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Planilha de investimentos: o que é e como montar a sua? 

  • Lislye Viana 
  • 10 min read

A planilha de investimentos é uma ferramenta usada para acompanhar e organizar os aportes realizados em diferentes ativos. Ela permite visualizar com clareza o que está sendo investido, onde estão os recursos e quais são os resultados obtidos ao longo do tempo.

Com uma estrutura simples, é possível registrar dados como datas de compra, valores, tipos de ativos, rentabilidade e vencimentos. Essa prática ajuda a manter o controle e a tomar decisões mais alinhadas com os objetivos definidos.

Este artigo apresenta o que é uma planilha de investimentos, quais informações ela pode conter e como montar a sua. O objetivo é oferecer um caminho prático para quem busca acompanhar melhor os próprios investimentos.

O que é uma planilha de investimentos?

Organização dos dados

A utilização de uma planilha de investimentos permite centralizar todas as informações financeiras em um único lugar. Isso facilita o acompanhamento da alocação dos recursos em diferentes ativos, como renda fixa, ações, fundos ou outros instrumentos. Ao registrar as movimentações regularmente, o investidor tem um histórico acessível, que contribui para o controle mais preciso dos aportes e retiradas.

Além disso, a planilha permite visualizar de forma clara o comportamento da carteira ao longo do tempo. Dados como datas de compra, valores investidos, preços médios, rentabilidade acumulada e vencimentos futuros podem ser acompanhados com facilidade. Com isso, o investidor evita depender apenas da memória ou de consultas manuais em plataformas diferentes.

Apoio à tomada de decisão

A planilha também pode ser usada como base para avaliações periódicas. Ao comparar o desempenho dos ativos com metas estabelecidas ou com indicadores de referência, é possível identificar se os resultados estão de acordo com o planejado. Isso ajuda a definir os próximos passos, como manter, rebalancear ou liquidar determinado investimento.

Outro aspecto importante é a possibilidade de identificar padrões no próprio comportamento como investidor. A análise dos registros pode revelar, por exemplo, períodos de maior exposição ao risco, decisões apressadas ou concentração excessiva em poucos ativos. Esse tipo de observação contribui para decisões mais consistentes.

Comparação entre alternativas

Com os dados organizados, é possível comparar com mais facilidade o desempenho de diferentes produtos financeiros. Rentabilidade líquida, impacto de taxas, prazos e liquidez são critérios que podem ser inseridos na planilha e avaliados lado a lado. Isso auxilia na escolha de produtos mais adequados aos objetivos e ao perfil de risco.

Esse tipo de comparação também é útil para quem investe por meio de várias instituições. Ao consolidar os dados, a planilha permite verificar a eficiência dos investimentos de forma conjunta, mesmo que estejam distribuídos entre bancos, corretoras ou plataformas diferentes.

Monitoramento do progresso

A planilha ajuda a acompanhar se os investimentos estão se aproximando dos objetivos definidos. Isso pode incluir metas de curto, médio ou longo prazo, como formar uma reserva, comprar um bem ou garantir uma renda complementar no futuro. A atualização periódica da planilha permite verificar se os aportes estão sendo feitos conforme o planejado e se a rentabilidade está contribuindo para o avanço das metas.

Essa prática também facilita ajustes quando necessário. Se houver mudanças no cenário econômico, nos rendimentos ou na capacidade de investir, os dados organizados tornam mais simples a revisão da estratégia e a adequação do plano ao novo contexto.

Por que utilizar uma planilha de investimentos? 

Registro das operações

Uma das utilidades centrais da planilha de investimentos está na possibilidade de registrar todas as movimentações realizadas. Ao incluir informações como data, valor investido, tipo de ativo, corretora utilizada, prazo e rentabilidade, o investidor cria um histórico detalhado da sua carteira. Esse registro sistemático facilita consultas futuras e reduz a dependência da memória para lembrar detalhes de cada operação.

Com o tempo, esse controle permite identificar padrões de comportamento, períodos de maior ou menor exposição a riscos e decisões que resultaram em ganhos ou perdas. Além disso, ao manter os dados organizados, é mais simples fazer correções, revisar estratégias e evitar erros repetidos.

Acompanhamento dos resultados

Outro benefício da planilha está na possibilidade de acompanhar o desempenho dos investimentos ao longo do tempo. O investidor pode calcular a rentabilidade de cada ativo, comparar com índices de referência e observar como a carteira evolui em relação aos objetivos traçados. Essa análise ajuda a entender se as escolhas feitas estão alinhadas com a meta ou se ajustes precisam ser considerados.

Além disso, a planilha permite também medir o impacto de custos e taxas sobre os rendimentos. Isso é importante para avaliar com mais precisão se um ativo está sendo vantajoso ou se seria mais eficiente migrar para outra alternativa.

Organização da carteira

Com a planilha, é possível visualizar a distribuição dos investimentos por categoria, vencimento, grau de risco ou instituição. Essa visão facilita a identificação de eventuais concentrações ou lacunas na alocação dos recursos. Por exemplo, se há excesso de capital em um único tipo de ativo ou se alguma classe importante está sub-representada, o investidor pode tomar providências para reequilibrar a carteira.

Além disso, esse tipo de organização contribui para um planejamento mais estruturado. Quando se sabe quanto está investido em cada segmento, torna-se mais fácil avaliar a exposição ao risco, prever entradas e saídas de recursos e tomar decisões com base em informações concretas.

Comparação entre ativos

A planilha também permite comparar diferentes opções de investimento de forma direta. Ao padronizar os dados, é possível avaliar qual ativo entregou maior retorno líquido, qual teve menor volatilidade ou qual se comportou melhor em determinado período. Essa comparação facilita a escolha de onde alocar os próximos aportes e quais produtos manter ou substituir.

