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NFT o que é? Entenda como funcionam os tokens não fungíveis

NFT o que é? Os NFTs se tornaram verdadeiras tendências no mercado de cripto. Traduzidos como tokens não fungíveis, entenda quais são suas vantagens e desvantagens.

Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) abriram espaço para o surgimento de novos tipos de ativos digitais, que atraíram milhares de investidores e movimentaram bilhões de dólares. Um desses ativos são os NFTs, sigla em inglês para token não fungível.

Entre janeiro e setembro de 2021, de acordo com o site de análises DappRadar, as vendas de NFTs somaram US$ 13,2 bilhões, um valor superior ao Produto Interno Bruto (PIB) combinado dos estados do Acre, Amapá e Roraima.

Neste guia, esclarecemos o que são NFTs, como comprá-los e quais são as vantagens e desvantagens desse mercado emergente. Além disso, mostraremos quais são os exemplares mais valiosos do mundo.

O que são NFTs?

NFT é a sigla para non-fungible token (token não fungível, em português). Para compreender bem essa tecnologia, é essencial entender os conceitos de “token” e “fungível”.

No contexto das criptomoedas, um token é uma representação digital de um ativo, como dinheiro, propriedades ou obras de arte, registrada em uma blockchain, a mesma tecnologia que surgiu com o Bitcoin (BTC) no final de 2008. Por exemplo, se alguém possui o token de uma propriedade, essa pessoa tem direito sobre aquele imóvel ou uma parte dele.

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Por sua vez, bens fungíveis, conforme o Código Civil Brasileiro, são aqueles que “podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade”. Um exemplo é uma nota de R$ 100, que pode ser trocada por duas de R$ 50. Já a pintura “A Casa Amarela”, de Vincent van Gogh, é não fungível, pois é única e não pode ser trocada por outra idêntica.

Assim, um NFT é a representação de um item exclusivo, que pode ser digital, como uma arte gráfica, ou físico, como uma pintura. Além de obras de arte, músicas, itens de jogos, momentos marcantes do esporte e até memes, podemos transformar esses conteúdos em NFTs.

O que significa ser um “token não fungível”?

Na prática, ser um token não fungível significa ser um certificado digital de propriedade que qualquer pessoa pode visualizar e verificar a autenticidade, mas não alterar. Para ilustrar, imagine o seguinte exemplo:

Alguém pode acessar a internet e baixar a obra digital “Crossroad”, do artista americano Mike Winkelmann, conhecido como Beeple, que ele converteu em NFT. A obra retrata o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, nu, com palavras ofensivas escritas em seu corpo. No entanto, essa versão baixada é apenas uma cópia sem valor comercial.

A posse real da obra, vendida no início de 2021 por US$ 6,6 milhões, pertence exclusivamente à pessoa que possui o token não fungível da obra, que age como um certificado digital de propriedade. Esse certificado é, basicamente, um código de computador. Mas não seria possível copiar esse código?

Não, porque ele está registrado em uma blockchain – um banco de dados público e imutável – por meio de um smart contract. Esses contratos inteligentes são programas que armazenamos em uma rede descentralizada e que se executam conforme regras pré-definidas, sem a necessidade de um intermediário.

Resumidamente, qualquer informação registrada na blockchain por meio desses contratos pode ser verificada por todos os usuários. Isso ocorre graças a algoritmos que determinam o que é permitido no sistema.

A rede Ethereum é a mais utilizada para desenvolver tokens não fungíveis. Para funcionar nessa rede, os NFTs seguem um padrão de programação chamado ERC-721. No entanto, outras blockchains, como Tezos, Solana, EOS e Binance Smart Chain, também permitem a criação de NFTs.

Como comprar NFTs?

O processo de compra de NFTs é simples: você precisa se cadastrar em uma plataforma, garantir que tem fundos suficientes em criptomoedas, e adquirir o NFT que deseja. Cada marketplace tem suas próprias características e aceita diferentes ativos digitais. A seguir, dois exemplos:

Opensea

OpenSea: Um marketplace baseado na rede Ethereum. Para comprar NFTs, você precisa usar Ether (ETH) ou tokens como Wrapped Ether (WETH), USD Coin (USDC) e Dai (DAI). O processo funciona assim:

Ao acessar a plataforma, clique em “Explore” (Explorar) e escolha o ativo digital que deseja – pode ser uma arte, coleção, música, etc. Depois de selecionar, clique em “Buy now” (Compre agora). A plataforma pedirá que você conecte uma carteira digital compatível com a rede Ethereum que tenha os fundos necessários. 

Se ainda não possui uma carteira (ou wallet), a OpenSea sugere opções como MetaMask, Coinbase Wallet, Fortmatic, ou qualquer carteira compatível com o WalletConnect. A instalação é simples, e no caso da MetaMask, basta baixar e adicionar como extensão no navegador Chrome ou em smartphones com iOS e Android.

