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Taxa Selic: 11,75%, tendências e como afeta os investimentos

Algumas mudanças tem ocorrido no mercado financeiro já que o BC elevou a taxa Selic a 11,75%. O cenário acaba deixando muitos investidores preocupados com os investimentos, e, infelizmente, as expectativas para o futuro ainda são incertas.

Segundo o chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, a taxa básica de juros “define o padrão para as demais taxas”.

Com esse cenário de mudanças muitos investidores ficam sem saber como isso afeta suas decisões de investimentos e o que já têm e, ao mesmo tempo, aqueles que ainda estavam pensando em começar a investir também passam a ter incertezas de onde investir. 

Independentemente de qual caso você se encaixa, não precisa mais se preocupar. Neste post, vamos explicar melhor o que é a taxa Selic, como a alta na taxa básica de juros influencia no dia a dia e qual a relação entre a Selic e investimentos. Boa leitura!

COPOM aumenta taxa Selic para 11,75% no início de 2022

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu no dia 16 de março elevar a taxa básica de juros da economia (Selic) em 1 ponto percentual, para 11,75% ao ano. Esse é o maior patamar para a taxa de juros desde 2017.

Entretanto, a alta já era esperada, pois o próprio COPOM havia sinalizado para tanto na reunião anterior. É esperado ainda que a taxa de juros continue subindo em 2022.

Segundo especialistas, a meta de 2022 é manter a inflação em 3,5%, mas há uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo, ou seja: pode variar entre 2% e 5%.

Mas o que isso significa na prática? Significa dizer que, se você já é um investidor e aplicou em renda fixa, não terá retornos tão expressivos de uma hora para a outra. Isso ocorre também porque a inflação não deve dar trégua nos próximos meses.

Mas a notícia não é alarmante para os investidores que sabem a importância na diversificação dos investimentos, visto que, mesmo com a subida da taxa básica de juros, há boas oportunidades em fundos multimercado, ETF’s de fundos imobiliários, investimentos coletivos, e até mesmo o Tesouro Direto pode oferecer ganhos líquidos interessantes. Vale observar, inclusive algumas oportunidades em ações.

Confira aqui algumas oportunidades de Investimento Coletivo Imobiliário: entenda se vale a pena e como fazer.

Taxa Selic: o que é e como funciona?

A Selic, ou taxa básica de juros, é uma sigla que está relacionada ao Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Esse sistema diz respeito ao gerenciamento e registro das informações relacionadas aos títulos públicos federais – informações como o registro, a custódia e a liquidação desses títulos. 

A Selic é a taxa de financiamento no mercado interbancário, isto é, ela é utilizada em operações financeiras entre instituições bancárias que ocorrem em um período muito curto – normalmente, entre um dia e outro (overnight).

Assim, se um banco precisar equilibrar o fluxo de dinheiro no final do dia, por exemplo, ele pode pedir empréstimo para outro banco. Isso ocorreria através de títulos do Tesouro Nacional, onde a taxa de juros do pagamento é a taxa Selic.

Para que não haja conflito de interesses, quem regula a taxa básica de juros não é nenhuma das instituições financeiras envolvidas nesse processo de empréstimo. Nesse caso, fica sob a responsabilidade do próprio governo federal. O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) é o órgão específico para seu regulamento.

Logo, a taxa Selic tem relação com o governo, com as empresas e a economia brasileira, motivo pelo qual ela também é conhecida como taxa básica de juros. A Selic influencia inúmeras outras taxas que, assim como ela, estão vinculadas à economia do país. 

Uma dessas taxas é a CDI, que também está diretamente relacionada aos investimentos de renda fixa. Esse tipo de investimento apresenta baixo nível de risco, sendo interessante para quem tem um perfil mais conservador na hora de investir.

Qual o impacto cotidiano da taxa Selic?

Talvez você já saiba, mas a variação da taxa Selic e a da inflação estão interligadas. O Banco Central costuma usar a taxa Selic para tentar controlar a inflação, principalmente quando há um grande aumento. 

