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Investir em Tesouro Direto: como fazer e quanto é indicado

O Tesouro Direto é de longe um dos investimentos mais populares do Brasil. Investir em Tesouro Direto é uma boa opção tanto para investidores iniciantes ou de perfil mais conservador, quanto para aqueles que buscam maior risco mas desejam diversificar sua carteira.

Toda essa popularidade, que atravessa grupos tão diversos, atingiu seu pico em 2019, quando o total de investidores ativos no Tesouro Direto ultrapassou a marca de 1,2 milhão de pessoas. Isso representa um crescimento recorde de 52%, ou 414 mil novos investidores, em apenas 12 meses.

Mas porque tantas pessoas estão interessadas em investir em Tesouro Direto? Quais os tipos de tesouro disponíveis, como e quanto você deve investir neles? Continue com a gente para descobrir tudo isso e muito mais!

O que é o Tesouro Direto?

O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que vende títulos públicos federais pela internet. Ele foi criado em 2002 e tem como intuito agilizar, facilitar e democratizar a compra de papéis do governo por pessoas físicas. 

Antes do Tesouro Direto toda compra de títulos públicos por pessoas físicas precisava ser feita indiretamente, através de fundos de renda fixa que cobravam elevadas taxas de administração. Como consequência disso os rendimentos dos títulos eram muito prejudicados, tornando-os menos atrativos.

Outro fator importante é que o Tesouro Direto permite investimentos de baixíssimo valor: com apenas 30 reais você já pode começar a investir! Um benefício direto desta democratização do investimento é que pessoas que investem tendem a ser cidadãos mais bem informados e que conseguem gerenciar melhor seu dinheiro.  

Isso porque quando você investe você passa a ter um interesse direto em se atualizar sobre os indicadores macroeconômicos que regem à rentabilidade dos seus títulos e que também são cruciais para um país prosperar, como a sua taxa de juros e a taxa de inflação.

Entre os pontos principais na hora de escolher investir em Tesouro Direto, destacamos a liquidez diária e sua rentabilidade, que consistentemente supera à de outros investimentos de baixo risco como a poupança tradicional.

Como funciona o Tesouro Direto?

Existem diferentes tipos de tesouro, mas no geral eles funcionam da seguinte maneira: ao comprar um título, você está fazendo um empréstimo para o governo federal. Você é o credor do governo e, na posição de credor, você condiciona o seu empréstimo ao recebimento de juros.  

Esse empréstimo é um ativo de renda fixa e que possui uma rentabilidade relativamente previsível. Ele conta com uma data de vencimento que, quando atingida, dará como retorno para você, investidor, o valor emprestado acrescido da rentabilidade que o título oferece. E quanto maior a data de vencimento, maior será o seu retorno.

Essa data de vencimento, porém, não é rígida, justamente por causa da liquidez diária do Tesouro Direto. Caso necessite do dinheiro, ou se acredita que pode obter um retorno melhor em outra aplicação, você pode resgatar o seu dinheiro antes da data do vencimento. Saiba, contudo, que isso pode diminuir a rentabilidade de alguns tipos de tesouro. Mais abaixo no texto você vai entender em quais casos isso pode ocorrer.

Quais são os tipos de Tesouro?

Existem vários tipos diferentes de Tesouro Direto, cada um com seu nível de risco e sua rentabilidade. No geral, porém, eles se encaixam em uma das seguintes categorias: títulos pós-fixados, prefixados ou híbridos. 

Tesouros pós-fixados

Nos tesouros pós-fixados a rentabilidade dos títulos é associada a um indicador que varia ao longo do tempo. Ou seja, o retorno do título não é constante, podendo aumentar ou diminuir de acordo com esse indicador.
De acordo com o Tesouro Nacional são três os títulos pós-fixados:

Títulos indexados à Selic

Se você tem em seu celular um aplicativo de pagamento, ou caso você seja cliente de um banco digital, é bem capaz que o dinheiro vinculado à sua conta esteja sendo investido no Tesouro Selic.