Depois de instalar a carteira, transfira a quantidade necessária em criptomoedas para a compra. Se o NFT custar 0,012 ETH (aproximadamente US$ 50), você precisará enviar esse valor da sua conta em uma exchange para a sua carteira. 

É importante também enviar um valor extra para pagar a taxa de transferência da blockchain Ethereum, chamada Gas. Essa taxa varia com o volume de transações na rede, ficando mais alta em períodos de congestionamento. Reserve ao menos o dobro do valor do NFT para cobrir essas taxas.

Após concluir a instalação da carteira e transferir os ativos digitais, você poderá finalizar a compra do NFT.

Binance

Binance: A maior corretora do mundo em valor de mercado possui um marketplace chamado Binance NFT. O processo de compra de NFTs por lá é mais simples. Faça o cadastro (caso ainda não tenha) e transfira moeda fiduciária, como real, dólar ou euro. Em seguida, converta o valor para uma criptomoeda aceita na plataforma, como ETH, Binance Coin (BNB) ou Binance USD (BUSD). A exchange permite a compra de criptos usando cartões de crédito ou débito.

Após o cadastro e compra de ativos, basta escolher o NFT que deseja adquirir. Assim como no OpenSea, o marketplace da Binance oferece obras de arte, músicas, NFTs de jogos, entre outros. Lembrando que os NFTs na Binance rodam na sua própria blockchain, a Binance Smart Chain. Para fazer transações nessa rede, assim como no Ethereum, você precisa pagar taxas de Gas, que, neste caso, são pagas em BNB. Esses valores variam, mas geralmente são mais acessíveis do que na rede Ethereum.

Onde comprar NFTs?

  • OpenSea – Um dos maiores e mais populares marketplaces de NFTs.
  • Binance NFT – Plataforma de NFTs vinculada à exchange Binance.
  • Rarible – Plataforma descentralizada que permite aos usuários criar, vender e comprar NFTs.
  • Solanart – Especializada em NFTs baseados na blockchain Solana.
  • Foundation – Focada em arte digital de alta qualidade.
  • SuperRare – Voltada para arte digital de artistas renomados.
  • Nifty Gateway – Plataforma conhecida por colaborações com celebridades e artistas.
  • 9Block – Marketplace brasileiro de NFTs.

Leia também: Guia completo sobre ETF de Criptomoedas

Como criar NFTs?

Criar NFTs em plataformas como a OpenSea é um processo simples e direto. O primeiro passo é acessar a plataforma e conectar uma carteira de criptomoedas, como a MetaMask, que seja compatível com a rede Ethereum. Com a carteira conectada, é possível subir o projeto que você deseja transformar em NFT, seja ele uma imagem, vídeo, música ou até mesmo um modelo 3D, com o limite de 100 MB por arquivo.

Após subir o arquivo, é possível personalizar o NFT, adicionando nome, descrição e outras características que podem influenciar na raridade ou apelo do item. Vale lembrar que, como o processo utiliza a blockchain do Ethereum, é necessário pagar uma taxa de Gas, que corresponde ao custo da transação na rede. Além disso, a OpenSea cobra uma comissão de 2,5% quando um vendedor realiza a venda de um NFT. Outras plataformas como Rarible, SuperRare, Nifty Gateway e Binance NFT também funcionam de maneira semelhante, com pequenas variações nos valores de comissão.

Assim, criar NFTs é uma tarefa relativamente simples para quem está familiarizado com o uso de carteiras de criptomoedas e disposto a pagar as taxas associadas à rede Ethereum.

O que pode virar um NFT?

Tokens não fungíveis (NFTs) permitem que os usuários apliquem essa tecnologia a uma vasta gama de itens, tanto físicos quanto digitais. Isso inclui quadros, músicas, itens de jogos, memes, fotos de eventos esportivos, domínios de sites, vídeos e até mesmo posts em redes sociais. Um exemplo notável dessa versatilidade foi a venda, em 2021, do primeiro tuíte do fundador do Twitter, Jack Dorsey, que foi transformado em um NFT e vendido por mais de US$ 2,9 milhões. O tuíte, publicado em 21 de março de 2006, dizia simplesmente: “just setting up my twttr”.

Outro exemplo significativo da adoção dos NFTs veio da NBA. Em fevereiro de 2021, a liga americana de basquete movimentou cerca de US$ 200 milhões em apenas um fim de semana, graças às negociações de NFTs na sua plataforma chamada Top Shot. A plataforma permite que fãs comprem e colecionem cards digitais de jogadas icônicas, transformando momentos do esporte em ativos digitais valiosos.

Diferenças entre NFTs e Criptomoedas

As criptomoedas, como o Bitcoin (BTC) e o Ethereum (ETH), são exemplos de ativos fungíveis. Isso significa que, ao enviar um Bitcoin para outra pessoa, ela pode devolver outro Bitcoin, e o valor que você possui permanece o mesmo. Essas criptomoedas também são divisíveis, permitindo o envio de pequenas frações, como os satoshis no caso do Bitcoin.

