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LFT: o que é, como funciona e como investir! 

  • Lislye Viana 
  • 10 min read

Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são uma opção de investimento bastante utilizada. Seu rendimento acompanha a taxa Selic, o que atrai diferentes perfis de investidores. Antes de decidir aplicá-las na carteira, é importante entender seu funcionamento e características.

Este artigo apresenta o que são as LFTs, como operam e quais os passos para investir. Com essas informações, você poderá avaliar se fazem sentido para seus objetivos financeiros.

Vamos lá?

O que é LFT?

As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são títulos públicos emitidos pelo governo federal para captar recursos e financiar suas atividades.

Seu rendimento está atrelado à taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira, o que significa que seu retorno acompanha as variações dessa referência.

Como funciona a LFT?

Diferente de outros títulos públicos que possuem rendimento prefixado, as LFTs são pós-fixadas, o que garante que sua rentabilidade seja ajustada conforme as mudanças na Selic.

Isso faz com que sejam vistas como uma alternativa para quem busca um investimento que acompanhe a taxa de juros vigente.

Valor da LFT

O valor de uma LFT no momento da compra pode ser diferente do valor de resgate, pois o preço do título varia conforme a Selic se altera.

Quando a taxa de juros sobe, a valorização da LFT ocorre de forma proporcional. Já em momentos de queda da Selic, a valorização se ajusta ao novo patamar.

Prazos de vencimento

Esses títulos possuem prazos de vencimento estabelecidos no momento da emissão, mas podem ser vendidos antes desse período no mercado secundário. 

O investidor pode negociar pelo Tesouro Direto ou por meio de corretoras e bancos, o que oferece flexibilidade na gestão de sua carteira.

Garantias 

Além da rentabilidade, a LFT tem garantia do Tesouro Nacional, o que significa que o risco de crédito está diretamente relacionado à capacidade de pagamento do governo.

Isso as diferencia de outros investimentos de renda fixa que possuem garantias privadas ou limitadas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Aplicação mínima

A aplicação mínima pode variar de acordo com o lote fracionário disponível no Tesouro Direto. 

Os juros são pagos no vencimento ou na venda antecipada do título. O imposto de renda incide sobre os rendimentos, seguindo a tabela regressiva, onde a alíquota diminui conforme o tempo da aplicação.

Liquidez

A liquidez das LFTs também é um fator relevante, pois o Tesouro Nacional garante a recompra diária dos títulos pelo Tesouro Direto

Isso permite que o investidor venda sua posição antes do vencimento, embora o preço possa variar de acordo com o momento da venda.

Quais as vantagens e desvantagens do LFT?

O perfil do investidor e o objetivo da aplicação determinam se as características das Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são vantajosas ou desvantajosas.

Vantagens

Investimento pós-fixado

Uma das principais vantagens das LFTs é o fato de serem pós-fixadas, o que significa que sua rentabilidade acompanha a taxa Selic.

Isso reduz o risco de perda de valor real do investimento em momentos de alta dos juros, diferentemente dos títulos prefixados, que podem sofrer desvalorização quando a taxa de juros sobe.

Previsibilidade na remuneração

Outra característica relevante é a previsibilidade na remuneração. Embora a taxa Selic possa oscilar ao longo do tempo, o investidor sabe que seu rendimento seguirá essa referência, evitando surpresas relacionadas a variações de mercado que afetam ativos de renda variável ou mesmo títulos prefixados e atrelados à inflação.

Liquidez diária

A LFT tem liquidez diária dentro do Tesouro Direto, com garantia de recompra pelo Tesouro Nacional. 

Isso significa que o investidor pode vender o título antes do vencimento, sem depender da existência de compradores no mercado secundário. No entanto, o preço de venda pode ser diferente do valor de compra, dependendo das condições de mercado.

A LFT é garantida pelo governo federal, o que torna o risco de crédito considerado baixo.

Isso a diferencia de outros ativos de renda fixa emitidos por instituições privadas, que podem depender da cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ou estar sujeitos a inadimplência da instituição emissora.

A tributação segue a tabela regressiva do imposto de renda para investimentos de renda fixa. 

Quanto mais tempo o investidor mantém o título, menor a alíquota incidente sobre os rendimentos, variando de 22,5% para aplicações de até 180 dias a 15% para investimentos acima de 720 dias.

Desvantagens

Variação do preço do título

Embora a LFT tenha liquidez diária, o preço do título pode variar ao longo do tempo. Se o investidor vender a LFT antes do vencimento, pode receber um valor diferente do esperado, dependendo das condições de mercado.

Isso ocorre porque os títulos podem sofrer deságios momentâneos, mesmo que sua rentabilidade esteja atrelada à Selic.

Rentabilidade 

A rentabilidade das LFTs tende a ser menor do que a de ativos de maior risco.  Como são títulos públicos pós-fixados, o retorno está diretamente relacionado à taxa Selic, que pode ser inferior ao rendimento de títulos prefixados ou atrelados à inflação, dependendo do cenário econômico.

A incidência do imposto de renda sobre os rendimentos pode impactar o retorno líquido do investimento. Além disso, há a cobrança de IOF para resgates realizados em menos de 30 dias, o que pode reduzir a rentabilidade em aplicações de curtíssimo prazo.

Taxa de custódia da B3

Outro ponto a ser considerado é a taxa de custódia da B3, que incide sobre os investimentos no Tesouro Direto.

