil de investidor.

Seleção da instituição financeira 

O primeiro passo é selecionar uma instituição financeira confiável e que ofereça opções de VGBL com características compatíveis às suas necessidades. 

Isso inclui avaliar fatores como taxas de administração, opções de fundos disponíveis e condições gerais do contrato. 

Muitas instituições disponibilizam informações detalhadas em seus sites ou oferecem consultores para esclarecer dúvidas antes da adesão ao plano.

Realização do cadastro e assinatura do contrato 

Após escolher a instituição, é necessário realizar o cadastro e assinar o contrato do plano de previdência. 

Esse processo envolve fornecer informações pessoais, dados financeiros e, em alguns casos, responder a questionários de perfil de investidor. 

O objetivo é identificar o nível de tolerância ao risco do aplicador, o que ajuda na recomendação do fundo de previdência mais adequado.

Realizar o primeiro aporte

Com o contrato assinado, o próximo passo é realizar o primeiro aporte. 

No VGBL, é possível fazer contribuições periódicas ou aportes únicos, de acordo com a sua preferência e capacidade financeira. 

O valor mínimo de aplicação inicial varia conforme a instituição financeira, e muitos planos permitem flexibilidade nos aportes seguintes, o que facilita a adaptação às condições financeiras do investidor ao longo do tempo.

Durante a aplicação, é essencial escolher o fundo de previdência onde os recursos serão alocados.  Além disso, o VGBL oferece a possibilidade de ajustar os investimentos ao longo do tempo.

Caso as condições de mercado ou os objetivos do investidor mudem, é possível realizar a portabilidade interna, transferindo os recursos de um fundo para outro dentro da mesma instituição.

Essa flexibilidade é uma das características que tornam o VGBL atrativo para quem busca adaptar suas estratégias de investimento de forma dinâmica.

Acompanhamento e revisão

Outro aspecto importante é o acompanhamento dos investimentos após a aplicação. 

As instituições financeiras geralmente disponibilizam relatórios detalhados sobre o desempenho dos fundos, permitindo que o investidor monitore o crescimento do saldo acumulado. 

Esse acompanhamento é essencial para garantir que o plano está evoluindo de acordo com as expectativas e, se necessário, fazer ajustes na estratégia.

Como declarar o VGBL no IR?

Ao contrário de outros investimentos, você não pode deduzir os recursos aplicados no VGBL da base de cálculo do Imposto de Renda no momento da declaração, o que diferencia esse plano de outros, como o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). Por isso, vamos agora te falar um passo a passo para garantir que você fará esse processo corretamente.

Informar os valores aplicados

O primeiro passo para declarar o VGBL é informar os valores aplicados no plano durante o ano-base. 

A instituição financeira que administra o plano de previdência costuma fornecer um informe de rendimentos no início do ano seguinte, detalhando o saldo devedor, as contribuições realizadas, e os rendimentos acumulados. 

Na ficha de Bens e Direitos, o VGBL deve ser informado como um investimento.

O código correto para preencher a informação é o 47, que corresponde a “Previdência Privada – VGBL”. 

Você precisará inserir o valor total aplicado no plano nesse campo, que corresponde ao saldo devedor do VGBL no final do ano-base.

E também pode obter esse valor no informe de rendimentos, e é importante inserir o número correto, sem omissões, para evitar inconsistências com a Receita Federal.

Declarar os rendimentos 

Além disso, é preciso declarar os rendimentos provenientes do VGBL na ficha de “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”. 

Você deve destacar o valor de rendimentos como “Rendimentos de Previdência Privada”, já que, para efeitos de Imposto de Renda, a tributação dos rendimentos do VGBL é diferenciada: eles são considerados tributação exclusiva e não fazem parte da base de cálculo do Imposto de Renda anual, mas podem ser taxados no momento do resgate ou do recebimento de benefícios.

E no caso de resgates ou recebimentos? 

Aí a tributação ocorre no momento do pagamento, com base no regime escolhido (progressivo ou regressivo). 

Você pagará o imposto de renda sobre o ganho de capital (o rendimento) e não sobre o valor investido.

