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Circuit Breaker: o que é e como ele funciona

O termo Circuit Breaker é uma ferramenta essencial para quem investe, pois ajuda a proteger os investidores em períodos de volatilidade, pânico ou crises que podem ocorrer. A BMFBovespa o utiliza em suas operações como um dispositivo de segurança quando seu principal índice cai mais do que um certo limite. 

Se você é investidor certamente deve aprender o que é Circuit Breaker. Saiba o que é e como funciona o mecanismo de proteção aos investidores da B3. Descubra também como ela realmente funciona neste artigo preparado para você.

O que é Circuit Breaker na Bovespa?

O Circuit Breaker é uma ferramenta usada pela Bolsa em momentos de grande volatilidade da economia a fim de controlar as variações negativas do mercado econômico.  

O que ocorre é que em momentos como o que estamos enfrentando atualmente com a crise do Covid, por exemplo, ou a crise do petróleo, é normal que haja grandes variações no índice Bovespa.

Devido às variações a B3 aciona o mecanismo de proteção contra grandes desvalorizações do índice da Bolsa.  Entenda como funciona: quando há muitas vendas, ocasionando quedas bruscas nos preços dos ativos negociados, o Circuit Breaker é acionado. 

Normalmente, os Circuit breakers são empregados para ações e índices. Muitas etapas podem ser tomadas após o rompimento dos Circuit Breakers, uma delas é impor limites nas negociações do mercado, a fim de permitir um ganho de tempo para que os investidores analisem as possibilidades e criem novas estratégias. 

Quando surgiu o Circuit Breaker?

Os Circuit breakers foram introduzidos pela primeira vez após o acidente da Black Monday em outubro de 1987. O Dow caiu quase 23% em uma única sessão, o que é um recorde até hoje.

Os Circuit breakers têm como objetivo conter as vendas em pânico. Assim como nos esportes, uma pausa temporária nas negociações permite que os participantes do mercado recuperem o fôlego, embora não impeça necessariamente que as ações caiam quando as negociações forem retomadas.

No caso da B3, a Bolsa brasileira, o mecanismo é acionado quando o seu principal índice, o Ibovespa, cai mais de 10% em relação ao fechamento do dia anterior. Entenda melhor no tópico a seguir.

Saiba porque a B3 para quando o Ibovespa cai 10%

Segundo o manual de procedimentos operacionais do segmento bovespa, há 03 (três) regras a serem seguidas:

Queda de 10% do Ibovespa: Se o Ibovespa cair 10% (dez por cento) em relação ao fechamento do dia anterior, os negócios serão interrompidos por 30 minutos.

Queda de 15% do Ibovespa: Reabertos os negócios, se a queda atingir 15% (quinze por cento) também em relação ao fechamento do dia anterior, a interrupção passa a ser de 01 (uma) hora. 

Queda de 20% do Ibovespa: Se, nas duas primeiras a oscilação negativa chegar a 20% (vinte por cento) em relação ao fechamento do dia anterior, a B3 suspende as atividades e fica responsável por definir um novo prazo para reabertura do mercado. Nessa hipótese, a decisão deverá ser comunicada ao mercado. 

Na última meia hora de funcionamento do pregão, as regras acima não serão acionadas.  Caso haja interrupção dos negócios na penúltima meia hora de negociação, quando reabertos, o horário será prorrogado em no máximo mais 30 (trinta) minutos, sem qualquer outra interrupção, de maneira que se garanta um período final de negociação de 30 (trinta) minutos corridos.

Resumidamente este é o percentual de queda do Ibovespa e tempo de paralisação:

  • 10% em relação ao dia anterior: 30 minutos de paralisação;
  • 15% em relação ao dia anterior: 1 hora de paralisação;
  • 20% em relação ao dia anterior: parada por tempo indeterminado.

Como funciona o Circuit Breaker na B3: entenda

Com a expectativa negativa ou se antecipando ao provável cenário negativo que viria pela frente, o mecanismo foi acionado pela quarta vez na bolsa brasileira em Março de 2020. No Brasil, esse mecanismo foi criado em 1997 e já foi acionado 18 vezes na história da bolsa de valores.

Chamado pela B3 de estágios, a primeira interrupção das negociações ocorreu às 10h21 e o Ibovespa tombou 11,65%, aos 75.247,25, o que provou um “circuit breaker” de 30 minutos. 

Ao dar um Circuit Breaker a expectativa era de que a situação ficasse menos exacerbada, mas após esse período voltou a cair. Logo em seguida, o índice caiu ainda mais e não demorou até precisar parar novamente. 

Às 11h13, as negociações foram suspensas ao cair 15,43%, aos 72.027 pontos. Desta vez, a pausa foi de uma hora, o motivo foi o pânico devido  à disseminação da pandemia de coronavírus. 

No entanto, antes do coronavírus, a última vez em que o alarme na B3 soou foi em 18 de maio de 2017 – conhecido como “Joesley Day”. Após a divulgação de conversas comprometedoras – parte do acordo de delação premiada para obter redução na pena por lavagem de dinheiro e corrupção – entre o empresário Joesley Batista e o então presidente Michel Temer, o Ibovespa chegou a cair na casa dos 11%.

Outro momento que ocorreu o circuit breaker foi quando o Banco Central optou por deixar o regime de Bandas Cambiais (usado pelo Brasil para controlar o preço do dólar entre 1995 e 1999) para adotar o regime de Câmbio Flutuante, sistema em que a cotação das moedas dos países varia constantemente, de acordo com a oferta e demanda das importações e exportações.

O que comumente acontece é que os investidores enxergam os valores das ações descendo e resolvem vender seus ativos, dando origem a uma reação em cadeia. O circuit breaker suspende todas as ordens de vendas automáticas, conhecido como stop loss. 

Tais interrupções nas negociações são projetadas para dar aos investidores uma chance de respirar quando as coisas ficarem feias. E caso o investidor de fato deseje se desfazer dos seus papéis, terá que submeter novamente os ativos para venda.  

Conclusão

Vimos que o circuit breaker pode impactar alguns tipos de investimentos. Os investimentos em ações ordinárias nominativas são os mais afetados pela movimentação, pois envolvem a participação direta nos resultados econômicos de uma empresa, impactando os recebimentos e a renda variável.

No entanto, não há outros tipos de investimento que podem receber esse impacto, uma vez que o circuit breaker varia de acordo com a situação em vigência e com as iniciativas tomadas pela Bovespa para realizar as pausas.  Sendo assim, é crucial avaliar o cenário econômico com atenção para estar preparado para quaisquer interferências sobre suas ações.

Em um circuit breaker você, investidor, deve mensurar o impacto das perdas em seus ativos analisando, em curto, médio e longo prazo, além do valor real de mercado das companhias que compõem o seu portfólio versus o valor negociado em um dia de grandes perdas.  

Certamente, você deve ter mais atenção e tolerância no que se refere às possíveis perdas e às turbulentas ondas de oscilações que vêm junto às volatilidades do mercado financeiro.

Lembre-se que é muito importante acompanhar com cautela o que está acontecendo e se manter preparado para qualquer possibilidade que possa interferir em suas ações, ok?

Além disso, invista sempre focando no longo prazo e não apenas nas crises do presente, isso facilita a desenvolver estratégias para valorizar seu capital.

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