A rentabilidade desses títulos está vinculada à Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia. Ela é definida pelo COPOM, o Comitê de Política Monetária do Banco Central. A cada 45 dias o COPOM realiza uma reunião onde define se a Taxa Selic aumenta, diminui ou se permanece.

Atualmente a Taxa Selic está em 11,75%, um valor que para padrões brasileiros é considerado relativamente normal. Por isso a rentabilidade dos títulos indexados à Selic segue em linha com padrões históricos.

Títulos indexados ao IPCA 

A rentabilidade desses papéis está vinculada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo. O IPCA é medido todo mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e é o indicador de referência do Banco Central no estabelecimento das metas de inflação. 

O grande diferencial desses títulos é que protegem o investidor das flutuações do IPCA, isto é, ele garante rentabilidade real ao longo da duração do investimento. É indicado para investidores que querem formar poupança a médio/longo prazo, como no caso de aposentadorias e aquisição de imóveis.

Títulos indexados ao IGP-M

Esses títulos funcionam de forma semelhante aos de cima, com a diferença de que o IGP-M, ou Índice Geral de Preços do Mercado, é calculado pela Fundação Getúlio Vargas. Ele tem como base uma média ponderada do índice Nacional de Custos e Construção Civil, o índice de preços por atacado e o de preços ao consumidor.

Tesouros prefixados

Nos tesouros prefixados você sabe exatamente qual será a rentabilidade do seu título na hora em que você realiza o investimento, desde que faça o resgate na data de vencimento. Por garantir uma rentabilidade fixa, é recomendado para metas de médio e longo prazo. 

Eles são uma boa opção, por exemplo, para quem acredita que a taxa Selic vai cair, pois por serem prefixados os papéis ficam imunes à possíveis quedas na Selic.

Eles se dividem em dois tipos: o Tesouro Prefixado e o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais. A única diferença entre eles é que na opção com Juros Semestrais você não precisa esperar até o vencimento para resgatar o seu dinheiro – todo semestre você recebe o rendimento referente ao período sem que haja uma possível perda de rentabilidade.

Tesouros híbridos

Por sua vez, os tesouros híbridos, como o próprio nome sugere, misturam elementos pré e pós fixados. Sendo mais específico, parte da rentabilidade do título é determinada no momento da compra, enquanto a outra parte está sujeita à variações da inflação.

Um exemplo de tesouro híbrido é o Tesouro IPCA+, que combina um retorno prefixado, definido no momento da compra do papel, com a variação do IPCA. Com isso o Tesouro IPCA+ protege seus ganhos de um pico de inflação inesperado.

Qual o risco de investir em Tesouro Direto?

Não importa qual seja o caso, uma coisa é certa: não existe investimento sem risco! Embora os títulos do governo sejam um dos papéis mais seguros do mercado (no Brasil mesmo nunca houve um calote na dívida interna), o risco de investir ainda existe.

No geral, quanto maior o risco do título público, maior o retorno que o governo oferece pelo seu investimento. Na Argentina, que enfrenta grave crise, o rendimento dos títulos públicos ultrapassaram 74% no ano passado, justamente para tornar os papéis mais atraente aos investidores.

Mas devido ao tamanho risco que esses títulos correm, mesmo com tamanha rentabilidade muitos preferem investir em títulos públicos estadunidenses, os chamados treasuries, que no momento tem uma rentabilidade em torno de apenas 1% ao ano. 

Isso porque a economia estadunidense é considerada a mais forte do mundo e sua moeda, o dólar, é a moeda-padrão da economia global. Portanto os papéis do governo oferecem um risco muito menor de calote aos investidores.

É por esse mesmo motivo que quando a Federal Reserve, o banco central americano, decide aumentar as taxas de juros, elevando a rentabilidade dos títulos públicos de lá, geralmente ocorre uma transferência de parte do capital investido em Tesouro Direto aqui no Brasil para os títulos americanos. 

