A renda fixa sempre esteve entre os investimentos mais queridinhos dos brasileiros. Com os juros altos, a taxa de retorno se tornou um atrativo, principalmente para os investidores mais conservadores.
Porém, nos últimos meses houve uma diminuição da taxa básica de juros (SELIC), que, de 2,25% ao ano, passou agora ao patamar de 2% ao ano.
E, se você é um investidor que normalmente aposta em renda fixa e agora tem dúvidas se no atual cenário econômico ainda é possível ter um bom retorno ao concentrar seus investimentos em renda fixa, este artigo é para você.
Nele, iremos entender como o investimento em renda fixa funciona e se ainda é possível investir e como? Confira.
O que é Renda Fixa?
A renda fixa é conhecida por ter uma rentabilidade previsível, e normalmente é o primeiro tipo de investimento para quem deseja ter uma reserva de emergência ou está entrando no mundo dos investimentos.
Os investimentos de renda fixa, como títulos do governo e corporativos, podem fornecer uma fonte de renda estável e previsível, geralmente com menor risco do que outros investimentos.
Junto com ações e fundos mútuos de ações, os investimentos de renda fixa constituem a base de uma carteira de investimentos bem diversificada.
O índice de referência mais comum na renda fixa é o CDI, e ela pode ser fixada em um percentual mensal ou seguir algum índice como:
- a taxa Selic;
- o CDI;
- a inflação ou outro.
Taxa Selic: o que é?
Basicamente, quando a Selic sobe, a rentabilidade dos produtos conservadores se eleva, mas se a Selic está caindo, cai também o retorno das aplicações de renda fixa.
Entenda como funciona a renda fixa
Experiente ou não, todo investidor está sempre em busca do investimento mais rentável.
Apesar de ser considerado o mais simples dos investimentos e oferecer muitas possibilidades, a renda fixa esconde alguns pontos e riscos, os quais se não forem conhecidos pelos investidores podem levá-lo a fazer más escolhas.
Basicamente, os investimentos em renda fixa têm esse nome porque geralmente são projetados para gerar um nível específico, ou “fixo” de receita de juros. Os investimentos de renda fixa comuns incluem títulos do Tesouro, títulos do governo e de agências, títulos municipais, títulos corporativos bem como ações.
Ou seja, a renda fixa é um tipo de investimento em que a rentabilidade do investidor é previsível, e, seja ela pré-fixada (a renda é recebida em intervalos de tempo e regras pré-estabelecidas) ou não, você não fica exposto aos impactos ou à perda de valor de um ativo, por exemplo.
Existem diversos tipos de aplicações na renda fixa, as quais são caracterizadas por objetivos, risco, emissor, rentabilidade etc.
Confira quais são os investimentos mais populares da renda fixa:
- CDB;
- Tesouro Direto;
- LCI e LCA;
- Letra de Câmbio;
- CRI/CRA;
- Poupança (um dos piores investimentos da renda fixa).
Títulos de renda fixa
Para ilustrar como funciona, vamos examinar um dos tipos mais comuns de investimentos de renda fixa: títulos.
Títulos são, na verdade, apenas um empréstimo feito por você a uma empresa ou governo que paga juros ao longo do tempo, mais o valor do principal no final de um período predeterminado.
Imagine por exemplo, que você compre um título de 10 anos com valor de R$ 5.000 que paga juros de 3%, você ganhará R$ 150 por ano durante 10 anos. Esses juros podem ser pagos em intervalos diferentes, como mensal, trimestral ou semestral. Após 10 anos, você terá ganho R$ 1.500 em juros e o governo também pagará o valor principal de R$ 5.000.
Características dos títulos de renda fixa
As características principais para títulos de renda fixa que os tornam desejáveis para os investidores são:
- Diversificação;
- Preservação de capital;
- Geração de renda;
- Tratamento fiscal potencialmente favorável.
Sendo assim, cada recurso fornece um conjunto exclusivo de benefícios que variam dependendo do tipo de título de renda fixa.
Títulos de renda fixa, especificamente títulos de alta qualidade de crédito, podem ajudar a suavizar os altos e baixos em uma carteira de ações.
Isso porque, historicamente, os preços das ações e dos títulos tendem a se mover de forma independente.
Porém, diversificar sua carteira de investimento com títulos não garante lucro e não protege contra perdas caso o mercado esteja em declínio. Portanto, avalie bem os prós e contras.
Os títulos de renda fixa são ideais quando a preservação do capital é uma prioridade.
Quais são os títulos de renda fixa?
Os investimentos em renda fixa vão além dos títulos. Instrumentos como ações preferenciais ou mesmo certificados de depósito bancários também podem ser incluídos nesta categoria.
Mas, para muitos investidores, os títulos representarão a maior parte de seus ativos de renda fixa.
Os títulos de renda fixa públicos são:
- Notas do Tesouro Nacional (NTN);
- Bônus do Banco Central (BBC);
- Títulos da Dívida Agrária (TDA);
- Títulos estaduais e municipais.
