Investir para a aposentadoria é uma das decisões financeiras mais importantes que qualquer pessoa pode tomar. Afinal, a aposentadoria é uma fase da vida que todos nós enfrentaremos, e a qualidade de vida que teremos nessa fase depende muito de como planejamos e investimos nosso dinheiro ao longo da vida.
Entretanto, infelizmente, muitas pessoas não se planejam financeiramente para a aposentadoria por várias razões. Alguns acreditam que terão direito ao INSS e que ele será suficiente para cobrir todas as suas despesas, enquanto outros simplesmente não sabem por onde começar.
No entanto, a verdade é que a maioria das pessoas precisará de mais dinheiro do que esperava para manter seu padrão de vida durante a aposentadoria. E por isso, neste artigo, vamos discutir algumas das estratégias de investimento mais comuns para aposentadoria, e como você pode se preparar para esse momento.
Vamos lá?
Por que investir para a aposentadoria é relevante?
Atualmente, segundo os dados do Relatório Global do Sistema Previdenciário 2020 da seguradora Allianz, cerca de 90% dos brasileiros com mais de 25 anos não poupam dinheiro pensando na aposentadoria.
Isso acontece porque a maioria das pessoas acredita que poderá viver depois da aposentadoria pela previdência pública. Porém, o sistema previdenciário público do Brasil está se mostrando cada vez mais instável.
De forma bem simples, basicamente estamos vivendo uma situação de déficit previdenciário. Ou seja, os gastos do sistema previdenciário estão se tornando maiores do que a sua arrecadação, fazendo com que o pagamento dos benefícios crie um rombo nos cofres públicos.
Além disso, o modelo atual de aposentadoria depende basicamente de que os trabalhadores ativos paguem a remuneração dos aposentados.
Porém, com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população brasileira, existem cada vez mais aposentados e menos pessoas trabalhando formalmente, impedindo essa conta de fechar.
Como o tempo impacta seus investimentos para a aposentadoria?
Agora que você já entendeu a importância dessa meta na sua vida financeira, vamos a outra máxima desse objetivo: o tempo.
O que acontece, é que geralmente as pessoas tendem a acreditar que tem muito mais tempo para lidar com tarefas do futuro do que geralmente têm. Mas, quando se fala em aposentadoria, o raciocínio deve ser contrário: quanto mais cedo você começar, melhor.
Isso porque como estamos falando de uma meta de longo prazo, quanto mais tempo você tiver disponível, menos dinheiro terá que dispor mensalmente para realizá-la por meio dos seus investimentos.
Como se planejar para começar a investir para a aposentadoria
Existem diversas maneiras de começar a investir para a aposentadoria. Mas independente da forma escolhida, não é possível fugir do primeiro passo, o planejamento.
Pense nos seguintes aspectos:
– Qual é o seu custo de vida hoje?
– Você pretende aumentá-lo quando envelhecer?
– Quanto você pode poupar por mês pra isso?
– Quando você quer se aposentar?
Essas perguntas são relevantes porque sabendo seu custo de vida hoje, você consegue projetar melhor quanto precisará no futuro e assim, obter um valor mais realista do quanto precisará investir para a aposentadoria.
Além disso, também é relevante pensar que quando chegamos a uma certa idade, dependemos de maiores cuidados, remédios, etc. Então talvez o seu custo de vida suba um pouco quando esse momento chegar devido a essas necessidades.
Agora, sabendo de todas essas informações, existe um simulador super interessante que calcula para você o quanto você precisa investir para a aposentadoria todos os meses para poder ficar sem trabalhar (caso queira) e ainda manter o seu padrão de vida.
Para acessá-lo basta clicar aqui: Simulador de independência financeira.
Avalie quais opções de investimento são adequadas para começar a investir para a aposentadoria
Tendo esse planejamento em mãos, agora podemos começar a analisar quais opções de investimento são mais vantajosas para atingir o seu objetivo.
