Pular para o conteúdo

Bolhas financeiras: exemplos, como identificar e porque fugir delas

Todos os investidores já devem ter ouvido falar do conceito de bolha financeira, mas é muito importante aprender a identificar e fugir delas.

Infelizmente, a existência de bolhas financeiras só é descoberta quando elas estouram. 

Entender como elas se formam e quais pistas o investidor deve seguir para não ter prejuízo é essencial para não ser pego de surpresa.

Neste artigo te mostraremos o que é bolha financeira e como identificar algumas delas.

O que é bolha financeira?

Uma bolha financeira é um aumento significativo no preço de um ativo que não reflete um aumento em seu valor real. As bolhas são baseadas na crença de que o preço do ativo continuará subindo.

As pessoas pagam mais porque esperam vender por mais. Essa convicção eleva ainda mais os preços. Eventualmente, a realidade entra em ação e a bolha “estoura”.

Por que as bolhas ocorrem?

Não existe uma teoria única amplamente aceita para explicar por que certos ativos, às vezes, crescem de forma rápida e insustentável.

Uma teoria é que, à medida que a economia ganha impulso, as empresas relatam ganhos mais altos e pagam salários mais altos aos indivíduos. 

E, em vez de economizar dinheiro, as pessoas gastam mais do que deveriam, por exemplo, comprando uma casa que está além de suas possibilidades, pensando que, conforme os preços aumentam, eles serão capazes de pagá-la facilmente. ]

Eles também podem estar mais inclinados a fazer jogadas arriscadas no mercado de ações. Isso causa um efeito dominó, que acaba levando a uma bolha financeira.

Uma teoria alternativa é que, à medida que uma economia em expansão injeta mais dinheiro no sistema financeiro (liquidez), tomar dinheiro emprestado fica mais barato. Com as taxas de juros baixas, os investidores estão mais propensos a alavancar seu capital tomando dinheiro emprestado de bancos e investindo em outros ativos.

Quando os investidores estão colocando muito dinheiro em um número limitado de ativos, os preços sobem. Multiplique esse efeito pelo número de indivíduos e grandes instituições que participam e você terá uma bolha clássica.

Entretanto, essas e outras teorias não são totalmente conclusivas;  muitos fatores se combinam até levar a ocorrência da bolha financeira.

Como se formam as bolhas financeiras

Se algo é finito e está em demanda, tem um preço. Se tiver um preço, pode desencadear uma mania especulativa. Isso inclui ações, imóveis, metais preciosos, recursos naturais, empréstimos, entre outros. No entanto, é apenas uma bolha caso venha a estourar.  

Embora a mídia muitas vezes sugira que as bolhas financeiras são diretas e previsíveis, elas não são. As causas tendem a ser complexas e a grande maioria das falhas previstas pelos especialistas pode nunca acontecer.

As bolhas financeiras mundiais

A crise de 1929

O mercado financeiro já passou por diversas bolhas financeiras, como a crise de 1929.

O fator impulsionador tanto da inflação quanto do estouro da bolha especulativa foi a expansão do uso de alavancagem, isto é, dívida, tanto por indivíduos quanto por empresas. 

Esse período foi marcado por uma enorme expansão do crédito ao consumidor, que os americanos usaram para financiar a compra de novos produtos. Os consumidores também usaram o crédito para comprar ações e, à medida que o mercado de ações crescia, os investidores começaram a tirar proveito dos empréstimos fornecidos por seus corretores.

Em 3 de setembro de 1929, o Dow Jones atingiu o máximo do ano antes de a bolha começar a esvaziar. O dia 24 de outubro, que ficou conhecido como “Quinta-feira Negra”, marcou o início da desaceleração do mercado de ações, lembrada como a “crise de 1929”. 

Quase 13 milhões de ações foram negociadas naquele dia, quando um pânico inesperado afetou os mercados. O índice Dow Jones caiu 38 pontos na segunda-feira, 28 de outubro, e mais 30 pontos na infame “Terça Negra”, 29 de outubro, quando um recorde de 16,5 milhões de ações mudou de mãos. Após o caos de outubro, o mercado se recuperou brevemente na primavera de 1930, antes de despencar novamente no início da década de 1930.

Bolha das tulipas

Outra bolha que tornou-se um marco na história das grandes bolhas das bolsas de valores ao redor do mundo foi a bolha das tulipas.

A bolha das tulipas foi um episódio econômico-financeiro ocorrido nos Países Baixos (a atual Holanda) ocorrido no século XVII que originou a primeira bolha especulativa que se conhece na história. 

