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Riscos da renda fixa: como minimizar os riscos ao investir

Investir em renda fixa é uma alternativa interessante para quem busca estabilidade e segurança nos seus investimentos.

Porém, muitas pessoas acabam negligenciando ou subestimando os riscos envolvidos nessa modalidade de investimento. Riscos estes que podem impactar diretamente no rendimento do investimento e até mesmo causar a perda do dinheiro investido.

Neste artigo, vamos falar dos principais riscos da renda fixa e como minimizá-los, para que você possa tomar melhores decisões nesse ramo de investimento.

O que é a renda fixa?

Antes de discutirmos os riscos associados à renda fixa, é importante entendermos o que é esse tipo de investimento.

A renda fixa consiste em emprestar dinheiro para uma instituição financeira, como um banco ou governo, em troca de uma remuneração fixa. Essa remuneração pode ser pré-fixada, ou seja, definida no momento da aplicação, ou pós-fixada, atrelada a algum índice, como a taxa Selic ou a inflação.

Para entender mais sobre a renda fixa da INCO e os investimentos coletivos, separamos esse vídeo para você:

Como a renda fixa funciona

Como mencionamos, nesse tipo de investimento o investidor empresta dinheiro para uma instituição financeira, que em troca oferece uma remuneração fixa ao longo do tempo.

Essa remuneração pode ser pré-fixada, ou seja, definida no momento da aplicação, ou pós-fixada, atrelada a algum índice, como a taxa Selic ou a inflação.

Os títulos públicos, por exemplo, são emitidos pelo governo para financiar suas atividades e projetos. Eles são vendidos por meio do Tesouro Direto, plataforma online do Tesouro Nacional que permite a compra e venda de títulos públicos por pessoas físicas.

Entretanto, os títulos privados, como CDBs, LCIs e LCAs, são emitidos por bancos e empresas para captar recursos junto aos investidores.

Qual é a rentabilidade da renda fixa?

A rentabilidade da renda fixa depende do tipo de aplicação escolhida e, apesar do nome, nem sempre oferece ganhos fixos. Existem dois principais formatos para determinar os rendimentos:

  • Prefixado: a taxa de retorno é definida no momento do investimento, garantindo um percentual fixo e conhecido antecipadamente.
  • Pós-fixado: a rentabilidade é atrelada a um indicador variável, como a inflação ou o CDI, e, portanto, o percentual de retorno só é conhecido ao longo do tempo.

Isso significa que, no caso dos investimentos pós-fixados, não há garantia de um percentual previamente estabelecido.

Qual é a diferença entre renda fixa e renda variável?

A principal diferença entre renda fixa e renda variável está nas regras de rendimento. Na renda fixa, as condições de retorno são estabelecidas no momento da aplicação. O investidor já sabe o prazo e a forma de cálculo dos ganhos.

Na renda variável, os resultados não são previsíveis, e há a possibilidade de perder parte ou até a totalidade do valor investido. Em contrapartida, na renda fixa, o risco de perda é menor, já que existe uma maior proteção, como a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que cobre valores até um limite, mesmo em caso de falência do banco emissor.

Embora a renda variável tenha potencial para oferecer retornos mais elevados, isso depende de um desempenho positivo. Em cenários de resultados negativos, a renda fixa se torna uma opção mais vantajosa.

Quais são os investimentos mais comuns em renda fixa?

Tesouro Direto 

O Tesouro Direto é um dos investimentos mais populares para iniciantes. Trata-se de um programa do Tesouro Nacional que permite a compra de títulos públicos por pessoas físicas pela internet. Existem diferentes títulos, cada um com suas próprias características e prazos de vencimento. O Selic é um dos mais indicados para quem quer começar a investir, pois tem liquidez diária e baixo risco.

Certificados de Depósito Bancário (CDBs)

Outra opção de investimento em renda fixa são os Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Uma aplicação em que você empresta dinheiro para um banco e recebe uma taxa de juros em troca. Além disso, existem diferentes tipos de CDBs, como os pré-fixados e os pós-fixados, e cada um tem suas próprias características e riscos.

Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)

As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) também são opções de investimentos em renda fixa. São títulos emitidos visando captar recursos para o setor imobiliário e agrícola. E tem seus rendimentos isentos de Imposto de Renda.