Lembrando que para fazer uma avaliação mais completa, é importante saber o seu perfil de risco como investidor, o tempo disponível para investir o valor levantado anteriormente, quanto você poderá investir todo mês, etc.
Ademais, existem várias opções de investimento disponíveis para quem deseja investir para a aposentadoria. Entre elas, destacam-se os planos de previdência, aposentadoria privada, Tesouro IPCA, Tesouro Direto RendA+, CDBs com prazos longos, etc.
Cada uma dessas opções apresenta vantagens e desvantagens, e é importante avaliar qual delas é a mais adequada para suas metas financeiras.
Nesta seção, abordaremos as principais características de cada uma dessas opções.
Os títulos do Tesouro Direto são investimentos de renda fixa e o modelo é super simples! Quando você compra um título do Tesouro, está emprestando dinheiro para o governo que no vencimento te devolve esse dinheiro acrescido dos seus juros, que são justamente os lucros da sua aplicação.
O Tesouro Direto IPCA+ é um título público do governo federal. Ele funciona de maneira muito simples: parte da sua rentabilidade acompanha a inflação, e a outra parte tem um valor fixo. (Ex: IPCA+ 3,25%)
Especialistas geralmente o consideram uma excelente opção para construir a aposentadoria, visto que seu dinheiro sempre renderá acima da inflação e, portanto, você não perderá poder de compra.
Além disso, por ser um investimento com prazo maior, sua rentabilidade consequentemente também é maior, facilitando a construção de patrimônio.
Além de ser um investimento interessante para esses momentos, ele também é bem acessível, já que tem um investimento inicial em torno de R$ 30 e diferentes datas de vencimento, que se encaixam em diversos objetivos financeiros.
CDBs com prazos longos
CDB é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário. Basicamente, nesse tipo de investimento, os bancos usam o dinheiro captado com os CDBs para conceder empréstimos a outras pessoas.
É um investimento segurado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, se a sua instituição escolhida para fazer a aplicação do CDB quebrar, o FGC cobre até R$250.000,00.
Como os CDBs funcionam?
O CDB funciona de forma muito semelhante a vários outros produtos de renda fixa; você escolhe o CDB, aplica o dinheiro que deseja e deixa o dinheiro rendendo até o vencimento.
Também existem CDBs nos quais você pode retirar o dinheiro antes do vencimento sem perder nada, chamados de CDBs de liquidez diária. No entanto, eles não são adequados para quem busca investir para a aposentadoria.
CDBs interessantes para o objetivo investir para a aposentadoria
1) CDB Pré-Fixado: Em todo o investimento pré-fixado o investidor consegue calcular o que ele vai receber na hora do vencimento. Isso porque a taxa de juros é definida e informada na hora da aplicação.
2) CDB pós-fixado: No CDB pós-fixado, o investidor sabe qual indicador será usado como referência para a rentabilidade do investimento, o que também é acordado na hora da aplicação.
No entanto, não é possível saber qual valor será recebido no final do investimento, já que ele segue as oscilações do indicador. Nesse tipo de CDB o indicador mais comum é o CDI.
Atenção: Para quem deseja investir para a aposentadoria, é importante ter essa ideia na cabeça: quanto maior o prazo, maior a rentabilidade. Então se deseja usar um CDB procure um CDB de longo prazo, que renda acima ou pelo menos igual a 100% do CDI.
Previdência privada
PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres)
Pessoas que fazem a declaração do Imposto de Renda na versão completa devem optar pelo PGBL. Isso ocorre porque, nesse plano, é possível deduzir o valor depositado mensalmente, aumentando assim a restituição no Imposto de Renda e recebendo de volta o dinheiro que foi pago de imposto ao longo do ano.
VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres)
O VGBL é justamente o contrário. Ele é geralmente indicado para pessoas que não declaram, ou declaram o imposto de renda na versão simplificada. Ele tem como vantagem o fato de que na hora de resgatar, o IR é apenas descontado sobre os rendimentos, fazendo com que o valor que você depositou e as contribuições, fiquem fora desse desconto.
