Escolher entre Tesouro Direto e CDBs pode parecer uma escolha difícil para muitas pessoas, especialmente quando você não tem muito conhecimento sobre a diferença entre esses dois produtos. Apesar de ambos serem tipos de investimento muito populares no mercado financeiro, eles oferecem vantagens diferentes a depender do seu perfil e objetivos.
Por isso, na hora de escolher, é fundamental entender todos os detalhes sobre os produtos, suas diferenças, e fundamentalmente estudar. A educação financeira vai ser sua maior aliada nesse processo e nós queremos te ajudar nisso.
No artigo a seguir, vamos destrinchar esses dois investimentos, e te ajudar a compreender qual é o melhor investimento para você. Vamos lá?
O que é CDB?
O CDB é uma das opções mais tradicionais da renda fixa. É um título emitido por instituições financeiras que visa captar recursos junto a investidores e funciona de maneira muito semelhante ao tesouro direto!
No Tesouro Direto quem compra os está emprestando dinheiro para o governo que utiliza esse dinheiro para diferentes projetos. Quando falamos em CDB, a lógica é a mesma, quem investe em CDBs também está emprestando dinheiro, só que dessa vez para os bancos financiarem suas atividades cotidianas.
Inicialmente, o investidor adquire um CDB depositando um montante específico em uma instituição financeira que emitiu esse título. Esse valor é emprestado ao banco por um determinado período de tempo, estabelecido no momento da aplicação e em troca desse empréstimo, o banco se compromete a remunerar quem investiu com juros ao longo da vigência do título.
Entretanto, 1/3 do valor que é captado por CDBs não pode ser emprestado! Isso é uma maneira de controlar o que se circula de dinheiro na economia, e esse valor fica retido enquanto depósito compulsório junto ao Banco Central.
Como o CDB funciona?
Existem os CDBs pré e pós-fixados, além de CDBs atrelados à inflação.
Os pré-fixados têm a taxa definida no momento da aplicação e permanece a mesma durante todo o tempo do título, o que te permite saber exatamente quanto irá receber no vencimento.
Nos pós-fixados – os mais comuns – a remuneração está atrelada a um indexador, como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou a Selic, o que significa que a rentabilidade do investimento pode variar de acordo com a oscilação desses indicadores, e que não é possível saber com clareza qual será o retorno do investimento, já que ele seguirá as variações do indicador.
Por fim, os CDBs atrelados à inflação remuneram com uma parte pré-fixada (ex: 4% a.a.) e outra pós fixada relacionada a algum índice da inflação, seja o IPCA ou o IGP-M.
O que é tesouro direto?
O Tesouro Direto é um programa do governo brasileiro que permite a compra de títulos públicos diretamente por investidores.
Em termos simples, ao investir no Tesouro Direto, você está emprestando dinheiro ao governo em troca de uma remuneração, que pode ser na forma de juros ao longo do tempo.
Essa modalidade de investimento é conhecida como renda fixa, o que significa que os retornos são mais previsíveis em comparação a outras formas de investimento.
Uma das maiores vantagens do Tesouro Direto para quem busca praticidade é a sua acessibilidade e simplicidade. Você pode adquirir títulos diretamente pela internet, sem a necessidade de enfrentar filas em instituições financeiras ou agendar reuniões presenciais.
Outro ponto forte do Tesouro Direto é a variedade de opções disponíveis. Com diferentes tipos de títulos e prazos de vencimento, você pode escolher aqueles que melhor se adequam aos seus objetivos financeiros. Seja você um investidor que busca liquidez diária ou alguém que está pensando no longo prazo, existe um título que se encaixa nas suas necessidades.
Tipos de título do tesouro direto
Existem vários tipos de títulos do tesouro direto. Temos:
Tesouro RendA+: Visa oferecer uma renda extra mensal por 20 anos, corrigida pela inflação;
Pré-fixado: Funciona da mesma forma que o CDB pré-fixado;
Pré-fixado com pagamento de juros semestrais: O investidor recebe juros semestrais ao longo do período de investimento;
Selic: Tem a rentabilidade atrelada à Taxa Selic;
Tesouro IPCA: Título indexado à inflação, o que o torna uma opção interessante para proteger o poder de compra do investidor ao longo do tempo.