Investimentos alternativos em renda fixa 

Investimentos alternativos são ativos financeiros que não se enquadram nas categorias tradicionais como as citadas anteriormente. O modelo de investimento que a INCO oferece é um exemplo de investimento alternativo, onde pessoas investem dinheiro em projetos ou empresas em troca de juros. 

Riscos da renda fixa

Os investimentos em renda fixa apresentam menor risco quando comparados a aplicações em renda variável, como ações, dólar ou ouro.

No entanto, isso não significa que estejam completamente isentos de riscos.

Confira alguns deles:

Risco de crédito

Um dos principais riscos que os investidores em renda fixa devem estar cientes é o risco de crédito. Este risco está relacionado à possibilidade de o emissor do título não conseguir pagar os juros ou o principal no vencimento.

Títulos de renda fixa emitidos por empresas com menor rating (avaliação) de crédito ou por países com maior risco de inadimplência apresentam maior risco de crédito.

Isso ocorre porque esses emissores são considerados mais arriscados pelos investidores, o que resulta em taxas de juros mais altas para compensar o risco.

Porém, mesmo em títulos governamentais ou emitidos por empresas com maior rating de crédito, ainda há um risco de crédito presente. Qualquer emissor pode enfrentar problemas inesperados!

Assim, para minimizar o risco de crédito, você pode diversificar seus investimentos em títulos de diferentes emissores e setores, além de avaliar a qualidade do crédito do emissor antes de investir. 

Risco de liquidez

Outro risco que os investidores em renda fixa devem considerar é o risco de liquidez. Esse risco está relacionado à capacidade de vender um título com rapidez e sem perda significativa de valor.

Em outras palavras, o risco de liquidez ocorre quando um investidor não consegue vender o título no momento desejado ou quando precisa vender o título em um momento de baixa liquidez no mercado, resultando em perdas financeiras.

Esse risco é especialmente relevante para investidores que precisam de acesso rápido ao dinheiro, como investidores que estão próximos da aposentadoria ou que precisam do dinheiro para uma emergência.

Ademais, para minimizar o risco de liquidez, considere investir em títulos de renda fixa com alta liquidez, como os negociados em bolsa ou com prazos de vencimento mais curtos. 

Risco de reinvestimento

Outro risco que os investidores em renda fixa devem estar cientes é o risco de reinvestimento. Esse risco está relacionado à possibilidade de que, quando um título de renda fixa chega ao vencimento, o investidor não consiga encontrar uma opção de investimento com a mesma taxa de juros ou com um retorno adequado.

Para minimizar esse risco, considere títulos de renda fixa com prazos de vencimento mais curtos, o que permite reinvestir o dinheiro em um prazo mais curto.

Risco de gestão ou operacional

Esse risco está relacionado à capacidade do gestor em tomar as melhores decisões de investimento para maximizar o retorno do fundo. O risco de gestão pode se manifestar de diferentes maneiras, como a escolha de investimentos de baixa qualidade, a falta de diversificação da carteira de investimentos ou o uso de estratégias de investimento inadequadas.

Para minimizar o risco de gestão, os investidores podem considerar investir em fundos de investimento com gestores experientes e bem-sucedidos. Além disso, é importante realizar uma análise do histórico de desempenho do fundo e da estratégia de investimento antes de investir.

Ademais, outra maneira de minimizar o risco de gestão é investir em títulos de renda fixa diretamente em vez de investir em fundos de investimento.

Marcação a mercado

A flutuação do valor dos títulos de renda fixa no mercado pode gerar ganhos ou perdas para o investidor, dependendo do momento em que ele vende o título.

A marcação a mercado é o processo pelo qual o valor de um título de renda fixa é atualizado diariamente para refletir as condições atuais do mercado.

Isso significa que o valor do título pode flutuar de acordo com as mudanças nas taxas de juros e em outros fatores que afetam o valor do título.

Para os investidores em renda fixa, o efeito da marcação a mercado pode ser especialmente relevante em um ambiente de aumento das taxas de juros. Isso ocorre porque, quando as taxas de juros sobem, o valor dos títulos de renda fixa tendem a cair, já que os novos oferecem taxas de juros mais altas.