Quando o contribuinte resgata recursos do VGBL, a instituição financeira retém o imposto de acordo com o regime tributário do plano. 

Você deve informar esse valor retido na ficha de Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica.

Outro ponto relevante ao declarar o VGBL é o tratamento dado aos resgates parciais

Se o investidor fizer retiradas parciais do plano ao longo do ano, ele também precisa informar esses resgates na declaração.

Ele deve reportar os valores retirados na ficha de Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica, e detalhar o imposto pago no momento do resgate, caso tenha ocorrido retenção na fonte.

E se eu fizer portabilidade?

Se o investidor realizar portabilidade do VGBL entre diferentes planos ou instituições financeiras, ele também deve informar essa movimentação na declaração.

A portabilidade não gera a incidência de imposto de renda no momento da transferência, mas o contribuinte deve reportar o saldo devedor do VGBL na nova instituição, para que o fisco tenha uma visão clara do total acumulado e das movimentações realizadas.

Como resgatar o VGBL?

Você pode realizar o resgate do VGBL de forma relativamente simples, mas deve prestar atenção a alguns detalhes para garantir que todo o processo seja feito corretamente.

Quando o investidor decide retirar parte ou a totalidade dos valores acumulados no plano de previdência, ele precisa seguir alguns passos específicos e estar ciente das implicações tributárias envolvidas nesse processo. 

O resgate pode ocorrer de várias formas, incluindo resgates parciais ou totais, e cada tipo tem suas características.

Entrar em contato com a instituição financeira 

O investidor deve entrar em contato com a instituição financeira onde o plano está registrado para realizar o resgate do VGBL.

Escolher o tipo de resgate que deseja realizar

Uma vez feita a solicitação, o investidor precisa escolher o tipo de resgate que deseja realizar: total ou parcial

O resgate total significa que o investidor retira todo o saldo acumulado no VGBL e encerra o plano.

O investidor pode fazer esse tipo de resgate a qualquer momento, desde que não tenha compromissos contratuais específicos, como prazos mínimos de permanência.

No caso de um resgate parcial, o investidor retira apenas uma parte dos recursos acumulados, mantendo o restante investido no plano de previdência. 

Essa opção permite que o investidor continue com sua reserva acumulada enquanto usufrui de parte do saldo.

E tem taxas envolvidas?

Algumas instituições financeiras aplicam uma taxa de carregamento no momento do resgate, especialmente em planos que não oferecem isenção dessa taxa. 

A instituição financeira cobra a taxa de carregamento de saída como uma porcentagem do valor resgatado, com o objetivo de desincentivar retiradas antecipadas do plano.

No entanto, existem planos que não aplicam essa taxa, então é importante verificar as condições do contrato do VGBL.

Em alguns casos, pode ser vantajoso realizar o resgate por parcelas

Algumas instituições permitem que o investidor faça o resgate de uma parte do saldo de forma parcelada, ao invés de retirar tudo de uma vez. 

Essa opção pode ser interessante para quem deseja um fluxo de caixa constante, sem precisar retirar todo o valor acumulado de uma vez. 

A instituição distribuirá o valor do resgate ao longo de um período acordado, geralmente entre 12 a 24 meses.

Vale lembrar que, nesse caso, a tributação ocorrerá conforme o resgate de cada parcela, com o imposto sendo descontado à medida que o investidor realizar as retiradas.

VGBL e PGBL: qual a diferença e qual escolher?

O VGBL e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) são dois tipos de planos de previdência privada com características semelhantes, mas as diferenças importantes, especialmente em relação ao tratamento fiscal, os distinguem.

A escolha entre um e outro vai depender do perfil do investidor, dos objetivos financeiros e da situação tributária de cada pessoa. A seguir, vamos detalhar as principais diferenças e como elas influenciam a escolha do plano.

A principal diferença entre VGBL e PGBL

A principal diferença entre o VGBL e o PGBL está na forma como a tributação incide sobre as contribuições.

No PGBL, o investidor pode deduzir as contribuições realizadas ao longo do ano da base de cálculo do Imposto de Renda (IR), até o limite de 12% da renda bruta anual tributável.