Como títulos de renda fixa privados – aqueles emitidos por instituições ou empresas de direito privado – temos:
- Letras de Câmbio (LC);
- Certificados de Depósito Bancário (CDB);
- Recibos de Depósito Bancário (RDB);
- Debêntures.
Faz sentido investir na renda fixa mesmo com a taxa Selic caindo?
Diante da manutenção da queda na taxa Selic o investidor precisa aprender a selecionar as melhores alternativas em renda fixa. E, isso demanda uma boa educação financeira. Portanto, é tempo de buscar conhecer ainda mais sobre renda fixa e renda variável.
Você talvez tenha pensado até em sair da renda fixa, mas eu te aviso: não adianta se apavorar, tampouco acreditar que a renda fixa morreu – que é o que algumas pessoas têm dito por aí.
O que ocorre é que mesmo com a taxa Selic caindo, a renda fixa – principalmente para os investidores iniciantes e mais conservadores -, continuará sendo um importante aliado na construção de patrimônio sustentável de longo prazo.
Isso porque a renda fixa, como o próprio nome já diz, garante que o retorno seja conhecido e previsível. Ou seja, as regras para o retorno são conhecidas antes do investidor aplicar seu dinheiro, sendo pré-fixado (rentabilidade fechada) ou pós-fixado (rentabilidade associada a um indicador).
Vantagem ou desvantagem investir em renda fixa?
A maior parte dos investimentos conservadores da renda fixa oferece comodidade para acesso ao dinheiro, com liquidez imediata ou em poucos dias. Isso pode ser um divisor de águas para quem deseja ter uma reserva de emergência.
Contudo, os investimentos mais conservadores, cuja remuneração é atrelada à Selic ou à taxa DI – taxa de juros que costuma acompanhar a taxa básica – estão pagando bem menos. É o caso da caderneta de poupança, dos fundos DI e de títulos como CDB, LCI (Letra de Créditos Imobiliários) e LCA (Letra de Crédito Agrícola) pós-fixados e do Tesouro Selic (LFT). Ou seja, esses tipos de investimentos não são uma boa alternativas para acumular patrimônio, devido ao corte na Selic.
E você pode estar se perguntando: mas ainda tem as Debêntures, não é? Em tempos de juros baixos, as debêntures podem, sim, ser uma alternativa mais rentável do que as outras opções de renda fixa.
Considerado como produtos mais sofisticados, as debêntures têm ganhado os holofotes, e atraído cada vez mais pessoas físicas – mesmo envolvendo um nível de maior risco.
Isso porque em vez de financiar o governo, quem compra debêntures empresta dinheiro para uma empresa expandir as operações, seja no exterior ou não; fazer qualquer outro grande investimento como investir em novas instalações, financiamento de capital de giro, alongamento do perfil das dívidas, entre outros.
A questão é que as debêntures têm rentabilidade maior quando comparada aos investimentos tradicionais de renda fixa, tornando-se uma boa alternativa de investimento diversificado. É por meio dessa diversificação que você consegue diminuir os riscos e aumentar as chances de ter uma maior rentabilidade.
No entanto, em um cenário no qual os juros baixos vêm deixando a renda fixa cada vez menos atrativa, vale a pena considerar diversificar seu portfólio para reduzir o risco e minimizar os solavancos em sua jornada de investimento.
Por isso, sempre orientamos conhecer bem o seu perfil de investidor, para ampliar a migração de recursos para produtos de renda variável. Assim você pode manter uma reserva de emergência na renda fixa e diversificar parte dos investimentos de acordo com a rentabilidade desejada. Por exemplo, você pode investir nos setores imobiliários, ações da bolsa, outros derivativos, fundo de ações, entre outros, ainda que sejam opções que representem maior risco.
Conclusão
Como você pôde ver, mesmo os melhores investimentos em termos de rentabilidade e segurança – aqueles que remuneram ao redor de 100% do CDI, a partir de agora passam a pagar bem menos, e a realidade para os mais conservadores em ganhar 1% ao mês com baixo risco, já não é tão real assim.
Talvez você esteja pensando que, quando você opta por qualquer tipo de investimento, você deixa de escolher outras inúmeras opções, não é mesmo? E o risco está aí, pois pode gerar dúvida, como: teria algum investimento em que eu poderia ter mais rentabilidade?
É certo que, quem pode te responder a esta pergunta é um especialista. E é por esse motivo que sempre recomendamos que você tenha contato com um profissional da área no momento de avaliar o risco de investimento.
Leve sempre em consideração que há inúmeras maneiras de diversificar. Ou seja, não existe uma regra rígida e rápida para alcançar um equilíbrio adequado.
Portanto, como dissemos anteriormente, a educação financeira é fundamental para tomar decisões assertivas e saudáveis para suas finanças pessoais.