Agora, você lembra como a taxa Selic é a taxa básica de juros e influencia outras taxas também atreladas à economia do Brasil? Pois então: o aumento da Selic significa que haverá um aumento generalizado dos juros

Isso gera uma reação em cadeia: quando os juros estão altos, os consumidores tendem a diminuir o volume de compra, o que costuma resultar em uma baixa nos preços. Por consequência, o BC consegue segurar um pouco o aumento da inflação

O contrário também é verdadeiro: quando a inflação está baixa, o governo da mesma forma pode baixar a taxa Selic. Nesse cenário, há um estímulo para que consumidores gastem dinheiro e para que as empresas expandam sua tomada de crédito e ampliem seus investimentos, ajudando a economia a crescer.

E qual a relação entre a inflação e meus investimentos?

Dessa ligação entre os níveis da inflação e da taxa Selic, o que realmente importa na hora de investir é a diferença entre os dois, ou a taxa de juros real. Em outras palavras, é preciso subtrair da Taxa Selic a inflação, da seguinte forma:

Taxa de juros real = Taxa Selic – Inflação 

Isso significa que uma taxa Selic alta não necessariamente resultará em mais lucros, caso a inflação também esteja alta. Se a taxa Selic estiver aos 10%, mas a inflação estiver aos 8%, calculando a diferença entre, a taxa de juros real seria de apenas 2%. 

Por outro lado, se a taxa Selic estiver em 3% e a inflação em 1%, a diferença seria de 2%, resultando em um lucro igual ao da opção anterior, mesmo com a Selic estando menor.

Esse é um dos cuidados a se tomar na hora de investir – não se pode ir pelo valor absoluto da Selic, também conhecido como valor nominal. É preciso sempre pensar na taxa de juros real.

Qual é o cenário atual da taxa Selic? Entenda a evolução

Depois de dez reuniões do Copom sem alterações na taxa Selic, o BC decidiu, em junho de 2019 realizar um corte. A taxa de juros que havia sido mantida em 6,5% ao ano desde maio de 2018 (uma queda na Selic após uma sequência de 12 cortes, iniciados em outubro de 2016) continuou a cair até chegar em 4%. 

Em 2020, com a crise do Coronavírus e a instabilidade na economia, como medida de emergência, a Selic sofreu novos cortes até atingir 2% ao ano, a menor taxa da história.

Já no ano de 2021, devido a um aumento da inflação, o COPOM realizou três aumentos consecutivos de 0,75% na taxa Selic: primeiro, elevando-a para 2,75%, em seguida para 3,5% e 4,25%. Logo após, realizou dois aumentos de 1%, levando a Selic para 6,25%, seguido por três aumentos de 1,5% e mais um de 1%.

Com isso, no dia 16 de março, o COPOM aumentou a SELIC para 11,75%.

Tudo isso impacta diretamente nosso dia a dia, especialmente os investimentos relacionados à Selic, e acontece em um momento delicado para o investidor, que está justamente atrás de certa segurança nas aplicações.

Como já dissemos, a taxa Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para as taxas de juros de financiamentos e para calcular a remuneração de investimentos que são corrigidos por ela.

A caderneta de poupança é um desses investimentos, sendo o método de investimento mais tradicional no Brasil, escolhido por cerca de 80% dos investidores brasileiros. Isso acontece porque quem escolhe aplicar dinheiro nela terá a certeza de que ele renderá mensalmente.

Entretanto, não significa que essa é a melhor maneira de multiplicar seus ganhos, afinal, a poupança apresenta uma rentabilidade inferior à de outras opções. Além disso, desde setembro de 2017 a poupança teve sua rentabilidade reduzida por conta de uma regra criada cinco anos antes. 

A nova regra é simples, mas também está atrelada à taxa Selic. Quando a taxa básica de juros está acima de 8,5% a.a., a caderneta de poupança tem um rendimento de 6,17% a.a. (o que é o mesmo que dizer que ela está rendendo 0,5% ao mês) mais a Taxa Referencial (TR). Contudo, se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% a.a., a poupança tem rentabilidade de 70% da Selic mais TR

Com Selic maior, poupança fica menos pior

Nesse caso, com a Selic mais alta, a rentabilidade da caderneta de poupança, que era baixa se comparada à de outros tipos de investimento, aumenta um pouco. Contudo, ainda existe um risco de desvalorização, uma vez que é possível que ela tenha rendimentos inferiores à inflação.