Ou seja, quem optar pelo PGBL pode reduzir o valor de imposto a pagar no momento da declaração de IR, desde que não ultrapasse o limite de 12% da renda. Isso torna o PGBL uma opção atrativa para quem deseja reduzir o imposto no curto prazo, como no caso de profissionais autônomos ou pessoas com uma renda maior.

No VGBL, o investidor não pode deduzir as contribuições da base de cálculo do Imposto de Renda.

Embora o VGBL não ofereça esse benefício fiscal imediato, ele tem a vantagem de ser tributado apenas sobre os rendimentos no momento do resgate, e não sobre o valor total investido.

Em outras palavras, a tributação incide sobre o ganho de capital acumulado, e não sobre o valor aportado inicialmente.

Qual plano escolher?

A escolha entre VGBL e PGBL vai depender do perfil tributário e dos objetivos de cada investidor. 

Para aqueles que desejam reduzir o imposto de renda no curto prazo e têm uma renda suficiente para aproveitar a dedução de até 12% da renda bruta anual tributável, o PGBL pode ser a melhor opção. 

Esse benefício beneficia especialmente quem tem uma tributação elevada e busca formas de diminuir a carga tributária.

O investidor precisa se atentar ao limite de 12% da sua renda bruta, pois, se ultrapassar esse valor, a dedução não será permitida.

Por outro lado, o VGBL é uma escolha mais indicada para investidores com menor renda tributável ou aqueles que já pagam impostos elevados e não têm interesse em deduzir suas contribuições.

Como o VGBL tributa apenas os rendimentos, ele pode ser uma boa opção para quem já tem uma reserva acumulada e não quer pagar imposto sobre o valor principal aportado.

Além disso, o VGBL é mais indicado para investidores com foco no longo prazo, já que ele pode ser mais vantajoso em termos de tributação quando os recursos são mantidos no plano por vários anos, devido à tributação apenas sobre os rendimentos.

E o meu perfil, muda alguma coisa? 

Claro! 

Ambos os planos oferecem uma ampla gama de opções de fundos de investimentos, como renda fixa, ações, fundos imobiliários e outros ativos, e por isso, a escolha do plano também deve ser feita com base nos objetivos financeiros de cada investidor, como a necessidade de rentabilidade ou o perfil de risco. 

Vantagens e desvantagens do VGBL

Vantagens do VGBL

Tributação sobre os rendimentos

Como já dissemos, uma das principais vantagens do VGBL é que, ao fazer o resgate do investimento, o imposto de renda incide apenas sobre os rendimentos do plano, e não sobre o valor total aplicado.

Essa característica pode ser vantajosa para quem já possui uma reserva financeira acumulada, pois o imposto de renda não incide sobre o valor total investido, mas sim sobre os ganhos obtidos ao longo do tempo.

Flexibilidade na escolha do regime de tributação

O VGBL oferece ao investidor a possibilidade de optar entre dois regimes de tributação: o progressivo e o regressivo. Esse tipo de flexibilidade pode ser vantajoso dependendo do horizonte de investimento e dos objetivos do investidor.

Indicação para quem não pode deduzir as contribuições

Ao contrário do PGBL, o VGBL não permite que as contribuições sejam deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda. 

No entanto, essa característica torna o VGBL mais adequado para quem já paga impostos elevados ou para quem não tem interesse em deduzir as contribuições no IR. 

Nesse caso, o VGBL pode ser mais vantajoso, pois não há a necessidade de declarar as contribuições anualmente para dedução fiscal.

Possibilidade de investir com foco no longo prazo

O VGBL é ideal para quem busca uma forma de acumular recursos para a aposentadoria ou para outros objetivos de longo prazo. 

Como os recursos ficam aplicados por um longo período, o VGBL permite que o investidor tenha tempo para se beneficiar dos rendimentos acumulados ao longo dos anos. 

A tributação sobre os rendimentos, quando feita após um longo período, pode resultar em uma carga tributária mais baixa, especialmente se o investidor escolher o regime regressivo.

