Default é um termo comum na área de finanças, se referindo ao não pagamento de uma dívida conforme os termos acordados. Ele pode ocorrer em várias situações, desde empréstimos pessoais a dívidas soberanas, quando um país não é capaz de pagar suas dívidas internacionais.
Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre vários tipos de default, e o que podemos fazer após um default ter acontecido.
Vamos lá?
O que caracteriza um default?
Default é a falha de um devedor em cumprir com suas obrigações de pagamento, seja de uma dívida financeira, empréstimo ou qualquer outro tipo de compromisso financeiro. Essa falha pode ocorrer por várias razões, desde dificuldades financeiras pessoais até mudanças no cenário econômico global, e por isso, deve ser razão de cuidado para qualquer investidor.
Como mencionamos, os defaults não são exclusivos do âmbito financeiro pessoal. Governos, empresas e até mesmo países podem entrar em default quando não conseguem cumprir com suas obrigações financeiras, e quando isso ocorre, as consequências podem ser graves, afetando não apenas as partes envolvidas, mas também a economia como um todo.
Defaults são geralmente classificados em diferentes tipos, dependendo do tipo de dívida e das circunstâncias que levaram à falha de pagamento. Por exemplo, um “default técnico” pode ocorrer quando um devedor viola os termos de um contrato, mesmo que esteja em condições de pagar sua dívida. Um “default real” ocorre quando o devedor simplesmente não tem os recursos para cumprir com o acordado.
Tipos de default
Default soberano
O default soberano ocorre quando um país não é capaz de pagar suas dívidas externas, incluindo empréstimos de outras nações, bancos internacionais e investidores estrangeiros. As razões para um default soberano podem variar, mas estão geralmente relacionadas com problemas econômicos estruturais, como inflação alta, recessão econômica, etc.
Quando um país entra em default soberano, isso pode ter consequências graves não apenas para a sua economia, como para o bem-estar de sua população. Uma das principais é a perda da confiança dos investidores e dos credores internacionais no país, levando a uma fuga de capitais e a desvalorização da moeda local.
Além disso, um ele também pode aumentar o custo de captação de recursos no mercado internacional, já que investidores passam a exigir juros maiores e prazos mais curtos para emprestar dinheiro ao país inadimplente devido ao risco que estão correndo.
E não se engane acreditando que essa é uma preocupação única e exclusiva de países em desenvolvimento ou com economias mais frágeis. Na verdade, já ocorreram casos de default soberano em países desenvolvidos, como a Grécia em 2012. Nesse caso, o governo teve que recorrer a programas de ajuda financeira internacionais para sair da crise e retomar o crescimento econômico.
Default bancário
O default bancário acontece quando um banco não consegue cumprir com suas obrigações, seja com outros bancos, depositantes ou credores. Uma das principais razões pelas quais isso acontece é o desequilíbrio entre seus ativos e passivos.
Os bancos tradicionalmente operam com alavancagem, ou seja, emprestam mais dinheiro do que realmente possuem em reservas. Isso significa que eles dependem de um fluxo constante de depósitos e financiamento para sustentar suas operações, e se enfrentarem saques excessivos ou não conseguirem financiamento, podem acabar em default.
É evidente que quando um banco entra em default, as consequências podem ser sérias. Mas é importante ressaltar que caso você invista em um produto de um banco e ele entre em default, você tem direito a restituição do valor investido em até R$ 250.000,00 por CPF e por conjunto de depósitos e investimentos em cada instituição ou conglomerado financeiro graças ao FCG.
O FGC é uma associação obrigatória para todas as instituições autorizadas pelo Banco Central e que emitem os Instrumentos Financeiros Garantidos.
Default Técnico
O default técnico acontece quando o devedor viola os termos de um contrato mesmo que tenha capacidade para pagar o que deve. Essa violação pode acontecer por várias razões, como um atraso em um pagamento esperado para cumprir com o contrato quebrado, falha na entrega de garantias acordadas ou até mesmo, descumprimento de outras cláusulas contratuais.
Default Real
Ao contrário do default técnico, o real ocorre quando o devedor simplesmente não tem o dinheiro necessário para cumprir com o pagamento. Isso pode ser resultado de dificuldades financeiras pessoais, problemas econômicos, mudanças repentinas e a mais ampla infinidade de coisas que você puder pensar.
O que acontece com um devedor que entra em default
Bem, o primeiro passo nesse caso é a notificação de inadimplência. Os credores geralmente notificam formalmente o devedor sobre o default, informando-o de que não conseguirá pagar o acordado no contrato. E depois da notificação, dependendo do curso de ação, o devedor vai enfrentar multas por atraso, juros sobre os pagamentos, e outras penalidades que podem aumentar bastante o montante anteriormente devido.
Pessoa física
Para pessoas físicas, o default pode ter um impacto na pontuação de crédito, chamado score. Essa pontuação mais baixa pode dificultar, por exemplo, conseguir novos empréstimos ou cartões de crédito, e as condições de empréstimos futuros podem ser menos favoráveis.
Além disso, os credores podem solicitar ao tribunal que uma parte do salário do devedor seja retida até que a dívida seja liquidada.
Pessoa jurídica
No caso de empresas, o default pode afetar sua classificação de crédito empresarial, apresentando dificuldades semelhantes às apresentadas à pessoas físicas, porém, no âmbito empresarial. Como dificuldades para acessar linhas de crédito, empréstimos comerciais e até mesmo investidores.
Os credores podem recorrer ao sistema judicial para recuperar os valores devidos, inclusive através de ações judiciais que visam penhorar bens do devedor.
Em alguns casos, os devedores podem negociar para reestruturar a dívida, estendendo os prazos, reduzindo as taxas ou até mesmo o valor principal. Porém, é necessário haver abertura das duas partes, e geralmente esses planos são baseados na capacidade de pagamento do devedor, o que significa que devem ser ajustados conforme necessário para garantir que sejam de fato viáveis.
Após resolver o default, quem anteriormente devia pode reconstruir seu crédito através de uma boa gestão financeira, sempre buscando manter a estabilidade e o cuidado com suas finanças.
Conclusão
Sabendo o que é o default, você poderá tomar decisões mais assertivas na hora de escolher uma empresa para investir, levando em conta as instituições financeiras e os diferentes cenários. Nenhum fator isolado pode prever a inadimplência, tal como acontece com outros riscos de investimento, não existe maneira de prever com precisão o default, mas com pesquisas e análises precisas, ele pode ser gerenciado de forma eficaz.