Atualmente, a B3 cobra uma taxa de 0,2% ao ano sobre o valor investido, o que pode impactar o retorno líquido ao longo do tempo, especialmente para quem mantém a aplicação por longos períodos.

Como investir em LFT?

Investir em Letras Financeiras do Tesouro (LFT) exige um processo que envolve a escolha da instituição intermediária, a análise dos custos envolvidos e a definição da estratégia de aplicação. 

Como são títulos públicos, o investidor pode negociar diretamente pelo Tesouro Direto ou no mercado secundário, dependendo do perfil e do prazo desejado.

Escolha da instituição

O primeiro passo para investir em LFTs é ter conta em uma instituição financeira que permita a negociação desses títulos. 

Bancos e corretoras cadastradas no Tesouro Direto oferecem essa possibilidade, com variações nos custos e serviços prestados. 

Algumas corretoras cobram taxas adicionais, enquanto outras isentam o investidor desse custo.

No Tesouro Direto, o investidor faz a compra diretamente pelo site ou aplicativo do programa.

Após a abertura da conta em uma corretora habilitada, o investidor pode transferir recursos e acessar a plataforma para selecionar os títulos disponíveis. 

O sistema permite visualizar prazos, rentabilidades e preços, facilitando a decisão de compra.

Definição do valor do investimento

As LFTs podem ser adquiridas em lotes fracionários, o que permite investir valores menores. 

O Tesouro Direto disponibiliza frações de títulos, geralmente a partir de 1% do valor total, o que reduz a barreira de entrada para novos investidores. 

É importante verificar o valor mínimo exigido pela instituição financeira utilizada.

No momento da compra, o investidor define a quantidade de títulos que deseja adquirir. 

O preço de uma LFT varia diariamente com base nas oscilações da Selic e na expectativa do mercado. O valor investido é atualizado automaticamente, garantindo que o rendimento acompanhe a taxa vigente.

Custos envolvidos

Além do valor investido, há custos associados às LFTs. O principal é a taxa de custódia da B3, que atualmente corresponde a 0,2% ao ano sobre o montante aplicado. 

Algumas corretoras também cobram taxas de intermediação, embora muitas já ofereçam isenção para investimentos no Tesouro Direto.

Outro custo relevante é o imposto de renda, cobrado sobre os rendimentos de acordo com a tabela regressiva. 

A alíquota inicial é de 22,5% para investimentos de até 180 dias, reduzindo gradativamente até 15% para aplicações mantidas por mais de 720 dias. 

Para resgates feitos antes de 30 dias, há também a incidência do IOF, que diminui conforme o tempo passa e zera após esse período.

Acompanhamento e resgate

Após a compra, o investidor pode acompanhar o desempenho da LFT pela plataforma do Tesouro Direto ou da corretora escolhida. 

Os relatórios mostram o valor atualizado dos títulos e a rentabilidade acumulada.

Como a LFT tem liquidez diária garantida pelo Tesouro Nacional, é possível vender o título antes do vencimento, caso seja necessário.

O resgate antecipado pode resultar em valores diferentes do esperado, pois o preço da LFT varia conforme as condições do mercado. Se a venda ocorrer em um momento de queda da Selic, o rendimento pode ser menor do que o previsto inicialmente. 

Em contrapartida, se a taxa de juros estiver em alta, o valor do título será reajustado para cima.

No vencimento, o Tesouro Nacional deposita automaticamente o valor total na conta do investidor, já descontados os impostos aplicáveis. 

Quem deseja continuar investindo pode reinvestir o valor recebido em novas LFTs ou em outros títulos disponíveis no mercado.

Estratégia de investimento

A decisão de investir em LFTs deve considerar o prazo do investimento e o contexto da taxa Selic. 

Recomenda-se esses títulos para quem deseja um rendimento alinhado aos juros básicos da economia, sem exposição a oscilações mais bruscas de mercado.

Em períodos de juros elevados, podem ser uma alternativa para preservar o poder de compra do capital investido.

Investidores que buscam liquidez e previsibilidade de retorno podem utilizar as LFTs como parte de uma estratégia de alocação de ativos, combinando-as com outros investimentos de renda fixa ou variável. 

A diversificação ajuda a equilibrar os riscos e a maximizar o retorno ao longo do tempo.

Os investidores podem fazer a compra de LFTs de forma direta e acessível, desde que conheçam os custos e as características desse título. O investidor deve acompanhar as movimentações da Selic e analisar o cenário econômico, pois esses fatores influenciam a rentabilidade e devem ser levados em conta antes da aplicação.

Conclusão

Portanto, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) são uma opção de investimento atrelada à taxa Selic, oferecendo rentabilidade diária e liquidez. Seu funcionamento é simples, permitindo a compra por meio do Tesouro Direto ou no mercado secundário.

Ademais, investir nesse título exige atenção aos custos, prazos e possíveis variações no rendimento em caso de resgate antecipado. A escolha da corretora e o planejamento do investimento influenciam nos resultados ao longo do tempo.

Por fim, para quem busca previsibilidade e rendimento alinhado aos juros básicos, as LFTs podem compor uma carteira de renda fixa. O acompanhamento da taxa Selic e do cenário econômico ajuda a tomar decisões mais informadas sobre esse investimento.

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