Você já deve ter ouvido falar em CDI e Selic, mas talvez não saiba exatamente o que essas siglas significam na prática. O mercado financeiro oferece oportunidades interessantes para quem quer investir e aumentar seus ganhos, porém, muitos investidores iniciantes ainda o consideram um pouco inacessível e complicado.
CDI e Selic são dois termos frequentemente utilizados no mundo dos investimentos, portanto saber o que significam e a diferença entre eles é essencial para aprovar as oportunidades ao máximo.
Para te ajudar, nesse artigo vamos explicar a diferença entre CDI e Selic, olha só o que vamos conversar:
- O que é taxa Selic?
- Quais as datas das reuniões para determinar a taxa Selic?
- O que é taxa CDI?
- Qual a diferença entre CDI e Selic?
- Como CDI e Selic impactam os meus investimentos?
- Qual a diferença entre Renda Fixa x Renda Variável?
Taxa Selic?
A sigla Selic significa Sistema Especial de Liquidação e Custódia e diz respeito ao gerenciamento e registro das informações relacionadas aos títulos públicos federais – entre as informações estão o registro, custódia e liquidação desses títulos.
A Selic é a referência usada pelas empresas para determinar os juros aplicados em empréstimos, financiamentos e compras parceladas. Além disso, serve como base para o rendimento de investimentos como o Tesouro Direto e certos Certificados de Depósito Bancário (CDBs).
Essa taxa corresponde a operações financeiras entre instituições bancárias que ocorrem em um período muito curto, normalmente, em um dia. Por exemplo, se um banco precisa equilibrar o fluxo de dinheiro no final do dia, ele pode pedir empréstimo para outro banco por meio de títulos do Tesouro Nacional. Nesse caso, a taxa de juros do pagamento é a taxa Selic.
Por exemplo, o Tesouro Selic é um título cuja rentabilidade acompanha a taxa Selic. Se a taxa estiver fixada em 12,25% ao ano, o título proporcionará um retorno de 12,25% ao ano sobre o valor aplicado. Quando a Selic aumenta, os ganhos também são maiores. Por outro lado, se a taxa cai, o retorno diminui, mas não há perda do capital investido, apenas uma redução nos lucros.
A Selic também afeta outros tipos de investimentos, como:
Fundos imobiliários
Esses fundos reúnem recursos de investidores para aquisição de imóveis, gerando renda por meio de aluguéis. Há ainda fundos que fornecem recursos para instituições financeiras oferecerem crédito imobiliário.
A influência da Selic varia: dependendo de estar alta ou baixa, diferentes tipos de fundos podem ser mais ou menos beneficiados.
Fundos de investimentos
Mudanças na Selic e no CDI afetam o desempenho desses fundos, que frequentemente investem em empresas que oferecem crédito e financiamento em diversos setores.
Se a taxa de juros está alta, bancos e instituições financeiras conseguem lucros maiores devido à rentabilidade elevada dos empréstimos.
Ações
As ações de bancos e instituições financeiras podem atrair mais investidores com juros altos, assim como empresas que dependem de importações, já que uma Selic elevada tende a fortalecer o real frente ao dólar, reduzindo custos de importação.
Taxa CDI
O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é utilizado em empréstimos diários entre bancos para garantir estabilidade financeira, conforme exigência do Banco Central.
A média dos juros cobrados nesses empréstimos determina a taxa CDI, que é uma referência para rendimentos em contas digitais. Investimentos atrelados ao CDI incluem LCIs, LCAs, debêntures e fundos de renda fixa.
Quais as datas das reuniões para determinar a taxa Selic?
Quem define a taxa Selic é o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil). O Copom se reúne oito vezes ao longo do ano para isso, e cada reunião costuma pautar bastante o mercado financeiro. Por isso, é muito importante ficar atento às datas das reuniões.
As reuniões do Comitê de Política Monetária que determinam a Selic são feitas a cada 45 dias, cada sessão com dois dias de duração.
