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Riscos de investimento: o que é e como avaliar antes de fazer uma aplicação

Um dos maiores desafios para aqueles que desejam começar a investir são os riscos que contemplam esse universo. Qual estratégia usar? Como garantir um retorno positivo? Por onde começar?

Antes de tudo, devemos deixar claro que não existe investimento sem riscos. Algumas aplicações podem ser mais arriscadas que outras e isso varia de acordo com o seu retorno esperado.

Diariamente estamos suscetíveis a decisões arriscadas na nossa vida e no mercado financeiro não seria diferente. Por isso, é essencial que você conheça  cada um destes riscos e saiba como traçar boas estratégias para minimizá-los ao máximo.

Neste texto iremos te apresentar o que são os riscos de investimento e como avaliá-los antes de fazer uma aplicação.

O que são riscos de investimento e como eles são definidos

Todo investimento visa uma rentabilidade e o risco está associado à incerteza desta. 

Em qualquer aplicação existe a chance, grande ou pequena, de se obter um retorno abaixo do esperado. E ainda que nosso objetivo seja sempre obter lucro, estamos sempre sujeitos a perder dinheiro e até mesmo mais do que aplicamos inicialmente.

Quando falamos em riscos de investimentos, podemos citar os riscos sistêmicos, que são os que englobam a economia como um todo, ou seja, podem comprometer todo o mercado financeiro; e os riscos não sistêmicos, que são riscos particulares de cada tipo de investimento. 

Os riscos de investimentos são contemplados por: risco de mercado, sendo este considerado um risco sistêmico, e riscos de liquidez, crédito e gestão, considerados riscos não sistêmicos. 

Risco de mercado

O risco de mercado está associado à oscilação do mercado financeiro, ou seja, quanto maior a variação, maior o risco. É, dentre os riscos, o mais conhecido, pois reflete em grande parte dos investimentos e é o mais perceptível entre os investidores.

Devemos lembrar que este risco está diretamente ligado à expectativa de ganho e será proporcional ao retorno esperado. Por isso, devemos sempre levar em conta à variação daquele investimento.

Essas oscilações afetam, em menor ou maior grau, uma série de diferentes ativos ainda que não mantenham correlação. Mas ainda assim, uma forma de reduzir esse risco e preservar o capital é diversificando suas aplicações, uma vez que, ainda que um lado oscile de forma desfavorável, é possível aproveitar do outro. 

Risco de liquidez

A liquidez é a facilidade em resgatar uma aplicação, ou seja, a velocidade com que um determinado patrimônio investido pode ser convertido em capital. Existem ativos financeiros com alta liquidez e ativos com liquidez reduzida. 

Um exemplo de investimento com baixa liquidez são os imóveis. A venda de um imóvel pode levar meses para ocorrer e por isso não é recomendado para investidores que buscam um rápido retorno de capital (a não ser que você queira investir em imóveis de maneiras alternativas, por meio do crowdfunding imobiliário, por exemplo).

Já no investimento de alta liquidez, é possível ter um retorno até diário de capital, ou seja, ele pode ser movimentado antes do vencimento de aplicação. É o caso da caderneta de poupança e dos fundos de investimento conservadores.

Quanto menor a liquidez do investimento, maior é o risco, pois, sem poder movimentar seu dinheiro, você fica mais exposto às oscilações do mercado e consequentemente a um maior prejuízo. Em compensação, maior também é a rentabilidade, uma vez que liquidez e retorno andam juntos.

Risco de crédito

O risco de crédito está associado à possibilidade da inadimplência em uma transação financeira. Em outras palavras, é a possibilidade do investidor receber um “calote” do credor. 

Apesar de ser um risco difícil de acontecer, é sempre válido manter a cautela para evitar surpresas. Uma boa maneira de amenizá-lo é checar todas as informações possíveis a respeito da instituição em que se está investindo. 

Risco de gestão ou operacional

O risco de gestão geralmente é definido como possíveis falhas nos processos internos, ou na capacidade daquele gestor do investimento gerar a rentabilidade esperada. 