Tesouro Educa+: Investindo através dele, os investidores podem financiar a educação dos filhos, proporcionando uma renda mensal para o pagamento da universidade ou outros objetivos educacionais.
CDB ou Tesouro Direto: como escolher?
Bom, como estamos falando de dois investimentos de renda fixa, fica mais fácil fazer essa comparação. Porém, para fazê-la, é necessário conhecer mais sobre cada produto. Já falamos sobre o que é cada tipo de investimento e algumas das suas especificidades, porém, ainda faltam alguns detalhes para te ajudar a escolher com qualidade.
Olha só:
Segurança
Quando comparamos CDBs e Tesouro direto, ambos são considerados investimentos de baixo risco em relação a outras opções do mercado, como ações. Porém, cada um tem seus riscos!
O do CDB está associado à saúde financeira da instituição emissora, afinal, mesmo com a cobertura do FGC, problemas podem acontecer. Por isso é fundamental avaliar a solidez do banco ou instituição financeira antes de investir. Lembrando que o FGC só cobre até R$250.000 por CPF ou CNPJ e por instituição, com o limite de R$1 milhão a cada 4 anos.
Já o risco do Tesouro Direto está ligado à capacidade de pagamento do governo federal. Ele não tem cobertura do FGC, mas mesmo assim é considerado um dos investimentos mais seguros do mercado já que é garantido pelo tesouro nacional, e na prática é quase impossível o próprio Estado falir, e em último caso, o Governo pode emitir papel moeda para realizar os pagamentos.
Liquidez
A liquidez é um fator importante na hora de escolher entre CDB e Tesouro Direto. Alguns CDBs oferecem liquidez diária, ou seja, você consegue resgatar o dinheiro a qualquer momento sem perder dinheiro. Porém, outros podem ter períodos de carência, ou seja, você até poderá resgatar sem perdas, entretanto, terá que aguardar um período mínimo.
No caso do Tesouro Direto, tudo depende do título. A maioria deles pode ser resgatada antes do vencimento, embora a venda antecipada possa estar sujeita a oscilações de preço no mercado secundário, em linguagem simples: pode estar sujeita a perdas.
Os prazos de vencimento também variam entre as opções. Alguns CDBs podem ter prazos curtos, enquanto os do Tesouro Direto podem apresentar vencimentos que chegam a mais de 20 anos, como o IPCA, por exemplo. Essa escolha do prazo deve levar em conta os objetivos financeiros e a necessidade de liquidez.
Custos e taxas
Essa é uma dúvida muito comum no momento de escolher onde investir. Apesar de serem investimentos simples, ambos podem apresentar alguns custos que devem ser levados em consideraçáo.
A tributação sobre os rendimentos de CDB e Tesouro Direto segue a tabela regressiva do Imposto de Renda, que varia de 22,5% para investimentos de até 180 dias a 15% para investimentos acima de 720 dias. Lembrando que o IR é cobrado apenas sobre os rendimentos e o percentual varia de acordo com a duração da aplicação. Ou seja, quanto mais tempo seu investimento dura, menor será o IR a ser pago no momento do resgate.
Além do Imposto de Renda, os CDBs podem apresentar custos como a taxa de administração, enquanto o Tesouro Direto envolve taxas de custódia cobradas pela B3, atualmente de 0,20%.
O desconto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também pode acontecer, porém, só se o investimento durar menos de 30 dias, tanto no CDB quanto no Tesouro Direto.
Quando investir em CDB?
Investir em CDBs pode ser melhor do que investir no Tesouro Direto em alguns momentos. Vamos agora, te falar as principais razões pelas quais você poderia escolher este produto para compor a sua carteira de investimento.
Primeiro, os CDBs oferecem várias opções de liquidez. Se você precisa do dinheiro mais rapidamente, pode escolher CDBs com liquidez diária, por exemplo, se não precisa, pode escolher prazos mais longos.
Além disso, também existem várias possibilidades de rentabilidade. Pré-fixadas, pós-fixadas, e muitas outras! Ou seja, você pode aproveitar essa variabilidade para alinhar seus investimentos com as suas metas, permitindo um planejamento financeiro mais preciso.