Assim, para minimizar esses efeitos, os investidores podem considerar investir em títulos de renda fixa com prazos mais longos, reduzindo a exposição a flutuações de curto prazo.

Como investir em renda fixa?

A primeira etapa ao investir em renda fixa é entender as opções disponíveis.

Principais ativos de renda fixa

  1. Títulos Públicos: Emitidos pelo Tesouro Nacional, esses títulos são acessíveis por meio de plataformas como o Tesouro Direto. Existem diferentes tipos de títulos públicos, como o Tesouro Selic, Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado, cada um com características distintas em relação à rentabilidade e ao risco.
  2. CDB (Certificado de Depósito Bancário): Emitido por bancos, o CDB é uma forma de empréstimo que o investidor faz à instituição financeira em troca de uma rentabilidade. O CDB pode ter rentabilidade pré-fixada (quando o investidor sabe exatamente quanto vai receber no vencimento) ou pós-fixada (quando a rentabilidade está atrelada a um indicador, como o CDI).
  3. LCI e LCA (Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio): Títulos emitidos por instituições financeiras e direcionados para financiar o setor imobiliário ou o agronegócio. A principal vantagem das LCIs e LCAs é que os rendimentos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que torna esses produtos interessantes para quem busca uma rentabilidade líquida maior.
  4. Debêntures: São títulos de dívida emitidos por empresas para captar recursos no mercado. Elas podem oferecer rentabilidade prefixada ou atrelada a índices, e, em troca do capital investido, o investidor recebe uma remuneração que pode variar conforme o risco da empresa emissora. As debêntures apresentam um risco maior que os títulos públicos e CDBs, pois dependem da saúde financeira da empresa.

Tipo de ativo e alinhamento de perfil

Uma vez que você entenda as opções de investimento, o próximo passo é determinar qual tipo de ativo se alinha aos seus objetivos e perfil de risco.

O perfil de risco de um investidor é essencial para definir se ele deve escolher uma aplicação mais conservadora, como os títulos públicos ou CDBs, ou se pode se arriscar com opções mais ousadas, como as debêntures.

Para isso, é necessário avaliar o horizonte de tempo para o qual o investimento será feito e as necessidades de liquidez, ou seja, a facilidade com que você pode acessar os recursos investidos, caso precise.

Prazo de vencimento

Outro ponto importante é o prazo de vencimento. Os investimentos em renda fixa podem ter prazos variados, desde alguns meses até muitos anos.

O prazo de vencimento influencia tanto o retorno quanto a flexibilidade do investimento. Por exemplo, investimentos de longo prazo, como o Tesouro IPCA+, costumam ter uma rentabilidade maior devido ao tempo, mas exigem que o investidor tenha um planejamento para não precisar do dinheiro antes do vencimento.

Para investidores que precisam de liquidez, opções como o Tesouro Selic ou CDBs com prazos menores podem ser mais indicadas, já que permitem o resgate antecipado com menos impacto no rendimento.

Rentabilidade

A rentabilidade dos investimentos de renda fixa pode ser pré-fixada, pós-fixada ou hibrida. Nos investimentos pré-fixados, o investidor sabe exatamente quanto vai receber no final do período de aplicação.

Esse tipo de título é ideal para quem busca previsibilidade. Já os investimentos pós-fixados têm rentabilidade atrelada a algum índice de referência, como o CDI ou a inflação (IPCA), o que significa que o retorno pode variar de acordo com o desempenho desses índices.

Os investimentos híbridos, como o Tesouro IPCA+, oferecem uma combinação de rentabilidade fixa com um índice de correção atrelado, como o IPCA, o que protege o investidor da inflação.

Tributação

É essencial também compreender a tributação dos investimentos de renda fixa. Em geral, a tributação ocorre de forma regressiva, ou seja, quanto mais tempo o dinheiro ficar investido, menor será a alíquota de imposto de renda sobre os rendimentos.

Para títulos de curto prazo, as alíquotas podem ser mais altas, o que impacta diretamente no rendimento final. Além do imposto de renda, alguns produtos, como os CDBs, podem ter incidência de IOF, especialmente em resgates realizados nos primeiros dias de investimento.