Calendário Copom 2025
Reunião | Datas |
---|---|
268ª reunião | 28 e 29 de janeiro de 2025 |
269ª reunião | 18 e 19 de março de 2025 |
270ª reunião | 6 e 7 de maio de 2025 |
271ª reunião | 17 e 18 de junho de 2025 |
272ª reunião | 29 e 30 de julho de 2025 |
273ª reunião | 16 e 17 de setembro de 2025 |
274ª reunião | 4 e 5 de novembro de 2025 |
275ª reunião | 9 e 10 de dezembro de 2025 |
O que é taxa CDI?
O CDI é bastante semelhante ao Selic, mas não envolve títulos públicos, então, não está relacionado ao governo federal.
A sigla significa Certificado de Depósito Interbancário e essa transação pode ser simplificada da seguinte maneira: enquanto o CDB diz respeito a investimentos entre pessoas físicas e instituições financeiras, o CDI acontece apenas entre os bancos – por isso o ‘interbancário’ no nome.
Então, o CDI está relacionado às operações privadas dos bancos e serve como referência ou como um indexador nos investimentos do setor privado.
A média de juros cobrados por esses depósitos interbancários é denominado taxa DI. A taxa DI é atualizada todos os dias pela Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) e seu valor atualizado é divulgado no site da B3, que opera a Bovespa.
Qual a diferença entre CDI e Selic?
Normalmente, ambas as taxas possuem valores semelhantes e costumam acompanhar os mesmos movimentos, mas CDI e Selic não são a mesma coisa. Então, qual a diferença entre CDI e Selic?
No geral, o CDI possui uma taxa ligeiramente abaixo da Selic. Isso porque ao contrário da Selic, o CDI é feito com lastro em títulos privados, que possuem um risco maior que os títulos públicos do governo. Ou seja, se a Selic está em 12,25%, o CDI provavelmente estará em torno de 12,15% a 12,20% ao ano.
Além disso, como dissemos anteriormente, a taxa DI é atualizada diariamente. Isso significa que, apesar de sempre orbitar próxima à Selic, o CDI pode variar ao longo do tempo — mesmo que a taxa básica de juros se mantenha estável.
Qual é a relação entre a Selic e o CDI?
A Selic, além de ser a taxa de referência para todas as operações de crédito, também serve como base para os bancos definirem os juros das transações entre si. A média desses juros cobrados nos empréstimos interbancários resulta na taxa CDI.
Por isso, o CDI acompanha as variações da Selic. Quando a Selic muda, os bancos ajustam os juros aplicados nessas operações, impactando também o CDI.
Selic ou CDI: qual rende mais?
Após entender a ligação entre Selic e CDI, é comum se questionar qual oferece maior rentabilidade. A resposta, no entanto, depende do tipo de investimento.
A taxa CDI geralmente fica ligeiramente abaixo da Selic, já que é destinada a equilibrar os empréstimos diários entre bancos. Isso significa que a Selic sempre rende mais? Não necessariamente. Existem investimentos que oferecem rendimentos acima de 100% do CDI, podendo superar a rentabilidade da Selic.
Como CDI e Selic impactam os meus investimentos?
Agora, você pode estar se perguntando: como tudo isso me afeta? Como já dissemos no início deste artigo, as taxas CDI e Selic estão diretamente relacionadas aos investimentos de renda fixa. Então, é bem provável que elas estejam impactando os seus investimentos. Veja só como:
Apesar de estarem ligadas às operações que acontecem entre as instituições financeiras, os efeitos de sua queda ou ascensão chegam até o investidor individual também. Para entender, basta pensar nos investimentos como ‘empréstimos’.
Por exemplo, se você realiza um investimento em um determinado banco, você está, de certa forma, “emprestando” esse dinheiro para o banco que, após um período, normalmente pré-estabelecido, te devolve esse investimento com a adição do valor definido na taxa de juros.
Como o valor dessas taxas de juros são definidas pelas taxas CDI e Selic, se elas estão altas, o seu investimento terá mais retorno, afinal, o banco irá te “pagar” um juros mais alto pelo seu empréstimo. Da mesma forma, se essas taxas estão em queda, você receberá menos retorno em seus investimentos. Então, as taxas CDI e Selic interferem diretamente nas mais variadas aplicações.
Isso tudo quer dizer, então, que se a taxa Selic cair não vale mais a pena investir em aplicações de renda fixa como o Tesouro direto? Nem sempre!