Este risco é comum em casos de investimentos em que há um terceiro administrando o seu capital. Afinal, pode acontecer das decisões e estratégias traçadas por esse gestor serem pouco eficazes e não gerarem o resultado esperado. 

Perfil do investidor

Antes de escolher onde investir, é necessário que o investidor considere qual o risco daquela aplicação, qual a rentabilidade e qual a liquidez (tempo de retorno) esperada. Isso irá definir o perfil de risco de investimento de cada um.

Frente aos riscos, cada perfil de investidor definirá o quanto está disposto a colocar na mesa para obter lucro. Ser fiel à este perfil pode ser um diferencial na hora de ter sucesso em suas aplicações. Vamos entender um pouco mais sobre cada um? 

Conservador

O conservador prioriza a segurança, logo, prefere investir em ações de baixo risco. Como uma das suas principais características é preservar o seu patrimônio, este perfil de investidor vai se interessar por investimentos de baixa oscilação, liquidez diária e renda fixa.

Este perfil é normalmente caracterizado por pessoas com mais de 40 anos que desejam manter o patrimônio já conquistado. Ou, também, por investidores iniciantes que ainda não se sentem seguros com o mercado. 

Alguns exemplos de investimentos ligados à este perfil são o Tesouro Direto, o CDB, ou LCI/LCA e os Fundos de Renda Fixa.

Moderado

Este perfil de investidor encontra-se no “meio do caminho”. Ainda existe um zelo pela segurança, mas ao mesmo tempo, ele está mais aberto a encarar os riscos de longo prazo.

Caracteriza-se por ser um perfil mais versátil, portanto, sabe aproveitar cada investimento da melhor forma, seja pensando em sua segurança ou na possibilidade de alcançar um alto lucro. 

Normalmente contempla investidores com certo conhecimento de mercado e um patrimônio em crescimento. Alguns exemplos de aposta para este perfil são canais como a bolsa de valores, o CDI e o CDB. 

Agressivo ou arrojado

O perfil agressivo ou arrojado é o oposto do perfil conservador. Este investidor acredita que encarar todos os riscos é a melhor maneira de obter lucro, ainda que isso signifique perder dinheiro a curto prazo. 

Isso não quer dizer que o investidor de perfil agressivo aplica seu dinheiro em qualquer lugar. Pelo contrário! Ele entende que as perdas de curto prazo são momentâneas e necessárias para se obter lucros maiores a longo prazo, e portanto, têm estratégias bem definidas e um vasto conhecimento do mercado financeiro. 

Tem uma perspectiva de retorno a curto prazo, por isso prefere investir em ações de empresas que oferecem maior rentabilidade. Logo, é necessário preparo técnico e emocional para lidar com as oscilações e os riscos do mercado. 

Para aqueles que se identificam com esse perfil, é essencial ter uma reserva de capital para emergências. Afinal, em algumas situações de imprevistos, é melhor usar o dinheiro guardado do que resgatar um investimento. Assim não há perda de rentabilidade.

Qual tipo de investimento combina mais com o meu perfil

É importante saber qual o seu perfil de investidor, mas também é necessário ressaltar que essa definição não é totalmente definitiva. 

A medida que você for entendendo mais do mercado financeiro e até colocando em prática, mais você pode definir as suas estratégias e se moldar de acordo com seu objetivo. 

Por exemplo, é natural que você comece com um perfil mais conservador e aos poucos vá caminhando em direção a um perfil mais moderado ou até arrojado. Tudo vai depender do seu momento e do quanto você está disposto a arriscar para conseguir o retorno desejado.

Investimentos de baixo e alto risco

Como vimos anteriormente, cada perfil de investidor se identificará com uma maneira de investir, e a rentabilidade desejada irá determinar o risco que cada um está disposto a correr.

Baixo risco

Se você se identifica com um perfil mais conservador e tem interesse em investimentos seguros, talvez a renda fixa seja uma boa opção. Confira alguns exemplos:

Poupança

Investir na poupança é uma das formas de investimento mais seguras atualmente e também a mais conhecida pelos brasileiros. Geralmente ela se caracteriza por uma renda pessoal separada para futuros gastos. 