Desvantagens do VGBL

Impossibilidade de deduzir as contribuições

Uma desvantagem do VGBL é que as contribuições não podem ser deduzidas da base de cálculo do Imposto de Renda. 

Isso significa que, ao contrário do PGBL, quem faz aportes em um VGBL não consegue reduzir o valor do imposto a ser pago no ano em que faz as contribuições. 

Essa característica pode ser uma desvantagem para quem deseja obter um benefício fiscal imediato, especialmente para profissionais autônomos ou quem tem uma renda mais alta e quer reduzir sua carga tributária no curto prazo.

Tributação elevada no resgate a curto prazo

Se o investidor optar pelo resgate dos valores antes de completar 2 anos de aplicação, a alíquota de imposto de renda será mais alta, caso tenha escolhido o regime regressivo.

Isso pode representar uma desvantagem para quem deseja resgatar os recursos antes desse período, já que o imposto de renda pode variar entre 35% e 30% nos primeiros anos. 

Embora essa carga tributária seja reduzida com o tempo, no curto prazo, pode não ser vantajosa para aqueles que buscam liquidez imediata ou a possibilidade de retirar o valor investido rapidamente.

Custos de administração e taxas

Assim como outros tipos de investimento, o VGBL pode apresentar custos de administração e outras taxas, que podem impactar a rentabilidade final. 

Essas taxas podem variar de acordo com a instituição financeira escolhida, com o tipo de fundo de investimento no qual o VGBL está aplicado, e com o montante investido. 

Em alguns casos, os custos de administração podem ser elevados, o que pode reduzir o rendimento do investidor. 

É importante que o investidor verifique todas as taxas envolvidas antes de contratar um VGBL para garantir que elas estejam dentro de suas expectativas.

Resgate limitado a uma única vez

Outro ponto a ser considerado é que, em muitos casos, o resgate de recursos no VGBL só pode ser feito uma vez ao ano ou em prazos predeterminados. 

Isso pode representar uma desvantagem para quem busca mais flexibilidade em relação ao acesso aos recursos investidos. 

A falta de flexibilidade para fazer retiradas pode ser um inconveniente se o investidor precisar acessar o dinheiro antes do prazo estipulado, como em casos de emergência.

Riscos associados ao fundo de investimento escolhido

Embora o VGBL permita a diversificação dos investimentos em diferentes tipos de fundos, os resultados dependem da escolha desses fundos.

A rentabilidade do VGBL está atrelada ao desempenho do fundo de investimento escolhido, que pode ser impactado por diferentes fatores de mercado. 

Caso o fundo de investimento não tenha um bom desempenho, o retorno do VGBL será menor, e o investidor pode não alcançar o rendimento esperado. Portanto, é importante que o investidor tenha conhecimento sobre os fundos disponíveis e escolha aqueles que se alinham com seus objetivos e tolerância ao risco.

Como escolher o VGBL ideal?

Defina seus objetivos financeiros

Antes de escolher um VGBL, é importante entender qual é o seu objetivo financeiro com o plano.

Se a sua intenção é acumular recursos para a aposentadoria, o VGBL pode ser uma boa opção, pois ele é projetado para ser uma previdência privada de longo prazo. 

No entanto, é importante definir quanto você deseja acumular, em quanto tempo, e se você pretende fazer aportes periódicos ou apenas um valor único. 

Essa definição ajuda a escolher o plano que melhor se adequa aos seus objetivos e ao seu perfil de investimento.

Avalie seu perfil de risco

A escolha do fundo é um ponto importante, pois o desempenho do VGBL depende diretamente dos ativos presentes no fundo de investimento. 

Se você tem um perfil conservador, pode optar por fundos com maior segurança e menor risco, como os fundos de renda fixa.

Se você tem um perfil mais arrojado, pode escolher fundos de ações ou multimercado, que tendem a apresentar maior volatilidade, mas com possibilidades de rentabilidade superior.

Por isso, ao escolher o VGBL, é essencial que você avalie qual é o seu nível de tolerância ao risco. Isso ajuda a escolher um fundo que esteja em linha com o seu conforto em relação a oscilações de mercado.