Nesse caso, o ativo que que se tornou alvo de uma intensa especulação foram as tulipas — a história da mania das tulipas é lembrada como uma espécie de ilusão em massa. Um frenesi pelas tulipas que rapidamente atingiu um ponto em que os preços dos bulbos dispararam. 

Quando a bolha estourou, veio o crash: as tulipas perderam seu valor, os comerciantes faliram. A economia holandesa sofreu um golpe e mergulhou em uma crise econômica.

Bolha da internet

A bolha da internet (também conhecida como bolha ponto com ou dot com bubble) foi um movimento especulativo nas ações de empresas baseadas em negócios na internet ou intensivas em tecnologia, no início dos anos 2000. 

Bolha do bitcoin

Mais recentemente o mercado passou pela bolha do bitcoin, quando, no início de 2017, o preço do bitcoin estava abaixo de U$ 1000, mas no final do ano, já havia superado U$20.000 e havia ampla especulação de que poderia subir muito mais. Mas não subiu, e o Bitcoin perdeu 72% de seu valor no ano seguinte.

A formação das bolhas financeiras

É importante saber como identificar possíveis bolhas financeiras. Normalmente, atribui-se as bolhas a três características dos próprios ativos:

  • comercialização;
  • dinheiro e crédito;
  • especulação.

A comercialização é a facilidade com que um ativo pode ser comprado e vendido. Um ativo que pode ser comprado e vendido legalmente tem mais probabilidade de ser negociado.

Um ativo que é divisível em quantidades menores também aumenta a facilidade de negociação.

A facilidade de encontrar um comprador ou vendedor e a facilidade com que o ativo pode ser comercializado são importantes.

O segundo fator necessário para uma bolha é dinheiro e crédito. Uma bolha pode se formar apenas quando o público tem capital suficiente para investir no ativo e, portanto, é muito mais provável de ocorrer quando há dinheiro e crédito girando na economia.

Portanto, períodos de taxas de juros baixas e condições de crédito “fáceis” têm muito mais chances de estimular o crescimento de bolhas. Baixas taxas de juros sobre ativos tradicionais podem, por exemplo, forçar os investidores a buscar altos rendimentos, levando-os a investir em ativos mais arriscados.

O terceiro fator é a especulação. Claro, a especulação está sempre presente, pois há investidores esperando comprar na baixa e vender na alta.

O que acontece durante uma bolha, porém, é que muitos investidores tornam-se especuladores, muitos dos quais negociam apenas pelo momento, comprando quando os preços estão subindo e vendendo quando os preços estão caindo. 

É claro que esses três fatores são necessários, mas não suficientes para ocorrer as bolhas. 

Segundo Vernon Smith, ganhador do Prêmio Nobel, “a faísca que acende as bolhas é um mistério”.  Sendo assim, é possível identificar o risco de bolhas? Prossiga com a leitura.

Como identificar o risco de bolhas

Qualquer bom investidor precisa estar ciente de que não é possível acertar o ponto de reviravolta do mercado financeiro. Por isso é necessário adotar estratégias para diminuir os riscos dos investimentos.

Uma das recomendações é ajustar o nível de risco da sua carteira de investimentos, mantendo a proporção ideal da composição com a diversificação. Saiba mais aqui.

Uma boa maneira para identificar o risco de bolhas é investigar se os múltiplos de uma ação estão fora da curva. Para identificar o risco de bolha é necessário  investigar se os múltiplos de uma ação estão fora da curva. Isto é , avaliar o P/L, que compara o preço da ação (P) com o lucro gerado pela empresa (L). 

Caso esteja acima das máximas históricas do papel, o investidor deve avaliar se alguma mudança de fundamento justifica o comportamento do preço.

Apesar do aumento do P/L ser considerado um bom indicador para identificar o risco de bolha,o melhor caminho é sempre estudar os fundamentos da empresa e investir sem especulação.

Aprenda aqui como diversificar sua carteira de investimentos com segurança e rentabilidade de até 14%. Conheça o crowdfunding imobiliário.

Conclusão

Vimos que a principal característica de uma bolha é o crescimento rápido no valor de mercado de um ativo ou um grupo de ativos, entretanto ainda não há uma resposta concreta de como apontar exatamente o que causa essa ascensão.

Investidores que se atraem pela popularidade do ativo e passam a negociá-lo, gerando o comportamento de manada, são os que alimentam a bolha. Por isso, na hora de investir é crucial educar-se e estudar qual o melhor ativo para começar a investir de forma assertiva e segura.

Aposte nos investimentos coletivos! Aproveite e assine nossa newsletter e receba as novidades do mercado financeiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.