Essa ferramenta é útil principalmente quando o investidor aplica por meio de várias instituições. A planilha funciona como uma base unificada, permitindo uma análise conjunta de investimentos realizados em diferentes plataformas, o que contribui para uma visão mais completa da carteira total.

Apoio ao planejamento

Utilizar uma planilha de investimentos também auxilia no acompanhamento das metas financeiras. Ao estabelecer objetivos com prazos e valores definidos, é possível verificar se os investimentos estão caminhando na direção desejada. A planilha mostra se os aportes estão sendo realizados com frequência, se a rentabilidade está contribuindo para o avanço ou se há necessidade de ajuste na estratégia.

Caso ocorra alguma mudança de cenário — como variação de renda, necessidade de resgate ou modificação de objetivos —, a planilha oferece base para reavaliar a trajetória e ajustar os próximos passos. Essa prática contribui para que o planejamento financeiro seja mais estruturado e controlado.

Como fazer sua planilha de investimentos?

Escolha a ferramenta

O primeiro passo é decidir onde você vai montar sua planilha. As opções mais comuns são o Excel e o Google Planilhas. O Excel oferece mais funções avançadas, enquanto o Google Planilhas tem a vantagem de ser gratuito e permitir o acesso de qualquer dispositivo com internet.

Ademais, ambas as ferramentas permitem criar fórmulas, gráficos e organizar dados de forma personalizada. Se você já utiliza alguma dessas plataformas em outras tarefas, o ideal é manter o padrão para facilitar a rotina.

Estruture as colunas principais

Depois de abrir a planilha, comece definindo as colunas que vão conter os dados dos seus investimentos. As mais utilizadas são:

  • Data da operação
  • Tipo de operação (compra ou venda)
  • Nome do ativo
  • Categoria do ativo (renda fixa, ações, fundos etc.)
  • Valor investido
  • Quantidade adquirida
  • Preço por unidade
  • Valor atual do ativo
  • Corretora ou instituição
  • Rentabilidade acumulada

Essas colunas já permitem um bom controle do que foi investido, quando, como e com qual resultado. Dependendo da sua necessidade, você pode incluir ou retirar alguns campos.

Insira os dados corretamente

Comece preenchendo os dados dos investimentos que você já possui. Depois, registre cada nova operação feita, sem deixar passar nenhuma. Se esquecer de registrar um aporte ou uma venda, os resultados da planilha podem ficar distorcidos.

Ademais, manter a organização desde o início reduz o esforço necessário para acompanhar a evolução da carteira. Vale separar os ativos por tipo ou por objetivo, se isso facilitar a visualização.

Use fórmulas para automatizar cálculos

Com os dados inseridos, você pode começar a aplicar fórmulas que automatizam parte do acompanhamento. Por exemplo:

  • =SOMA() para calcular o valor total investido
  • =MÉDIA() para calcular o preço médio
  • =(valor atual – valor investido)/valor investido para calcular a rentabilidade
  • =SE() e =PROCV() para criar condições ou localizar dados automaticamente

Assim, essas fórmulas tornam a planilha mais útil no dia a dia e reduzem erros manuais. Você pode testar uma fórmula por vez e ir adaptando à medida que se sentir confortável com a lógica.

Atualize os valores dos ativos

Para que a planilha reflita a situação atual dos seus investimentos, é necessário atualizar os valores dos ativos regularmente.

Entretanto, para renda variável, isso significa registrar o preço atualizado de ações, fundos imobiliários, ETFs ou qualquer outro ativo. Para renda fixa, é importante atualizar os saldos brutos ou os valores de resgate.

Essa atualização pode ser feita semanalmente, quinzenalmente ou conforme seu hábito de acompanhamento. No caso do Google Planilhas, é possível usar a função GOOGLEFINANCE para trazer cotações automáticas de alguns ativos, principalmente os internacionais.

Crie gráficos, se for útil

Gráficos não são obrigatórios, mas podem ajudar a visualizar a distribuição da carteira ou a evolução do patrimônio ao longo do tempo. Você pode montar gráficos de pizza para mostrar a alocação por tipo de ativo, ou gráficos de linha para acompanhar o crescimento da carteira.

Assim, a inclusão de gráficos depende do seu interesse em ter uma visão mais visual. Se for útil, experimente incluir um gráfico simples com base nas colunas já preenchidas.

Faça cópias e salve seu trabalho

Não se esqueça de salvar cópias da planilha. Caso use o Google Planilhas, o backup já é feito na nuvem. Se usar o Excel, salve o arquivo em locais seguros, como um serviço de armazenamento online.

Ademais, se preferir, crie versões mensais da planilha para manter um histórico. Isso pode ser útil caso você queira analisar os dados antigos ou revisar decisões passadas.

Revise a planilha com frequência

Reserve um momento, semanal ou mensal, para revisar se todos os dados estão corretos, se os ativos foram atualizados e se os objetivos continuam os mesmos. Isso ajuda a manter a planilha funcional e alinhada ao que você espera dos seus investimentos.

Ademais, também é nesse momento que você pode fazer ajustes, como incluir novos campos, alterar fórmulas ou reorganizar a estrutura caso ela não esteja mais atendendo bem ao seu controle.

Conclusão

Portanto, manter uma planilha de investimentos é uma forma prática de acompanhar os aportes, verificar a rentabilidade e tomar decisões com base em dados. Ao registrar as informações com regularidade, o investidor ganha mais clareza sobre a própria carteira.

Assim, a planilha pode ser simples ou mais completa, dependendo do nível de controle desejado. O importante é que ela seja atualizada com frequência e adaptada à realidade de quem a utiliza.

Ter esse tipo de acompanhamento facilita a organização financeira e contribui para que os objetivos de investimento sejam mais bem direcionados.

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