Compare as taxas de administração e carregamento

Outro ponto importante ao escolher o VGBL é a análise das taxas envolvidas. As taxas de administração e carregamento podem impactar diretamente o rendimento do seu investimento. 

Embora essas taxas possam parecer pequenas à primeira vista, ao longo do tempo, elas podem diminuir consideravelmente o valor acumulado no seu VGBL. 

Portanto, é importante que você compare as taxas de diferentes planos para escolher o que oferece os menores custos possíveis, sem abrir mão de qualidade e rentabilidade. 

Verifique também se há algum tipo de isenção de taxa de carregamento para aportes regulares ou para resgates realizados após um longo período.

Considere a rentabilidade histórica

Embora a rentabilidade passada não seja garantia de resultados futuros, ela pode ajudar a dar uma ideia do desempenho de um fundo ao longo do tempo. 

Ao escolher um VGBL, procure analisar a rentabilidade histórica dos fundos em que o plano está investindo. Verifique o desempenho em períodos longos, considerando diferentes cenários de mercado, como crises e expansões econômicas.

Lembre-se de que a rentabilidade do VGBL está atrelada ao fundo de investimento escolhido, então, é importante entender como os fundos se comportam em termos de rendimento e volatilidade. 

Compare também a rentabilidade líquida (já descontadas as taxas) para ter uma visão mais clara do que será efetivamente retornado ao investidor.

Verifique a flexibilidade de aportes e resgates

A flexibilidade é outro aspecto a ser analisado ao escolher o VGBL ideal. 

Verifique se o plano oferece facilidade para realizar aportes adicionais, seja de forma periódica ou esporádica.

Além disso, verifique as condições de resgates. Alguns planos podem ter regras mais rígidas quanto ao momento do resgate ou até mesmo cobrar taxas adicionais se você fizer retiradas antes de um certo período.

Se você pretende fazer aportes regulares, como uma contribuição mensal, ou se há possibilidade de aumentar o valor investido ao longo do tempo, é importante que o VGBL ofereça essa flexibilidade sem penalidades ou custos elevados. 

Essa característica pode ser decisiva se você precisar ajustar seus investimentos no futuro.

Analise o suporte e a qualidade do atendimento

O suporte e a qualidade do atendimento ao cliente são aspectos muitas vezes negligenciados na escolha do VGBL.

No entanto, é importante saber que, em algum momento, você pode precisar de informações sobre seu plano, realizar ajustes ou esclarecer dúvidas. 

Portanto, ao escolher o VGBL, verifique se a instituição financeira oferece um bom atendimento ao cliente, seja por telefone, chat ou atendimento presencial.

Verifique a possibilidade de transferir entre planos

Alguns VGBLs oferecem a possibilidade de transferir o saldo entre diferentes planos ou entre diferentes tipos de fundos dentro do mesmo plano, sem que haja a incidência de impostos.

Considere o valor do aporte inicial

O valor mínimo de aporte inicial é outro fator importante ao escolher o VGBL. 

Algumas seguradoras exigem valores elevados para o primeiro investimento, enquanto outras oferecem planos com aportes iniciais mais acessíveis. 

Se você está começando a investir agora, um plano com um aporte inicial mais baixo pode ser a melhor opção, permitindo que você comece a acumular recursos sem comprometer seu orçamento.

Conclusão

O VGBL é uma forma de investir no futuro, especialmente se o objetivo for garantir uma aposentadoria tranquila. Ele oferece flexibilidade para ajustar os aportes de acordo com a sua situação e ainda permite escolher entre diferentes tipos de investimentos, conforme o seu perfil de risco.

Antes de optar por ele, vale a pena refletir sobre o que você realmente precisa para o futuro e considerar outras alternativas de investimento. Cada pessoa tem um objetivo diferente, e entender o que faz mais sentido para o seu caso pode ajudar a tomar a melhor decisão.

No final, o VGBL pode ser uma boa escolha para quem quer começar a planejar a aposentadoria ou simplesmente acumular recursos para o longo prazo. O importante é avaliar as opções com calma e pensar no que é mais vantajoso para o seu futuro.

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