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Debêntures: o que são, como funcionam e por que investir  

No mundo dos investimentos, a diversificação é uma estratégia importantíssima para a construção de um portfólio sólido e rentável. E nesse contexto, as debêntures surgem como uma alternativa interessante para quem busca oportunidades além das tradicionais, e se você está em busca de maneiras de ampliar seus horizontes financeiros e entender como funcionam os mecanismos do mercado, este artigo é para você.

Nesse artigo, vamos falar sobre os conceitos básicos e abordar de forma clara e concisa os principais aspectos que envolvem as debêntures. Você descobrirá não apenas o que são e como funcionam, mas também por que elas podem ser uma adição interessante para a sua carteira de investimentos.

Vamos lá?

O que são debêntures?

Debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas como uma forma de obter financiamento.  Quando você investe em debêntures, está emprestando dinheiro para a empresa emissora, que concorda em pagar juros periódicos como compensação pelo empréstimo. Esses juros são uma maneira de atrair investidores e recompensá-los pelo risco assumido.

Ademais, o funcionamento das debêntures é relativamente simples. Imagine que uma empresa precisa de dinheiro para expandir seus negócios, e em vez de recorrer a um empréstimo bancário, ela emite os títulos no mercado financeiro.

Os investidores interessados compram esses títulos, efetivamente emprestando dinheiro à empresa, e em troca, ela se compromete a pagar juros em intervalos predefinidos, geralmente a cada semestre.

Qual é a diferença entre debêntures e ações?

Natureza do investimento

A primeira delas é a natureza do investimento. As debêntures representam títulos de dívida emitidos por empresas como forma de captação de recursos, já as ações são partes de propriedade em uma empresa. Ao comprar ações, você se torna um acionista e possui uma fração da empresa, com potencial de lucro por meio de valorização das ações e distribuição de dividendos.

Retorno do investimento

Além disso, as debêntures geralmente oferecem retornos mais previsíveis, já que os juros e o reembolso do valor principal são acordados previamente, e o risco principal está relacionado à capacidade da empresa de cumprir seus pagamentos.

No caso das ações, os retornos podem ser mais variáveis, já que estão sujeitos ao mercado e ao desempenho da empresa, e também por isso, elas têm o potencial de proporcionar retornos bem maiores!

Prioridade de recebimento

Ademais, em caso de falência ou liquidação da empresa, os detentores de debêntures têm prioridade sobre os acionistas no recebimento dos valores devidos. Os acionistas, por sua vez, ficam em uma posição inferior na hierarquia de pagamento, o que significa que são os últimos a receber em caso de liquidação.

Além disso, as ações geralmente têm maior liquidez, já que podem ser compradas e vendidas facilmente no mercado de ações. Por outro lado, debêntures podem ter menor liquidez, o que significa que pode ser mais difícil encontrar compradores caso você queira vender antes do vencimento.

Tipo de investimento

Por fim, debêntures são consideradas investimentos em renda fixa, e as ações são investimentos em renda variável, mais indicadas para investidores dispostos a assumir riscos maiores em busca de maiores retornos.

Por que empresas emitem debêntures e quem as pode emitir

Empresas optam por emitir debêntures por várias razões. Primeiramente, esse tipo de emissão permite que as empresas obtenham capital sem diluir a participação dos acionistas atuais, ao contrário do que acontece com uma emissão de ações. 

Além disso, as taxas de juros das debêntures podem ser mais atrativas do que as oferecidas por empréstimos bancários tradicionais, o que torna essa opção atraente para empresas em busca de financiamento. Adicionalmente, a emissão de debêntures diversifica as fontes de financiamento da empresa, o que reduz a dependência dela de empréstimos bancários ou de capital próprio.

No entanto, é importante destacar que a emissão de debêntures envolve uma análise rigorosa por parte dos investidores e das agências de rating, que avaliam o risco de crédito da empresa emissora. Empresas com sólida saúde financeira, histórico de pagamentos pontuais e planos de negócios consistentes tem mais chance de ter sucesso na emissão de debêntures.

Tipos de debêntures

Debêntures conversíveis

Essas debêntures oferecem a quem as detém a opção de convertê-las em ações da empresa emissora após um determinado período e essa conversão é geralmente realizada a uma taxa pré-estabelecida. São interessantes para investidores que buscam potencial valorização das ações no futuro.