Ambos funcionam de maneira muito simples, e ao escolher o plano, você também define o quanto pode poupar para a aposentadoria.
Mas atenção, esses planos costumam ter algumas características que não são veiculadas com frequência.
Taxas da previdência privada
Além da taxa de administração, esses planos também costumam ter no momento do resgate uma taxa chamada taxa de saída, e outra de carregamento.
Por isso, se estiver pensando em contratar algum deles, sempre questione a respeito dessas taxas, pois dependendo do quão altas elas forem, podem desmantelar a sua rentabilidade.
Tributação da previdência privada
Para entender que tipo de tributação funcionará melhor para você, é importante entender que a previdência privada pode ter tanto tributação regressiva, quanto progressiva.
A primeira é recomendada para quem pretende manter o plano por um período mais longo, visto que ela começa em 35% caso haja algum saque antes de dois anos.
A segunda é mais indicada para quem planeja manter o plano por um período mais curto, pois possui uma alíquota de 15% que é cobrada na fonte no momento do resgate ou início dos recebimentos dos lucros.
Tesouro RendA+
O Tesouro RendA+ é uma nova família de títulos do Tesouro Direto com foco no longo prazo e em oferecer uma renda extra mensal por 20 anos, corrigida pela inflação.
Para investir nesse título, basta cerca de R$ 30.
O rendimento do investimento é composto por uma taxa de juros prefixada, definida no momento da aplicação, acrescida da variação do IPCA durante o período de investimento.
Como o IPCA é o índice que mede a inflação oficial do país, esse título permite que o investidor mantenha sua rentabilidade acima da inflação e o poder de compra garantido
Quem investir para a aposentadoria no Tesouro Direto RendA+ passará por dois períodos, o de acumulação e o de conversão:
- Acumulação: nesta fase, você compra títulos e acumula recursos para receber os pagamentos mensais.
- Conversão: nessa fase são pagas 240 parcelas mensais que começam a partir da data de conversão, corrigida pela inflação.
Para quem mantiver o título até a data de vencimento, terá isenção da taxa de custódia.
Para quem precisar vender antes, a cobrança será regressiva e realizada no momento do resgate.
Entretanto, no final das contas, o que cai na sua conta já está com o desconto do imposto, facilitando a sua organização financeira e evitando problemas com a Receita Federal.
Sempre mantenha a diversificação em dia
Diversificar seus investimentos significa investir em diferentes tipos de ativos.
Essa estratégia ajuda a minimizar os riscos e aumentar as chances de retorno no longo prazo. A ideia é que, se um dos seus investimentos não estiver indo tão bem, os outros poderão compensar essa eventual perda/baixa nos valores.
Embora a diversificação de investimentos não seja garantia de lucro, ela pode ajudar a maximizar os ganhos e minimizar o risco de perdas significativas em uma única área. Diversificar ajuda a distribuir o risco em várias classes de ativos, reduzindo o risco e aumentando as chances de se obter retornos mais altos.
É importante que o investidor faça a diversificação de forma estratégica, levando em consideração o seu perfil de risco, além de avaliar as possíveis alternativas de investimento disponíveis.
Conclusão
Investir para a aposentadoria é uma tarefa importante e que requer um bom planejamento financeiro. É preciso ter em mente que a aposentadoria é um evento inevitável na vida de todos e, por isso, é necessário ter um plano financeiro sólido que permita alcançar a independência financeira nessa fase da vida.
Com um pouco de conhecimento financeiro e um bom planejamento, é possível alcançar seus objetivos financeiros e garantir uma aposentadoria tranquila e confortável.
Lembre-se, quanto antes começar a investir, mais tempo terá para acumular patrimônio e alcançar seus objetivos financeiros para a aposentadoria.