Os investimentos em renda fixa pós e pré-fixados são alguns dos principais instrumentos financeiros para quem busca bons retornos e proteção do seu capital. Isso porque ambos são tipos de investimentos menos sujeitos à volatilidade do mercado do que a renda variável – algo valioso em tempos de crises ou instabilidades e, em especial, em períodos de alta de juros.
Então, se você deseja diversificar seu portfólio, optar por títulos de renda fixa pode ser uma boa estratégia. A dúvida, porém, é saber qual vale mais a pena: investimentos pré ou pós-fixados?
Para que você tenha segurança nas suas decisões, vamos te mostrar neste artigo como escolher um título de renda fixa conforme os cenários de juros do país e como você pode aprender a utilizá-la em conjunto com a análise macroeconômica para conseguir altos retornos financeiros. Boa leitura!
Antes, entenda: o que é renda fixa?
Quando falamos em renda fixa, estamos tratando de investimentos cujo retorno sobre o capital investido já é estabelecido no momento em que o investidor adquire o título, seja ele pré-fixado (como 10% ao ano) ou pós-fixado (como IPCA + 5%, em que a inflação medida pelo IPCA só será descoberta posteriormente).
Nesse sentido, há uma grande diferença para a renda variável, cujo comportamento do investimento ao longo do tempo é indefinido e pode ser bastante imprevisível.
Dependendo de seus objetivos financeiros, os investimentos em renda fixa podem oferecer muitos benefícios potenciais. Aliás, a renda fixa pode ser um grande propulsor do seu crescimento financeiro — tratamos disso neste artigo aqui.
Contudo, ao contrário do que muitos pensam, a renda fixa não está completamente livre de riscos. Existem quatro riscos principais associados à renda fixa:
- Risco de taxa de juros;
- Risco de inflação;
- Risco de crédito;
- Risco de liquidez.
Você pode gerenciar esses riscos diversificando os investimentos em seu portfólio de renda fixa. Para isso, vamos explicar como funcionam os investimentos pré e pós-fixados.
O que é e como funcionam os investimentos pré-fixados?
Os investimentos pré-fixados são aqueles que têm taxas de juros fixas e sempre iguais até o vencimento da aplicação.
Para entender é simples: se você resolve investir em um prefixado de 3 anos, em que é determinado que você receberá juros de 1 mil reais na data do vencimento, não importa qual seja a flutuação das taxas e indexadores do mercado, é esse valor que você irá receber no final do período.
Contudo, em muitos casos, você não é obrigado a carregar o seu título até o seu prazo de vencimento. Hoje, muitos investimentos de renda fixa oferecem liquidez diária, isto é, você pode vender o seu título a qualquer momento.
É o caso do Tesouro Direto, por exemplo, que inclusive já implementou a Liquidação de Resgates em D+0, isto é, vendendo seu título até as 13h você recebe o dinheiro na sua conta no mesmo dia. Depois disso, o valor é recebido no dia seguinte, também chamado de resgate em D+1.
Nessas situações, vale ressaltar que há riscos caso você decida vender seu título antes do vencimento. Isso porque o valor é prefixado apenas quando você carrega o título até o vencimento: caso opte por vender antes disso, você estará sujeito ao que chamamos de marcação a mercado. Vamos tratar disso mais adiante.
O que é e como funciona o título pós-fixado?
Você já entendeu que no caso dos investimentos pré-fixados, é determinado exatamente o valor que será recebido no futuro, certo? De forma contrária, com o título pós-fixado, você fixa o investimento a um indexador e, de acordo com o valor desse indexador, você saberá quanto terá de retorno.
Ao escolher um título pós-fixado, você atrela seu investimento a determinado indexador econômico como a taxa Selic ou o IPCA (inflação oficial), por exemplo. Um bom exemplo disso são os pós-fixados do governo, como o Tesouro Selic, que é indexado à taxa Selic.
Desta forma, o rendimento do seu dinheiro dependerá da situação apontada por esse indicador. Consequentemente, sempre que ele oscilar, a rentabilidade do investimento também sofre alterações conforme a variação.
E, assim como no caso dos títulos pré-fixados, os pós-fixados também estão sujeitos à marcação a mercado. Contudo, alguns títulos pós-fixados são mais estáveis e oscilam menos com a marcação a mercado: é o caso do Tesouro Selic, por exemplo, o título público que oferece maior segurança e estabilidade.
O que é marcação a mercado?
A marcação a mercado é uma atualização diária nos preços de um ativo de renda fixa. No caso dos títulos de renda fixa, a marcação a mercado só é um fator de consideração quando o investidor decide resgatar seu investimento antes do prazo de vencimento.
A marcação a mercado dos títulos de renda fixa é influenciada por uma série de fatores, mas um dos principais é a Selic. A Selic está sempre sujeita a oscilações, podendo subir ou cair de acordo com a inflação, o câmbio, as taxas de juros no cenário internacional, entre outras coisas.
A relação entre Selic e investimentos pós e pré-fixados
Até a data desta publicação, a Taxa Selic está em 12,25%. E, segundo o relatório Focus mais recente, que é publicado semanalmente pelo Banco Central após questionário com os principais economistas do mercado financeiro brasileiro, a mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 12,63%.
A Selic impacta os investimentos pré e pós-fixados de maneiras diferentes. Enquanto os pós-fixados podem estar indexados diretamente à Selic, no caso dos pré-fixados, esses não estão indexados a nada.