Por outro lado, os NFTs (tokens não fungíveis) são diferentes em sua essência. Cada NFT é único e indivisível. Por exemplo, se um NFT representar uma obra de arte de Pablo Picasso, não seria possível trocá-lo por outro igual, pois o token é singular. Além disso, não é viável dividir ou transferir uma fração do NFT, como seria com as criptomoedas. Isso reflete o caráter exclusivo e insubstituível dos NFTs, reforçando seu valor no mercado digital.


Os NFTs mais valiosos

De acordo com dados do DappRadar, o mercado de NFTs registrou um volume de vendas impressionante de US$ 13,2 bilhões entre janeiro e setembro de 2021. Esse valor supera o PIB combinado de estados brasileiros como Acre, Amapá e Roraima. O mercado de NFTs abrange uma diversidade de ativos digitais, e alguns exemplos de NFTs de maior valor incluem:

Everydays: The First 5000 Days, criado pelo artista digital Beeple, é uma compilação de 5 mil imagens que ele produziu ao longo de mais de 13 anos. Vendido por US$ 69,3 milhões em março de 2021, este NFT é uma das vendas mais valiosas de todos os tempos, consolidando Beeple como uma referência no mundo da “criptoarte”.

CryptoPunk #7523: Parte da coleção CryptoPunks, que consiste em 10 mil retratos pixelados. O número 7523, um alienígena pixelado com máscara, foi arrematado por US$ 11,8 milhões em junho de 2021.

CryptoPunk #3100 e CryptoPunk #7804: Ambos da categoria alien, também entraram para a lista de vendas milionárias, alcançando valores de US$ 7,58 milhões e US$ 7,57 milhões, respectivamente. Esses retratos digitais, criados pela Larva Labs, fazem parte da crescente valorização dos CryptoPunks.

Outros exemplos notáveis incluem o NFT Crossroad, também de Beeple, que retratava Donald Trump em uma obra que mudaria conforme o resultado das eleições, vendido por US$ 6,6 milhões. Além disso, o NFT Ocean Front, vendido por Beeple por US$ 6 milhões, teve seu valor destinado à Open Earth Foundation para apoiar causas ambientais.

Entre outras vendas expressivas estão o CryptoPunk #8857, um personagem zombie vendido por US$ 6,6 milhões, e o Ringers #879, uma obra do artista Dmitri Cherniak negociada por US$ 5,8 milhões.

Assim como em qualquer mercado, o universo dos NFTs apresenta seus próprios riscos e vantagens que devem ser considerados antes de realizar investimentos.

Riscos

Um dos principais riscos no mercado de NFTs é a presença de shitcoins. Dado que qualquer pessoa pode criar um NFT, há uma abundância de ativos digitais sem valor real, bem como tokens não fungíveis fraudulentos. É essencial realizar uma pesquisa detalhada sobre o projeto e as pessoas por trás dele para evitar investir em algo sem fundamento.

A liquidez dos NFTs também é uma preocupação significativa. Ao contrário de criptomoedas que podem ser compradas e vendidas rapidamente, a revenda de um NFT pode ser difícil. Muitas vezes, encontrar um comprador disposto a pagar o preço desejado pode levar tempo, o que torna o segmento mais semelhante ao mercado de arte tradicional.

Além disso, a volatilidade é uma característica marcante dos NFTs. Semelhante a outras criptomoedas como Bitcoin e Ethereum, os preços dos NFTs podem oscilar drasticamente devido à sua natureza emergente e à formação de preços ainda em andamento.

Por fim, as fraudes são uma preocupação constante. Golpistas podem pegar trabalhos de outras pessoas, transformar esses trabalhos em NFTs e vendê-los como se fossem seus. É fundamental verificar a autenticidade do token e a identidade do criador antes de realizar uma compra.

Vantagens

Apesar dos riscos, investir em NFTs também oferece algumas vantagens. Um aspecto atraente é a valorização potencial dos ativos. Assim como as obras de arte, alguns NFTs podem se valorizar ao longo do tempo. O CryptoPunk #7804, por exemplo, viu seu preço aumentar em impressionantes 50.000% em um período de pouco mais de três anos.

A escassez é outra vantagem significativa dos NFTs. Essa característica de escassez pode aumentar o valor do ativo no mercado.

Por último, os NFTs oferecem uma facilidade de transferência que não é vista em ativos físicos. Um NFT pode ser enviado de um ponto a outro do mundo em minutos, assim como ocorre com as criptomoedas. Em contraste, o transporte de uma obra de arte física envolve complicações logísticas e custos significativos.

Esse texto foi retirado do artigo da Infomoney: O que são NFTs? Entenda como funcionam os tokens não fungíveis.

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