Apesar de segura, não é uma opção de investimento que rende muito. Atualmente a poupança rende por volta de 2,1% ao ano. 

CDB

CDB, ou Certificado de Depósito Bancário, é também uma renda fixa brasileira bastante conhecida. 

Essa aplicação de investimento é oferecida por bancos e corretoras para a captação de fundos, rendendo juros pré e pós-fixados. Em outras palavras é como se você emprestasse seu dinheiro ao banco e ele te pagasse com juros. 

Ele é considerado uma forma de investimento segura pois recebe proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), ou seja, aplicações de até R$250 mil por cpf são protegidas em caso de calote ou falência bancária.

Tesouro Selic

O funcionamento do Tesouro Selic é semelhante ao do CDB, ou seja, você empresta dinheiro ao governo e recebe juros por isso. Devido ao fato de ser emitido pelo governo, esse investimento é considerado um dos mais seguros atualmente, pois, a possibilidade de calote é menor. 

O Tesouro Selic tem alta liquidez e pode ser resgatado rapidamente. Seus rendimentos são atrelados à taxa Selic, sendo superior ao rendimento da poupança. 

Alto risco

Já no caso de você se identificar com um perfil mais agressivo, os investimentos de renda variável podem gerar melhor proveito. Esse tipo de investimento não possui lucro previsível devido a sua alta volatilidade, e apesar de apresentar grandes riscos de prejuízo, é exatamente essa instabilidade que permite a possibilidade de se ter um maior retorno no final das contas. É o caso de alguns destes:

Ações na bolsa

Investir em ações representa, em poucas palavras, tornar-se sócio de um determinado negócio. O investidor que compra ações de uma empresa passa a correr os mesmos riscos desta, assim como participa também dos lucros e prejuízos.

Mercado de opções

É o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura por um preço pré-determinado. Ele permite que investidores possam criar diferentes estratégias em diferentes situações de mercado. 

Câmbio de moedas

A operação de câmbio é basicamente a troca de uma moeda por outra. O risco dessa operação ocorre pela possibilidade de perdas imprevisíveis como resultado da oscilação nas taxas de câmbio. 

E o crowdfunding de investimentos? Qual o risco?

Os investimentos coletivos são uma modalidade relativamente nova no Brasil, em que um grupo de pessoas investe em um projeto de uma empresa e ao final de um prazo pré-definido, recebe a quantia de volta, acrescida de juros pré-determinados com a empresa. Essa é uma alternativa que tem proporcionado excelentes retornos aos investidores e que tem se popularizado bastante, especialmente neste cenário de Selic em queda.

Mas então, qual o risco dos investimentos coletivos?

De certa forma, pode-se dizer que eles têm um moderado, pois funcionam de maneira pré-fixada e assim o investidor sabe exatamente quando irá receber e quanto ele terá de lucro. Nesse caso, o maior risco é o risco de crédito, que efetiva-se caso da empresa captadora tenha problemas financeiros e não consiga remunerar os investidores ao final do prazo. 

Porém, para evitar isso, empresas sérias, como a INCO, fazem uma rigorosa análise de crédito das empresas para as quais fazem captações e só trabalham com empresas confiáveis e financeiramente saudáveis, que serão capazes de remunerar os investidores de maneira correta. Além disso, uma série de outras garantias são envolvidas nesse tipo de negociação – como o patrimônio dos próprios empreendedores.

Dessa forma, o risco é diminuído e os investidores conseguem ter mais segurança e podem investir com mais tranquilidade nessa modalidade.


E então? Deu para entender um pouco mais sobre os riscos de investimento e como eles são definidos? 

Apesar de existirem opções de investimento mais seguras que outras, todas possuem uma certa taxa de risco e devemos constantemente nos municiar de informações para minimizá-los o máximo possível. 

2 comentários em “Riscos de investimento: o que é e como avaliar antes de fazer uma aplicação”

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