Debêntures simples

As debêntures simples são títulos de dívida onde a empresa se compromete a pagar aos investidores o valor principal acrescido de juros em datas predefinidas. São uma opção mais básica e direta de captação de recursos.

Debêntures incentivadas

Também conhecidas como debêntures de infraestrutura, essas são emitidas para financiar projetos de infraestrutura no país, e oferecem benefícios fiscais aos investidores, como isenção ou redução de impostos.

Debêntures comuns

São aquelas que não possuem características especiais de conversibilidade, permutabilidade ou participação nos lucros da empresa emissora. Elas funcionam como empréstimos tradicionais, onde os investidores recebem juros sobre o valor investido.

Debêntures permutáveis

Esse tipo permite que os detentores convertam suas debêntures em ações de outra empresa, muitas vezes ligada à empresa emissora original. O que te permite diversificar os investimentos de maneira semelhante às conversíveis.

Debêntures perpétuas

São debêntures que não têm data de vencimento fixa, ou seja, a empresa emissora paga juros indefinidamente, sem a obrigação de reembolsar o valor principal. São menos comuns e geralmente oferecem juros mais atrativos.

Debêntures participativas

Essas debêntures dão aos investidores o direito de participar dos lucros da empresa emissora, além dos juros fixos. Além disso, os investidores compartilham uma porcentagem dos ganhos, o que pode tornar essa opção mais atrativa em cenários de crescimento da empresa.

Rendimento das debêntures

As debêntures são investimentos que oferecem diferentes tipos de rendimento, permitindo que você escolha a opção que melhor se alinha às suas estratégias financeiras e ao cenário econômico. Entre os principais tipos de remuneração estão as prefixadas, pós-fixadas e aquelas com remuneração híbrida.

Debêntures pré-fixadas

Nesse tipo de debênture, a taxa de juros é definida no momento da emissão e permanece constante ao longo do período de investimento. Isso significa que o investidor sabe desde o início qual será o rendimento total da debênture.

Debêntures pós-fixadas

As pós-fixadas têm sua remuneração atrelada a um indicador, geralmente algum índice de inflação (como o IPCA) ou a taxa básica de juros (Selic). Além disso, o rendimento é calculado ao final do período de investimento, o que significa que você estará exposto às variações do indicador escolhido.

Debêntures com remuneração híbrida

Essas debêntures combinam elementos de rendimento prefixado e pós-fixado. Geralmente, tem uma taxa fixa somada a um indicador variável, e essa modalidade pode ser uma alternativa para quem busca equilibrar segurança e potencial de retorno.

Ademais, na hora de escolher entre os diferentes tipos de rendimento, é fundamental considerar fatores como o cenário econômico atual, as expectativas para o futuro, e principalmente, o seu perfil de investidor. Investidores mais conservadores podem preferir as prefixadas por conta da previsibilidade de rendimento, enquanto investidores dispostos a correr mais riscos podem buscar as pós-fixadas para aproveitar possíveis altas de indicadores econômicos. 

Custos e tributação

Taxa de emissão e custódia

Ao adquirir debêntures, você pode estar sujeito a uma taxa de emissão cobrada pela instituição financeira intermediária. Além disso, algumas instituições também podem cobrar taxas de custódia para manter seus investimentos em conta.

Imposto de renda (IR)

Os rendimentos obtidos estão sujeitos à tributação de Imposto de Renda. A alíquota do IR varia conforme o prazo do investimento, seguindo uma tabela regressiva. Ou seja, quanto mais tempo você mantiver a debênture, menor será a alíquota de IR a ser paga.

IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)

Para investimentos com prazos curtos, o IOF pode incidir sobre os rendimentos, tornando-se mais relevante em aplicações de curto prazo.

Custo de oportunidade

Vale lembrar que o custo de oportunidade deve ser considerado ao investir, já que seu rendimento poderia ser superior ou inferior a outras alternativas de investimento disponíveis no mercado financeiro.

Conclusão

Portanto, antes de investir, é fundamental conhecer todos esses aspectos e avaliar o impacto dos custos e da tributação em seus rendimentos líquidos. Além disso, considerar o prazo do investimento, o tipo de debênture e a sua estratégia financeira vai te ajudar a tomar decisões mais informadas e alinhadas aos seus objetivos.

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