Em um momento como esse, com a taxa Selic ainda relativamente baixa, o dinheiro que está guardado na poupança perde o potencial de multiplicar-se, e não há como saber quando esse período desfavorável acabará. É um desperdício para quem está interessado em fazer as economias renderem. 

Mesmo o perfil médio do investidor brasileiro tradicionalmente ser o de um investidor mais cauteloso, é bom pesquisar e saber que existem outras opções de investimento (ainda seguras!) a se considerar. Veja a seguir algumas alternativas.

Alguns cuidados para começar a investir

Hoje em dia, as oportunidades para começar a investir são muitas no Brasil. E a busca por novos tipos de investimento continua em expansão, isso faz com que cada vez mais pessoas invistam dinheiro em aplicações financeiras não tradicionais. 

Isso acontece justamente por causa de ocasiões como essa, onde há instabilidade econômica. Fatores que, até então, eram previsíveis em certa medida, se comportam inesperadamente e podem pegar desprevenidos até mesmo investidores mais antigos.

Por isso, uma das características que se deve ter buscar ter em toda carteira de investimentos é a diversificação. Quando todo o dinheiro investido fica dependente de apenas uma variável, as chances de se ter prejuízos maiores é alta, já que não há outras fontes de rendimento que possam compensar o dinheiro perdido.

Sendo assim, a diversificação funciona em um sistema de aplicar dinheiro em investimentos de comportamentos inversos. Por exemplo: com a queda na Selic, na carteira diversificada de um mesmo investidor, um tipo de investimento atrelado à taxa básica de juros teria sofrido com uma baixa, enquanto um de outro tipo teria sido beneficiado, compensando a perda. 

Quais são opções de investimentos melhores do que a Selic?

É sempre bom ter em mente qual o objetivo do investimento que você está se propondo a fazer. Diferentes objetivos pedem diferentes estratégias financeiras. Se o seu objetivo no momento é desvincular sua rentabilidade da taxa Selic, você está buscando por investimentos de renda variável, em vez de renda fixa. 

São muitos os investimentos de renda variável – e eles não são novidade. A compra (e venda) de câmbio, ouro, ações ou até mesmo de imóveis são tipos de aplicações financeiras que existem há muito tempo. 

Porém, mesmo nesse sentido, é preciso estudar e compreender o mercado, uma vez que a renda variável também tem passado por um momento de alta instabilidade.

Fundos de investimento

Esse estilo de investimento pode ser realizado com um valor mais baixo quando comprado fracionado, isto é, compartilhados com outros investidores. Esse é o método utilizado pelos fundos de investimento, que disponibilizam a compra de cotas. 

É possível encontrar os mais diversos tipos de fundos (de Ações, Cambiais, de Curto Prazo, Internacionais, Multimercado), que variam de acordo com o índice que estão atrelados. O que deve ser considerado é que, sendo uma aplicação conjunta, os valores são divididos pelas cotas, não sendo tão exorbitantes para cada pessoa. 

Fundos imobiliários

Pensando especificamente na tradicional compra e venda de imóveis, há duas alternativas mais interessantes no mercado: os Fundos de Investimento Imobiliários (FII) e o crowdfunding imobiliário.

Para participar de um FII, investidores se juntam em uma sociedade, que será dona de um empreendimento (como um prédio comercial, por exemplo). No caso, o objetivo é gerar renda com aluguéis. Ou seja, é como se ao comprar um fundo imobiliário você estivesse comprando uma pequena parte de um prédio.

Crowdfunding imobiliário

O crowdfunding imobiliário é um investimento bastante semelhante aos FII. Contudo, há um fator que chama a atenção: nessa versão atualizada dos Fundos de Investimento Imobiliários, o capital de início necessário para se investir é bem menor

A Selic é uma taxa fundamental para os investimentos

E então? Conseguiu entender como a taxa Selic impacta no dia a dia e nos investimentos brasileiros?

A dependência da Selic às vezes parece inevitável, mas isso não é verdade no cenário financeiro contemporâneo. Aplicar suas economias na poupança ou em outros investimentos de renda fixa não é a única solução para aqueles que buscam investir com segurança. 

Mesmo com o aumento das taxas de juros vale a pena começar a investir e diversificar a sua carteira de investimentos em ativos nos quais aumentaram a alocação nos últimos meses, como o crowdfunding imobiliário.

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