Algumas das principais taxas e tributações são:

Taxa/TributaçãoDescrição
IOFIncide sobre os rendimentos em aplicações de curto prazo (até 30 dias).
IRVaria conforme o prazo de investimento, sendo regressivo.
Taxa de custódiaCobrada por algumas instituições para manter o título.

Como informar investimentos em renda fixa no Imposto de Renda

Declarar investimentos de renda fixa no Imposto de Renda é uma exigência legal, além de ser fundamental para evitar complicações com a Receita Federal.

Embora possa parecer desafiador, o processo é simples quando seguido corretamente. Veja o passo a passo:

  1. Acesse o programa da Receita Federal e clique na seção “Bens e Direitos”;
  2. Selecione o código adequado ao tipo de investimento de renda fixa que você possui;
  3. Informe a instituição onde adquiriu os títulos;
  4. No campo “Situação”, insira o valor total investido;
  5. Registre os rendimentos recebidos ao longo do ano no campo correspondente;
  6. Repita o procedimento para cada tipo de aplicação;
  7. Revise todas as informações antes de enviar a declaração.

É importante utilizar os informes de rendimentos fornecidos pelas instituições financeiras para garantir que os dados estejam corretos.

Sugestões para investir em renda fixa com eficácia

Aplicar em renda fixa é uma opção interessante para quem deseja estabilidade e previsibilidade nos retornos. No entanto, para otimizar os ganhos e minimizar os riscos, considere seguir estas duas sugestões:

  • Evite concentrar seus recursos em um único tipo de investimento. Diversifique suas aplicações entre diferentes títulos de renda fixa.
  • Fique atento às taxas e tributações envolvidas. Elas variam e podem impactar diretamente o rendimento final.

Por fim, lembre-se de sempre buscar informações confiáveis sobre a instituição financeira onde pretende aplicar seus recursos. Quanto melhor for a reputação da instituição, menores serão os riscos de crédito associados.

Liquidez

A liquidez de um investimento também deve ser analisada, pois ela determina a facilidade com que o investidor pode acessar o seu dinheiro antes do vencimento do título.

Alguns produtos, como o Tesouro Selic, oferecem boa liquidez, permitindo o resgate a qualquer momento, sem grandes perdas.

Outros investimentos, como debêntures e CDBs de longo prazo, têm liquidez menor, o que pode dificultar o acesso ao dinheiro de forma antecipada.

Solidez da instituição emissora

Além disso, é sempre bom considerar a solidez da instituição emissora. A segurança do seu investimento está, em muitos casos, diretamente ligada à saúde financeira da instituição que emitiu o título.

Por isso, antes de aplicar em um CDB ou debênture, é importante analisar a classificação de risco da instituição, que pode ser consultada em agências de classificação de risco, como a Fitch, Moody’s ou Standard & Poor’s. Isso ajuda a compreender o grau de risco do investimento, permitindo que você tome uma decisão mais informada.

O papel do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)

Como mencionamos, investir em renda fixa pode ser uma alternativa interessante para quem busca uma aplicação financeira mais segura e previsível. No entanto, mesmo nesse tipo de investimento, existem riscos. Um deles é a possibilidade do emissor não honrar com o pagamento dos juros e/ou do principal investido.

É aí que entra o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Criado para oferecer uma proteção adicional aos investidores em caso de quebra ou falência do emissor do título de renda fixa.

Que tipo de riscos o FGC cobre?

O fundo oferece uma cobertura de até R$ 250.000,00 por CPF e por instituição financeira. Isso significa que, se o emissor do título de renda fixa em que você investiu quebrar e você tiver até R $250.000,00 aplicados nessa instituição, o FGC garantirá o ressarcimento desse valor.

Conclusão

Em conclusão, investir em renda fixa pode ser uma opção interessante para aqueles que procuram uma forma de investimento de baixo risco e com retornos previsíveis.

No entanto, como discutido ao longo deste artigo, há uma série de riscos associados a esse tipo de investimento que os investidores devem estar cientes.

Por isso, é fundamental que você monitore regularmente seus investimentos em renda fixa e esteja preparado para ajustar suas estratégias de investimento quando necessário.

1 comentário em “Riscos da renda fixa: como minimizar os riscos ao investir”

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