Não custa mencionar novamente que os CDBs são garantidos pelo FGC até o limite mencionado, o que dá uma camada extra de segurança para o investidor, algo que pode ser importante para quem é iniciante nos investimentos e prioriza mais a segurança.
Por fim, dependendo das condições do mercado e da saúde financeira da instituição emissora, os CDBs podem oferecer rendimentos superiores a outros investimentos de renda fixa. Instituições financeiras menores, por exemplo, podem oferecer taxas mais altas para atrair investidores, proporcionando um retorno potencialmente maior. No entanto, é essencial avaliar o risco associado à instituição antes de investir.
Quando investir em tesouro direto?
Já o Tesouro Direto brilha por conta da sua segurança. Como mencionamos, eles são considerados os investimentos mais seguros do mercado brasileiro, justamente por serem garantidos pelo governo federal.
Além disso, da mesma forma que o CDB, temos várias opções de títulos para atender a diferentes objetivos e perfis de investidor. O Tesouro Selic, por exemplo, é interessante para quem quer fazer uma reserva de emergência, enquanto o Tesouro IPCA+ é interessante para quem quer construir uma aposentadoria.
Ademais, o Tesouro Direto permite investimentos a partir de valores bem pequenos, o que deixa o investimento mais acessível para quem está começando agora e não consegue fazer grandes aportes. Além disso, as taxas de administração cobradas pelas corretoras para operar no Tesouro Direto tendem a ser baixas ou até inexistentes, dependendo da corretora, o que torna o Tesouro Direto uma opção econômica!
E quando falamos de liquidez, embora alguns títulos do Tesouro Direto tenham vencimentos longos, a maioria deles pode ser resgatada a qualquer momento no mercado secundário, pensando é claro, na possibilidade de perdas. Investidores que precisam de liquidez, mas estão dispostos a aceitar a volatilidade de preços, podem encontrar no Tesouro Direto uma opção viável.
CDB ou Tesouro Direto: qual é o melhor?
A essa altura, você já deve ter percebido que a resposta curta é, depende. Ambos oferecem vantagens e desvantagens distintas que atendem a vários perfis e objetivos.
A rentabilidade é um dos principais critérios na escolha entre CDB e Tesouro Direto. Os CDBs podem oferecer rentabilidade superior, especialmente os emitidos por instituições financeiras menores, já que elas buscam atrair investidores com taxas mais altas.
Já o Tesouro Direto, como nós mencionamos, oferece diferentes tipos de títulos com rentabilidades variadas, o que permite adequar essa escolha às suas necessidades.
Por isso, os objetivos de investimento são fundamentais nessa escolha entre CDB e Tesouro Direto. Se o objetivo é obter uma rentabilidade superior em um prazo determinado, os CDBs com taxas mais altas podem ser a escolha certa. Para quem busca segurança e proteção contra a inflação, por exemplo, o Tesouro IPCA+ pode ser mais adequado.
Investidores que precisam de liquidez e previsibilidade podem preferir o Tesouro Selic, enquanto aqueles que podem manter o investimento por um prazo mais longo e estão dispostos a assumir riscos um pouquinho maiores podem optar por CDBs de instituições financeiras sólidas.
Conclusão
Concluindo, tanto o Tesouro Direto quanto o CDB são boas opções de investimento, cada um com suas particularidades. O Tesouro Direto é interessante para quem busca mais segurança, e os CDBs podem ser interessantes para quem busca retornos maiores e aceitam correr um pouquinho mais de risco.
No final das contas, a escolha entre Tesouro Direto e CDB deve considerar seu perfil de investidor, objetivos financeiros e horizonte de investimento. Avaliar a liquidez, a rentabilidade e o risco de cada opção é essencial, mas independente da escolha, ambos os investimentos podem compor uma carteira diversificada e sólida, contribuindo para a construção de um patrimônio ao longo do tempo.
Talvez, por fim, você nem precise escolher! Que tal diversificar a sua carteira investindo um pouquinho nos dois? Avalie as suas metas, e veja se isso se encaixa na sua carteira.