Com isso, caso a taxa básica de juros sofra uma queda, os investidores que possuíam um título pré-fixado serão beneficiados, enquanto aqueles que tinham um investimento pós-fixado podem ser prejudicados.
Parece complicado, mas não é! Vamos explicar isso com exemplos para que fique mais claro.
O que acontece com investimentos pré-fixados quando a Selic cai?
Vamos supor que a taxa de juros está em 12,25% e você comprou um Tesouro Prefixado 2024 que oferece um rendimento de 12% ao ano. Caso essa taxa de juros caia para 10%, por exemplo, isso não impacta o rendimento do Tesouro Prefixado 2024, que continuará rendendo 12% ao ano.
Na verdade, o fato de que a taxa básica de juros caiu faz com que seu título seja mais atraente, visto que o diferencial de juros entre ele e a taxa Selic subiu de 0,25% para 2% ao ano. Com isso, na marcação a mercado, a tendência é que seu título prefixado valorize.
Ou seja, se antes seu preço unitário (PU) era de 1000 reais, agora deverá ser mais que isso, visto que sua rentabilidade se tornou comparativamente maior em relação aos novos títulos que serão emitidos pelo Tesouro Nacional.
Neste cenário, então, se você optar por vender seu ativo prefixado antes do vencimento, poderá conseguir uma rentabilidade significativa..
O que acontece com investimentos pré-fixados quando a Selic aumenta?
Vamos assumir o mesmo pressuposto, que você comprou um Tesouro Prefixado 2024 com rendimento de 12% ao ano, mas dessa vez a Selic subiu de 12% para 12,25%. O que acontece com o seu investimento?
O seu Tesouro Prefixado continuará rendendo 12% ao ano, mas comparativamente, ele se tornou menos atrativo, já que a diferença entre o rendimento do título e a taxa básica de juros diminuiu. Nesse caso, a diferença caiu de 0% para -0,25%.
Com isso, na marcação a mercado, a tendência é que seu título prefixado se desvalorize, já que os novos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional terão rendimentos mais próximos ou superiores a 12,25%. Se você optar por vender seu título antes do vencimento, é possível que o Preço Unitário (PU) caia, podendo até ficar abaixo do preço inicial e gerar prejuízos.
Nesse cenário, a recomendação é segurar o investimento até o vencimento, a menos que haja uma emergência que exija a venda antecipada. Caso contrário, manter o título até o fim garantirá a rentabilidade definida na hora da compra, ou até que a Selic volte a cair, o que poderia fazer seu título se valorizar novamente.
O que acontece com investimentos pós-fixados quando a Selic cai?
Agora, vamos trazer o exemplo com investimentos pós-fixados, assumindo que você comprou um Tesouro Selic 2025 e que a taxa atual é de 12,25% ao ano. Como o seu título é pós-fixado e indexado à Selic, caso a taxa básica de juros sofra uma queda, isso implicará uma redução direta na rentabilidade do seu título.
No entanto, por ser um título considerado mais seguro, o Tesouro Selic dificilmente perderá valor na marcação a mercado, mesmo com a queda na rentabilidade. Isso se difere do que ocorre com os títulos prefixados, que têm uma relação mais direta com as variações nas taxas de juros.
Se a Selic cair de 12,25% para 11%, por exemplo, o seu Tesouro Selic 2025 passará a render menos. Mas o preço do título não sofrerá grandes variações, o que proporciona maior segurança para o investidor. Portanto, o Tesouro Selic é uma boa opção para quem busca proteção contra flutuações no mercado.
O que acontece com investimentos pós-fixados quando a Selic aumenta?
Usando o exemplo do Tesouro Selic 2025, caso a taxa de juros suba de 12,25% a.a. para 13,5% a.a., o rendimento também aumentará. Ou seja, o seu título passará a render mais, refletindo o aumento da taxa básica de juros.
No entanto, isso não significa que o valor do título sofrerá grandes valorizações na marcação a mercado. Como mostrado anteriormente, o Preço Unitário (PU) do Tesouro Selic tende a ter uma variação mais moderada, mesmo com aumentos expressivos na taxa Selic.
Dessa forma, o Tesouro Selic continua sendo considerado um título protegido da marcação a mercado. Essa característica faz com que ele seja uma opção interessante para investidores que buscam segurança em relação às flutuações do mercado.
Afinal, qual a melhor opção: investimentos pré ou pós-fixados?
Agora que você já entende melhor como funcionam esses investimentos, chegou a hora da pergunta: qual é a melhor opção pré ou pós-fixado?
Como muitas coisas no mundo das finanças, não há uma resposta clara. As incertezas quanto ao futuro tornam difícil prever os movimentos das taxas que balizam as rentabilidades dos investimentos de renda fixa, em especial a Selic.
Além disso, é importante ter em mente que a própria oscilação da Selic é dependente de outras variáveis.
Por isso, a melhor recomendação possível para reduzir riscos e manter uma rentabilidade saudável é diversificar seus investimentos. Mantendo um parte da sua renda fixa em títulos pré-fixados e uma outra parte em títulos pós-fixados, que tendem a render mais quando os juros sobem.
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Por isso, a INCO oferece também investimentos pós-fixados. Nesse caso, o financiamento coletivo pós-fixado se caracteriza por oferecer títulos com rentabilidade atrelada ao CDI, com resultado que pode variar ao longo do tempo.