Fundos multimercado são investimentos compostos por outros investimentos e podem ser uma boa opção para quem busca diversificar investimentos e aumentar a rentabilidade, uma vez que o investidor pode reunir em um só produto vários tipos de ativos.
Para compreender melhor o que são os fundos multimercados e como investir neles, preparamos este artigo para você. Boa leitura!
O que são fundos multimercado?
Fundos de investimento podem ser exemplificados como “condomínios”, cujo diversos investidores (condônimos) reúnem seus recursos,
dividem as despesas operacionais e delegam a um gestor a tarefa de escolher quais ativos investir dentro de uma estratégia pré-definida.
Ademais, os fundos multimercado, assim como os demais fundos de investimentos, juntam recursos de diversos investidores, ao mesmo tempo, para que sejam aplicados no mercado financeiro e de capitais.
Desta forma, a possibilidade de aplicações, tanto em renda fixa quanto em variável, gera mais possibilidades de ganhos e de rentabilidade.
Cabe ressaltar que, nesse tipo de investimento, as decisões são tomadas exclusivamente pelo gestor, mas os ganhos e perdas são compartilhados pelos investidores.
Quem regula os fundos multimercados?
No Brasil, os fundos de investimento funcionam sob a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão responsável por sua regulação e fiscalização.
Conforme a CVM, no artigo 97, “os fundos classificados como Multimercado” devem possuir políticas de investimento que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes previstas no art. 92″.
“Desse modo, existem inúmeras estratégias de investimento possíveis aos gestores desses fundos. No entanto, o gestor é obrigado, pelo código de auto-regulação da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (ANBID), a dizer se o fundo pode ou não assumir posições alavancadas, ou seja, aquelas nas quais existe probabilidade diferente de zero de perda superior ao patrimônio do fundo, desconsiderando-se casos de default nos seus ativos.” (YOSHINAGA; CASTRO JUNIOR; ODA; LUCCHESI)
Como investir em fundos multimercado?
Normalmente, para perfis mais conservadores ou moderados, muitos investidores dão preferência aos fundos de renda fixa, já os de perfis arrojados podem optar por ações.
Por outro lado, temos os fundos multimercado que são, muitas vezes, opções para todos os tipos de perfis. Isso se deve ao fato dos fundos multimercado serem uma opção para diversificar a sua carteira.
Portanto, uma característica dos fundos multimercado é que eles atendem a todos os perfis de investidores, sejam conservadores, moderados e arrojados. Desta forma, os investidores podem escolher dentre os mais diversos tipos de ativos:
- renda fixa;
- renda variável;
- ações;
- metais;
- ouro;
- câmbio, entre outros.
O Banco Central afirma que essa classe de ativos, apesar de envolver vários fatores de riscos, não tem “o compromisso de concentração em nenhum fator em especial”.
Quais são os tipos de fundos multimercado?
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) criou uma classificação para cada tipo de fundo. Confira:
- Investimento no Exterior: para receberem esta classificação devem investir 40% do patrimônio líquido em ativos financeiros no exterior; são uma das maiores categorias de fundos multimercado;
- Capital Protegido: Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger, parcial ou totalmente, o principal investido;
- Estratégia Específica: adotam posições de investimento que incidem riscos específicos (como futuro de índice ou commodities);
- Long and Short (Neutro): fazem operações de ativos e derivativos no mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas, visa a manter a exposição financeira líquida a 5%;
- Trading: realizam operações em diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio etc.), ganham a partir de movimentos de curto prazo no preço dos ativos;
- Juros e Moedas: buscam retornos no longo prazo, através do investimento em ativos de renda fixa com risco de juros, índice de preço e moeda estrangeira, não tendo como exposição os ativos de renda variável (ações etc.);
- Livre: não possui uma estratégia específica de investimento;
- Macro: são assim chamados por se basearem em cenários macroeconômicos de médio e longo prazo para realização de suas operações;
- Balanceados: buscam retorno no longo prazo através da compra de diversas classes de ativos, incluindo cotas de fundos;
- Dinâmicos: impõe uma estratégia de alocação, mas, diferentemente, dos fundos balanceados, não se comprometem com um mix previamente determinado, ou seja, são mais flexíveis.
Qual o prazo para resgatar o fundo multimercado?
O multimercado segue regras muito diferentes de outros fundos, uma delas é quanto ao prazo para o resgate de valores. Como as aplicações são feitas em títulos mais difíceis de negociar, é necessário ter mais tempo para o pagamento do resgate.
Sendo assim, na hora de começar a investir em fundos multimercado é necessário avaliar o período de carência, ou seja, o prazo de resgate para fazer a retirada do pagamento.
Os fundos multimercado se caracterizam por uma política de investimentos que envolve vários fatores de risco.
Entenda quais são os custos envolvidos nos fundos multimercado
Antes de investir em um fundo multimercado, é necessário avaliar uma série de variáveis. Esses fundos têm uma taxa de administração e a receita é deduzida do Imposto de Renda no momento do resgate.
Vale lembrar também que, como há um gestor escolhendo as melhores aplicações, há um custo. E esse custo pode impactar diretamente sobre o retorno da aplicação.
Taxa de administração
O principal custo é a taxa de administração, que existe em todos os fundos e incide sobre o patrimônio mantido pelo investidor. A taxa é baseada no tempo de aplicação.
Vale lembrar que a taxa é divulgada como um percentual anual, entretanto, a cobrança é feita diariamente, de maneira proporcional.
Taxa de performance
Apesar dessa taxa não ser obrigatória na composição dos custos de um fundo multimercado, pode ocorrer de serem cobrados.
A taxa de performance é definida no momento da elaboração do estatuto do fundo. Ela é cobrada como um percentual que excede o benchmark escolhido e só incide caso o desempenho do fundo supere o indicador.
Desvantagens em investir em fundos multimercado
A primeira desvantagem em investir em fundos multimercado é o alto risco de crédito.
O que é risco de crédito? É a possibilidade do emissor de um investimento não conseguir devolver o dinheiro para as pessoas que aplicaram (credores).
Outra desvantagem está relacionada à pouca liquidez de alguns ativos. Isso significa dizer que um ativo é mais difícil de ser resgatado, ou seja, é preciso esperar um tempo para receber.
Outro ponto a destacar é que, por ser uma operação de alta volatilidade, o investimento torna-se mais arriscado.
Por isso, o investidor deve fazer sua aplicação nesse fundo de investimento com cautela, avaliando o cenário, para proteger a carteira de ativos. Além disso, deve-se verificar o nível de desempenho do fundo e se ele, de fato, vai maximizar a sua rentabilidade.
Conclusão
Vimos que os fundos multimercado são boas opções para quem busca diversificar investimentos, uma vez que o investidor pode reunir em um só produto vários tipos de ativos.
Entretanto, sabendo que cada tipo de aplicação cumpre uma função diferente em uma carteira de investimentos, é importante conhecer os riscos de cada um, quais são os retornos e o tempo de resgate de pagamento.
Desta forma será possível escolher as melhores opções para começar a investir em fundos de investimentos.