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O que é inflação: como ela impacta o dia a dia e os investimentos

É bem provável que você já tenha ouvido falar sobre inflação, afinal, esse é um dos termos da economia que mais impactam o nosso cotidiano. Mas você sabe o que essa palavra significa? 

Formalmente falando, a inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços de mercado, e podemos perceber o impacto dela nas nossas vidas quando ouvimos pessoas comentando do aumento de certos produtos, do reajuste na mensalidade da faculdade, do aumento na conta de luz, etc. 

Neste texto você irá entender o que é inflação e quais são os efeitos dela na economia. 

O que é inflação e quais seus efeitos

Em resumo, a inflação pode ser definida quando há uma grande quantidade de dinheiro circulando na economia e seu valor começa a se deteriorar, fazendo com que a mesma quantidade de dinheiro compre cada vez menos mercadorias. 

Ela pode causar alguns impactos sociais, uma vez que os trabalhadores não costumam ter o salário reajustado na mesma proporção e velocidade que o aumento dos preços de mercado. Além disso, pode gerar deterioração dos preços de exportações brasileiras, tendo em vista que nossas mercadorias ficam mais caras que as de outros países. 

Sendo assim, é essencial que o governo controle bem a inflação, para que preserve a saúde econômica do seu país e da população.

Mas como ela pode afetar nosso orçamento pessoal e familiar? 

1. No pagamento de serviços prestados: muitos contratos preveem reajustes de acordo com o índice de inflação. É o caso de planos de saúde, aluguel de imóveis, energia elétrica e até pedágios. 

2. Nos gastos domésticos: aumento nos gastos com supermercado, farmácia e afins. 

3. Nos investimentos: a inflação afeta diretamente o valor real dos seus rendimentos, diminuindo o valor do seu dinheiro e exigindo correção nos valores investidos periodicamente. Um exemplo é a poupança, que nem sempre rende de acordo com a inflação.

O que pode causar a inflação

A inflação pode ter diversas causas, alguns exemplos são:

Aumento na demanda

Acontece quando a demanda por certos produtos é maior do que a capacidade de produção do país. Nesse caso, o preço tende a subir, gerando inflação.

Aumento nos custos de produção

É o caso de quando há aumento nos custos de produção, por exemplo, nas máquinas, matéria-prima, mão de obra, etc. 

Com o custo maior, pode acontecer da produção (oferta) cair, ou dos preços de mercado aumentarem.

Emissão de papel-moeda

Quando os gastos do governo são maiores do que os arrecadamentos, pode ser necessário a impressão de mais dinheiro para pagar as contas. Isso faz com que o volume de dinheiro circulando no mercado, seja maior que a oferta de produtos e serviços. Ou seja, é exigida uma quantidade maior de dinheiro para adquirir a mesma quantidade de produto. 

Diminuição na taxa de juros

A taxa Selic (taxa básica de juros da economia definidas pelo Banco Central) pode ser usada como uma ferramenta do governo para controlar a inflação.

Quando o governo diminui a Selic, os seus investimentos na poupança, renda fixa e em títulos públicos passam a render menos. A intenção é incentivar o consumo, produção e crescimento da economia.

A partir desse estímulo e da circulação do dinheiro, há um aumento na demanda e consequentemente, na inflação.

Quais os principais índices de inflação no Brasil

Os índices de inflação funcionam como um termômetro para a economia, pois, buscam representar o “aquecimento” ou a redução do consumo. São usados para medir a variação dos preços, o seu impacto no mercado e no custo de vida da população. 

Esses índices têm uma metodologia específica e são medidos por órgãos especializados, como IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas). 

Apontam valores diferentes e buscam refletir o padrão de consumo de um grupo de cidadãos, tendo como base uma lista de produtos e serviços. Veja os principais:

IPCA (Índice Geral de Preços Amplo) 

O IPCA é calculado pelo IBGE e é considerado o índice oficial de inflação do Brasil. É utilizado pelo Copom (Comitê de Política Monetária) para analisar a meta de inflação. 

Tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionárias de serviços públicos e internet. Sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 ao dia 30 do mês.

Mede a variação de preços no varejo para famílias com renda mensal de até 40 salários mínimos. Utiliza dados de 11 capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Distrito Federal e Goiânia) e sua lista de produtos monitorados inclui alimentação e bebidas, artigos de casa, comunicação, cuidados pessoais, educação, saúde, transporte e vestuário. 

IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)

O IGP-M é calculado pelo FGV e composto por outros três índices de preços: IPA (Índice de Preços por Atacado), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção). Seu período de apuração é do dia 20 de um mês ao dia 21 do mês seguinte.

O IGP-M monitora itens como bens de consumo (alimentação) e produção (matérias-primas, materiais de construção, etc), além de outros serviços como condomínio, aluguel, empregada doméstica e outras contas. 

Esse indicador é utilizado pelo mercado financeiro e para corrigir contratos de aluguel. Em outras palavras, serve para que os diversos setores da economia façam os reajustes necessários para manter o seu funcionamento.

IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna)

O IGP-DI também é calculado pela FGV e possui a mesma lista de itens do IGP-M. A diferença está no período de apuração, que considera o mês cheio (do dia 01 ao dia 30 ou 31 do mês)

IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)

O IPC-Fipe é calculado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e mede custos de habitação, transporte, alimentação, despesas pessoais, saúde, vestuário e educação. 

Seus dados são referentes à cidade de São Paulo e abrange consumidores que recebem até 20 salários mínimos. Seu período de apuração é o mês cheio (do dia 01 ao dia 30 ou 31).

INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)

O INPC é calculado pelo IBGE e mede produtos que impactam pessoas com uma faixa salarial de até 6 salários mínimos.

Monitora itens alimentícios como arroz, feijão, leite e frutas, além de preços de refeições em restaurantes e lanchonetes, gás de cozinha e passagem de ônibus. 

Esse índice de preços tem como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet. Sua coleta estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do mês.

Como é calculada a inflação no Brasil

A inflação é medida por métodos econométricos, ou seja, é a média aritmética ponderada das variações de preço ao longo de um determinado período, em que cada produto tem um peso a depender de sua importância econômica. 

Mensalmente, 260 pesquisadores do IBGE fazem o levantamento dos preços de 22,5 mil produtos para obterem a variação mensal do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e dos demais índices calculados pelo instituto. Veja o passo a passo: 

– Amostra de domicílio: os pesquisadores visitam as famílias para saber o que elas compram e onde. 

– Cesta de produtos: são definidos os produtos da cesta e o peso deles no cálculo da inflação. Quanto mais consumidos, maior será o preso. 

– Comércios: os pesquisares definem a lista de comércios onde os preços serão avaliados. 

– Questionário: com as informações citadas, é elaborado um questionário com os locais a serem visitados e os produtos que deverão ser checados. 

– Na rua: seguindo o questionário e o cronograma, os pesquisadores vão até os comércios e coletam os preços. 

– Entrega: depois disso, eles entregam os relatórios aos técnicos que vão processar os dados colhidos para começar a calcular os índices. – Cálculo do índice: por fim, a inflação é calculada por meio da variação dos preços de um período para outro. Caso ocorra uma diferença muito grande em relação ao mês anterior, os técnicos devem checar novamente.

– Cálculo do índice: por fim, a inflação é calculada por meio da variação dos preços de um período para outro. Caso ocorra uma diferença muito grande em relação ao mês anterior, os técnicos devem checar novamente.

E a deflação?

De forma simples e direta, a deflação é o contrário da inflação. Mas como assim? 

Quando um país passa por deflação, os preços diminuem ao invés de subir, ou seja, dizemos que o valor da inflação assumiu um valor negativo. 

É importante lembrar que não podemos confundir deflação com desinflação. No caso da desinflação os preços sobem, mas em ritmo lento.

A deflação pode ser um sinal pontual de que alguma categoria de produto ou serviço ficou mais barata, ou, em outros casos, um sinal preocupante de que a economia vai mal – principalmente quando a deflação ocorre por um período prolongado e os preços não param de cair. 

Uma das principais causas de deflações prolongadas é a recessão, no caso das crises econômicas. Nesses períodos, os consumidores evitam fazer compras e isso faz com que as empresas sejam obrigadas a produzir menos. 

Em abril desse ano, devido à pandemia do covid-19, tivemos pela primeira vez, em muito tempo, um índice de -0,31%.

Esse resultado é a menor variação mensal, desde agosto de 1998, quando a queda chegou a -0,51%, de acordo com o IBGE. Na época, foi registrada uma deflação pelo período de três meses, desencadeada por diversas crises financeiras no mundo, que acabaram impactando a nossa economia. 


Deu pra entender um pouco mais sobre a inflação e como ela está presente no nosso dia a dia? 

Ao contrário do que pode parecer, a inflação é uma parte importante do mercado e ter controle dela é sinal de que o país está caminhando bem economicamente.

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