Isso por sua vez tem efeitos diversos na economia brasileira, podendo impactar desde a taxa de câmbio até à taxa Selic, mas esse é assunto para um outro texto. No geral você não precisa se preocupar: basta se informar direitinho sobre tudo que está acontecendo no mercado e acompanhar sempre que puder a rentabilidade dos seus títulos que as chances do seu investimento sair pela culatra são mínimas!

Para quem vale a pena investir em Tesouro Direto?

Antes de decidir se vale a pena para você investir em Tesouro Direto — na verdade, antes de realizar qualquer tipo de investimento — é sempre importante ter em mente quais as suas metas e objetivos com ele.

Isso porque se sua meta é algo de longo prazo, como aposentadoria, os ativos recomendados para você serão bem diferentes de quem busca fazer uma viagem ou criar uma reserva de emergência

Como falamos anteriormente, o Tesouro Direto oferece liquidez diária e consistentemente supera a rentabilidade de outros investimentos de baixíssimo risco, como a poupança. Então se segurança e liquidez são os principais fatores para você, o Tesouro Direto pode ser uma ótima pedida. 

Entretanto, embora não seja comum que o Tesouro Direto dê prejuízo, em alguns casos essa ainda é uma possibilidade real. O Tesouro Selic, em específico, está cada vez menos rentável: há expectativas de quedas ainda maiores na taxa Selic neste ano, e o título não deve cobrir nem mesmo a inflação!

O Tesouro Direto também pode dar prejuízo quando a pessoa que comprou um título prefixado decide vender o papel antes da data de vencimento. A depender do momento em que é feito esse resgate (caso o mercado esteja em queda forte, por exemplo) é capaz que o título esteja valendo menos do que a passou pagou originalmente por ele.

Outro exemplo de prejuízo com tesouro direto envolve os títulos prefixados de longo prazo: caso ocorram mudanças bruscas na economia é possível que parte da rentabilidade seja comprometida

Isso aconteceu recentemente quando, em 2015, ano em que se deflagrou uma forte crise na economia brasileira, a taxa de inflação ficou acima de 10%. No geral, porém, esses casos são exceções à parte.

Como investir em Tesouro Direto? 

Para investir em Tesouro Direto primeiro você precisa ter conta em um banco ou corretora. Caso você ainda não tenha uma conta em alguma dessas instituições, vale a pena buscar no mercado alguma que não cobre taxa de administração ou corretagem para investir em Tesouro Direto.

Com a conta em mãos, basta entrar em contato com a instituição ou, caso eles ofereçam esta opção, acessar o aplicativo ou plataforma online e clicar na aba de investimento. Lá você terá acesso às diversas opções de papéis que o Tesouro Nacional emite. 

Em alguns casos o banco ou corretora oferecerá algumas dicas para auxiliar você na escolha do tesouro. São perguntas como “você é um investidor de baixo ou alto risco?” e “você prefere previsibilidade ou garantia de ganho acima da inflação?”. 

Com isso eles buscam determinar qual o seu perfil de investidor e qual o tipo de tesouro que mais se adequa às suas necessidades.

Após escolher o melhor plano para você e o valor que deseja investir, você pode escolher uma data para programar investimentos mensais ou, caso queira realizar um depósito único, simplesmente confirmar o pedido. 

E pronto! Seu dinheiro começará a render e você terá acesso ao extrato, à rentabilidade diária e a data de vencimento do título direto do seu celular, sempre que quiser.

Conclusão

Em suma, investir em Tesouro Direto é fácil, rápido e seguro. Os riscos são mínimos e a variedade de opções é mais que suficiente para agradar qualquer freguês. O Tesouro é uma ótima pedida tanto para quem busca diversificar a carteira quanto para quem está começando só agora no mundo dos investimentos

Aliás, se este é o seu caso e você ainda fica um pouco confuso com tantas siglas e termos novos, a Inco preparou um material perfeito para você

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