Para entender qual é o melhor momento de investir baseado na taxa Selic, é preciso entender também um pouco sobre a inflação.
A relação entre taxa Selic e inflação
A taxa selic e a inflação estão bastante interligadas. Quando a inflação sobe muito, o governo costuma aumentar a taxa Selic para tentar controlá-la.
Como a taxa Selic é a taxa básica de juros e influencia as outras taxas na economia, um aumento dela também significa o aumento dos juros em geral.
Então, quando os juros estão altos, as pessoas costumam comprar menos e, quando as pessoas compram menos, isso tende a baixar os preços e segurar um pouco o aumento da inflação.
Da mesma forma, quando a inflação está baixa, o governo pode baixar também a taxa Selic, estimulando um pouco mais a compra e a economia.
Nesse caso, o que realmente interessa é a diferença (subtração dos valores) entre a inflação e a taxa Selic. Ou seja, se a taxa Selic estiver muito alta mas a inflação também estiver, não necessariamente os lucros em investimentos serão mais expressivos. Por exemplo, a taxa Selic em 10% é considerada alta, mas se a inflação estiver em 7%, a diferença entre as duas taxas seria de 3%.
Se a taxa Selic estiver em 6% mas a inflação em 2%, a diferença entre elas seria 4%, ou seja, nesse caso, o lucro seria um pouco maior, mesmo com a taxa mais baixa.
Qual a diferença entre renda fixa x renda variável?
Os investimentos de renda fixa são aqueles que, após um tempo determinado, o investidor sabe exatamente quanto de retorno ele terá, baseado na quantia investida. Podemos dizer, então, que investimentos de renda fixa não têm nenhuma surpresa e, por isso, são considerados menos arriscados. Investir na poupança, por exemplo, é uma forma de investimento de renda fixa.
O contrário acontece nos de renda variável. Nesse tipo de investimento, não é possível precisar qual será o retorno – ou até se existirá retorno – após um determinado período de tempo. Eles são influenciados por fatores impossíveis de controlar, como a valorização de uma ação. Por serem mais voláteis, os investimentos de renda variável são considerados mais arriscados, afinal, há possibilidade de prejuízo. Porém, é essa volatilidade que faz com que as chances de lucros mais expressivos sejam maiores.
Por que é importante entender essa diferença para falarmos sobre CDI e Selic? Isso é porque as taxas CDI e Selic estão relacionadas aos investimentos de renda fixa e isso irá influenciar direta (e até indiretamente) a porcentagem ganhos em aplicações dessa natureza, como poupança, CDB e Tesouro Direto.
Como utilizar as taxas CDI e Selic para fazer melhores investimentos?
As taxas CDI e Selic influenciam bastante os rendimentos de aplicações de renda fixa como Tesouro Direto e CDB. Muitos investidores iniciantes podem ficar confusos nesse momento e não saber se valeria ou não a pena investir em algo dependendo do valor dessas taxas.
Assim como a maioria dos investimentos, não é possível dizer que há uma resposta correta de qual é o melhor ou pior tipo de investimento, afinal, tudo depende dos seus objetivos, a quantidade de dinheiro que você tem disponível para investir e o tempo que você está disposto a esperar pelos ganhos. Então, da mesma forma, apostar em investimentos que são influenciados pelas CDI e Selic também vai depender de outros fatores.
O importante é realmente entender o que essas taxas são e como elas influenciam os investimentos, o comportamento do mercado e a economia em geral, assim, você ficará melhor informado para tomar decisões relacionadas às suas aplicações.
Conclusão
O CDI e a Selic são dois indicadores importantes no mercado financeiro brasileiro, mas desempenham papéis distintos.
Compreender a diferença entre essas taxas é relevante para quem deseja tomar decisões mais informadas sobre investimentos e financiamentos. Muitas aplicações financeiras utilizam o CDI como referência de rentabilidade, o que reforça a importância de acompanhar ambos os indicadores.
Ao manter-se atento às variações da Selic e do CDI, é possível entender melhor o impacto dessas taxas no desempenho de investimentos e na economia como um todo. Essa compreensão pode ajudar na escolha de estratégias financeiras mais alinhadas aos seus objetivos.
Perfeito 👏🏻👏🏻